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Arquitetos: Denis Joelsons
- Área: 329 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Pedro Kok
Descrição enviada pela equipe de projeto. A intervenção realizada no Sítio Rio Acima foi pensada como uma costura, junção possível de tempos diversos, criando um sentido de conjunto. O sítio é utilizado há mais de quarenta anos por diferentes gerações da mesma família. O primeiro desafio do projeto foi lidar com as preexistências do local - construções muito díspares entre si, feitas em períodos distintos, mas de valor afetivo para os clientes - e as da região - um bairro na fronteira urbana de Jundiaí onde o passado rural e o ar interiorano se misturam com galpões, antigas chaminés e outros símbolos da industrialização nem tão recente da cidade.
As construções novas foram realizadas em alvenaria tijolo maciço, um material até então ausente no sítio. Abundante nas olarias do entorno, o tijolo traz a marca da chegada das primeiras fábricas e estruturas ferroviárias na cidade, como a ponte torta
A entrada se dá na parte baixa do terreno, onde uma via de acesso margeia um pequeno lago e delimita um arrimo curvo de concreto ciclópico. Este muro de contenção abriga uma vaga de automóvel e suporta o patamar da casa do caseiro. Diversos elementos desta casa remetem à arquitetura caipira ainda presente na vizinhança, como o alpendre sombreado e contido entre dois volumes cegos que alude às antigas casas bandeiristas.
Subindo pela via de acesso deixamos a casa do caseiro para trás e vemos a casa principal no aclive à direita. Na baixada à esquerda, a piscina e o quiosque foram oposição ao quiosque, no vértice de um triângulo que se fecha na piscina.
A casa principal é a reformulação de um chalé de madeira com três dormitórios e dois complementados por um vestiário com parede em espiral. O vestiário está implantado em sanitários. O banheiro da antiga suíte foi demolido para que o espaço, dividido, abrigasse dois quartos na casa existente e dois banheiros em um anexo ao fundo, fora do corpo da casa. Nos quatro dormitórios, as janelas foram substituídas por portas balcão com venezianas estendendo o espaço dos cômodos por novas varandas cobertas por pérgolas.
A área de convívio foi reformulada para se adequar à nova capacidade da casa. Cozinha e sala de jantar foram redistribuídas na ala social do chalé com o acréscimo da sala de estar: um volume cúbico de teto abobadado. Externamente, o volume da sala de estar se alinha à cumeeira do telhado, ao passo que a linha do beiral existente se desdobra nas abas de concreto que protegem a caixilharia de madeira.
A espacialidade dessa casa deve muito ao perfil de sua cobertura. O movimento do forro de madeira que acompanha o desenho do telhado encontra uma repercussão inusitada na abóboda cerâmica da sala, banhada pela luz do sol refletida na bandeja de concreto e no ofurô externo, delicadamente implantando entre duas gigantescas palmeiras indaiá.