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Arquitetos: Stemmer Rodrigues Arquitetura
- Área: 249 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Gabriel Konrath
Descrição enviada pela equipe de projeto. Uma casa compacta, prática, aconchegante, toda térrea, que priorizasse a área social integrada com a cozinha e a área gourmet, era o desejo dos moradores da “Casa Pimenta Rosa”, em Xangri-lá, no Rio Grande do Sul. O projeto, em uma área de 249m², é assinado pela Stemmer Rodrigues Arquitetura.
O grande destaque do projeto é o ângulo de inclinação da cobertura da casa, em laje aparente, que se projeta sobre a fachada principal, como uma nau de concreto, “prestes a navegar”, segundo a moradora. Além das técnicas arquitetônicas e a preocupação com a estética, o escritório atentou igualmente com a economia e a sustentabilidade. Sua arquitetura sustenta o conceito estético da casa, sem a necessidade de grandes investimentos em mobiliários. Além disso, o projeto foi desenvolvido visando o máximo de aproveitamento dos espaços, sem áreas ociosas ou excedentes.
A ideia principal foi oferecer à família uma casa que se relacionasse com a rua, sem muitas preocupações com a privacidade, uma vez que está localizada em um cul-de-sac, onde o passeio, os jardins e a área interna se misturam. Toda área social é voltada para a frente do terreno, onde se conseguiu tirar proveito visual de um espaço adicional do condomínio que existia ali. Nessa área, os jacarandás já existentes pareciam se debruçar sobre o terreno como se estivessem “entrando” na casa.
Na parte interna, outra solução interessante de layout foi a pequena área de circulação que leva aos quartos e aos ambientes secundários. O piso único, feito de grandes pedras de basalto irregular, de origem local, é facilmente encontrado na região, e traz unidade e personalidade para a casa.
O concreto, usado nas estruturas, fica aparente no forro e na superfície superior, aparecendo também em elementos importantes na parte interna, como na lareira e no módulo da cozinha. Apesar de ser revestida quase inteiramente por vidro e com poucas paredes externas, os brises de madeira oferecem privacidade à fachada íntima que, quando abertos ou fechados, controlam a entrada de luz natural.
Os arquitetos esbarram em uma grande dificuldade, que foi a de inserir todo o programa dentro de um terreno reduzido. Para criar uma vaga de garagem, por exemplo, a solução encontrada pela equipe foi construir uma zona multiuso (funcionando tanto como vaga, quanto como hall de entrada), rodeada por uma vegetação a pedido da cliente. Nela, uma grande abertura zenital ilumina e ventila o ambiente. A casa proporciona uma circulação cruzada e entrada de luz solar para todos os cômodos. A inclinação da laje da cobertura é propícia para a instalação de placas fotovoltaicas.