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Arquitetos: Angeli.Leão
- Área: 4100 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Rogério Maranhão
Descrição enviada pela equipe de projeto. As únicas formações de recifes de coral do Atlântico Sul estão distribuídas por cerca de três mil quilômetros da costa brasileira que vão do Maranhão ao Sul da Bahia. Nessa área encontra-se a maior unidade de conservação marinha do Brasil, a Área de Proteção Ambiental da Costa dos Corais. O município de Maceió - AL é a única capital presente no recorte sendo uma das únicas capitais do mundo cuja orla urbana é cercada por corais com alta diversidade de vida marinha.
Num momento em que os corais passam a ser valorizados internacionalmente por suas estruturas complexas essenciais para a diversidade da vida, o projeto Marco Referencial da Costa dos Corais tem um papel essencial não apenas como atrativo turístico na capital, mas como centro de educação sobre a vida marinha no planeta. Mais do que uma intervenção urbanística e arquitetônica, trata-se de um marco para valorização e sensibilização das novas gerações sobre o significado ecológico dos corais em Alagoas não apenas como habitat para uma variedade de espécies, como essenciais para a proteção do litoral da erosão e estabilidade da linha costeira.
O Marco Referencial da Costa dos Corais foi implantado sobre as ruínas do histórico Alagoas Iate Clube que servia como equipamento de lazer da capital, fechado em 2005. A proposta teve como objetivo implantar um projeto de contemplação da vida marinha da capital, com mínimas interferências sobre a paisagem da região, e tornar-se um centro de educação ambiental para sensibilizar a população local e os turistas sobre a importância das estruturas de corais na capital. A nova proposta toma partido do traçado original da edificação histórica para remodelar o espaço aos seus novos usos.
Diferente de estruturas com alto custo de operação e manutenção, optou-se por espaços de múltipla função com abordagem simples. Um deles é uma passarela que une dois platôs circunscritos na fundação da antiga edificação. O equipamento foi executado sobre de 2 vigas em concreto protendido, que “descansa” sobre os muros em pedra existentes. Com piso em grade de aço inox vazada, permite a visão do bioma com bom índice de aderência para utilização, mesmo molhado. Um trecho de ruína com formato propício foi aproveitado como base para um mirante que, após travessia da passarela, permite que a população chegue a um ponto de visão com ângulo de quase 360 graus do oceano, de Norte a Sul.