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Arquitetos: Carvalho Araújo
- Área: 17510 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Felipe Petrovsky
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Estação das Artes é um grande complexo cultural localizado numa antiga estação ferroviária do Ceará, no Brasil. O conjunto proposto tira partido das estruturas existentes para acolher um programa cultural diversificado, composto por zonas de exposição e de performance, auditórios, oficinas e espaços para residências criativas, zonas de acervo e de trabalho documental, biblioteca, um mercado gastronómico, entre muitos outros. Os vários espaços distribuem-se em cinco unidades funcionais e autónomas, todos com características distintas e específicas: Praça, Pinacoteca, IPHAN, SECULT e Oficinas.
A Praça surge da reformulação da praça da estação existente - que funcionava como estação de autocarros -, e assume-se no conjunto como um pulmão verde, um espaço arborizado onde as linhas do pavimento dão ênfase à estrutura dos galpões e das linhas férreas. É sobre ela que se dispõem os edifícios que, apesar de se assumirem como estruturas autónomas, funcionam como conjunto urbano. É também através da Praça que se faz o acesso à linha de metro, através de uma entrada criada a partir da “deformação” do pavimento.
O edifício da Pinacoteca tira partido dos antigos galpões da Rede Ferroviária Federal R.E.F.E.S.A., e é composto por uma estrutura de sete galpões adjacentes, cada um com uma cobertura de duas águas. O pé-direito de cada um dos galpões varia entre os 6 e os 9 metros, tornando-os numa estrutura perfeita para a incorporação deste programa, que incluí zonas de exposição, auditórios, espaços para pequenas performances, zonas de acervo e de trabalho documental, entre outros.
O IPHAN resulta de um conjunto de edifícios que formavam a gare e estação ferroviária João Filipe. É composto por três edifícios e uma plataforma coberta, com um pátio central que é “invadido” pelo pavimento da Praça, fazendo a ligação com os espaços exteriores. Este complexo acolhe um pequeno museu, salas expositivas polivalentes, biblioteca, arquivo, zona de arqueologia e conservação, salas de apoio, mercado gastronómico, zonas de refeições, entre outros.
O edifício da SECULT ocupa as instalações da antiga Casa do Engenheiro, aproveitando o edifício existente de dois pisos. Foi ainda criado um novo edifício complementar, também ele com dois pisos, que tira partido da antiga implantação do anexo da Casa do Engenheiro. Este edifício fecha o triângulo das construções principais do complexo Estação das Artes, criando, no espaço entre eles, uma continuidade com a praça com com um maior nível de intimidade e que funciona também como antecâmara para a entrada do metro.