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Arquitetos: Juliana Godoy
- Área: 700 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Mayra Azzi
Descrição enviada pela equipe de projeto. A exposição "Xingu: Contatos", com curadoria de Takumã Kuikuro e Guilherme Freitas, se propõe a uma revisão da história das imagens do Xingu, estabelecendo diálogos entre fotografias e filmes feitos por não indígenas desde o século XIX e a produção atual de cineastas, artistas e comunicadores indígenas, que tomam o protagonismo das imagens ao narrar as suas próprias histórias.
A expografia pensada para a mostra, que ocupa o 7º e o 8º andar do Instituto Moreira Salles (IMS) localizado na avenida Paulista, cada qual com 350m², parte de conceitos e materialidades observados juntamente com a equipe do projeto, em visita e importante escuta à região e suas habitantes. Nessa viagem, estivemos em contato com um pouco da cultura do Xingu, aspectos de vida, cosmogonias e formas de construção, que nos permitiram, de forma delicada e com muita troca, imaginar o espaço onde aconteceria essa exposição.
A primeira parte da mostra, localizada no 7º andar do edifício, traz vídeos com a produção contemporânea do audiovisual xinguano. Os filmes são exibidos em telas feitas por um sistema entre chapas de MDF, revestidas por tecido de algodão e esteiras de fibra de buriti, confeccionadas por artesãs da região especialmente para o projeto. No centro do espaço se abre uma clareira, marcada por 4 longas toras. Nela, grandes bancos são criados, onde é possível ver diversos desses vídeos numa só vez, convidando o público a observar diferentes histórias e criar novos entrelaçamentos entre elas. Os bancos também são responsáveis por gerar uma grande área de encontro dentro da exposição, onde além de eventos e falas espontâneas, uma extensa programação foi desenhada pela equipe da instituição, como contações de histórias de habitantes do Xingu e conversas entre lideranças da região, artistas e curadores.
A exposição segue no 8º andar, exibindo fotos e filmes, em sua maioria do acervo do IMS, que fazem parte de um projeto da instituição em localizar e nomear os retratados e suas famílias. Nesse andar há ainda trabalhos de artistas indígenas contemporâneos que criam outras perspectivas da história da demarcação da terra e da situação atual da região. Aqui, as grandes toras já utilizadas na expografia do 7º pavimento, servem de pilares para a criação de um sistema construtivo onde os conjuntos de painéis, são sobrepostos e apoiados sobre elas. Em outros momentos, as toras também são responsáveis por sustentar telas que exibem filmes da mostra. As fotos, textos e legendas do perímetro da sala são exibidas e organizadas em linhas simétricas, desenvolvidas juntamente com o projeto gráfico criado por Daniel Trench, gerando um grafismo por toda essa extensão das paredes, bem como no painel de entrada da mostra, onde alguns conceitos da exposição são apresentados.