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Arquitetos: Aixopluc, Aulets Arquitectes
- Área: 2350 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:José Hévia
Descrição enviada pela equipe de projeto. A pedagogia desta escola se baseia na pedagogia progressista, que visa aplicar um protótipo formativo de educação prática, dinâmica, participativa, democrática, estimulante e motivadora (Paulo Freire). O objetivo do projeto é construir um lugar para desenvolver esta pedagogia. Ele começa a partir de um estudo dos monastérios de tipologia mediterrânea.
A característica desses monastérios é como eles estabelecem verdadeiros oásis em seus pátios internos. O lugar não é apenas o terreno, mas também o ambiente que o cerca. A escola não é apenas o edifício, mas a simbiose estabelecida entre natureza e arquitetura. O projeto, então, é o resultado da concepção dos espaços externos e internos para que o ensino possa ocorrer em qualquer lugar do terreno.
O projeto começa analisando as condições climáticas do local: a direção dos ventos frios do norte, a direção da brisa do mar no verão, a temperatura da radiação do solo e a incidência do sol no inverno e no verão. Uma vez estudadas, as ações necessárias foram projetadas para transformar o terreno em um refúgio climático dentro de poucos anos. A proposta propõe ações vegetais e arquitetônicas para equilibrar as condições climáticas extremas. O edifício foi projetado para se proteger da radiação do verão através das sombras das árvores e de seus beirais.
As salas de aula são passagens, o que favorece a circulação do embat (brisa do mar) no verão, além da boa iluminação dentro delas sem a necessidade de luz artificial e uso de radiação no inverno. Além disso, o pátio interno do edifício cria um oásis climático que se conecta diretamente com as salas de aula. O edifício é construído principalmente com materiais da biosfera, o que reduz a energia incorporada a ele em 60% em emissões de CO2.
Para a estrutura e carpintaria, foi utilizada madeira de pinho radiata do País Basco, o piso é feito de linóleo (óleo de linhaça e serragem), os painéis externos são feitos de cimento com lascas de madeira para garantir a durabilidade e reduzir a manutenção. Os beirais e balanços são protegidos com chapas de zinco.
Em termos de estrutura, foi proposto um sistema que pudesse servir a essa tipologia de construção. Cada elemento estrutural é definido de acordo com a carga a que está sujeito. Por um lado, os pilares e vigas laminadas são os que transmitem a carga vertical para as fundações, por outro, as lajes de CLT transmitem a carga horizontal e fazem o efeito diafragmático da estrutura enquanto, finalmente, as paredes CLT amarram o edifício.
O projeto, além de ser uma pesquisa climática, também desenvolve um protótipo de construção em madeira. O projeto apresentado corresponde à Fase 1 do novo edifício, que convive com pavilhões pré-fabricados alugados. O faseamento do edifício permite continuar fazendo mais pesquisas para melhorar as soluções estruturais, espaciais e construtivas.