-
Arquitetos: Paulo Henrique Paranhos
- Área: 6500 m²
- Ano: 2017
-
Fotografias:Leonardo Finotti
-
Fabricantes: Gerdau, LG, Metalgrade, Santo Gran, Vitral
Descrição enviada pela equipe de projeto. A proposta arquitetônica para a Embaixada da Índia em Brasília teve como premissa básica propor um edifício cujo caráter representativo revelasse harmonia entre os diálogos culturais das nacionalidades interessadas: a indiana e a brasileira. Nossas atenções se voltaram para o rico universo cultural da Índia e as referências arquitetônicas desenvolvidas naquele país por Louis Kahn, Le Corbusier e outros arquitetos de reconhecimento internacional. Algumas afinidades no campo da arquitetura e urbanismo dos dois países, Brasil e Índia, se evidenciam nos Planos Urbanísticos de Nova Delhi e Brasília entre outros.
Dentre os vários elementos e tratamentos arquitetônicos que encontram identidade na cultura arquitetônica nesses países, a forma de tratar a relação da arquitetura com a paisagem nos chamou atenção. A paisagem nas diversas dimensões, nas questões da luz, da água, dos elementos territoriais influenciando as composições dos espaços edificados.
Os eixos norteadores, jardins e pátios sombreados, recuos de abertura com generosas varandas, bem como o uso de pergolados com enriquecimento dos painéis treliçados são elementos harmônicos destas culturas arquitetônicas e evidenciam a identidade do conjunto. As questões bioclimáticas tão importantes na Índia, de forte incidência solar com relativa umidade do ar, colocam estes elementos como importantes referenciais da Arquitetura Indiana e Brasileira.
Além de um cuidado com a implantação do conjunto num terreno de certa declividade, o desafio encontrado inicialmente diz respeito à implantação de um conjunto arquitetônico com certas peculiaridades de ocupação. A hierarquia entre os moradores, entre pessoas que ocupam cargos diversos na Embaixada, exigiu um habilidoso trato na distribuição das edificações em um mesmo terreno.
Isso diz respeito não apenas aos cuidados espaciais na relação entre chancelaria e residência do Embaixador, mas também com o cuidado em viabilizar uma espacialidade de convívio agradável em habitar em um mesmo lote, Embaixador, Ministro e todos os demais funcionários da embaixada.
Foi importante não só posicionar de forma estratégica as instalações do conjunto, mas resolver os acessos independentes, sem comprometer a harmonia do conjunto arquitetônico. As variações de conforto acústico e térmico foram bem cuidadas, fazendo com que a barreiras à insolação não comprometessem as grandes visuais do Lago Paranoá. Dada a limitação dos recursos a serem investidos, a estrutura foi concebida em concreto de pequenos vãos com raríssimas exceções, coberturas em telhas metálicas com tratamento termoacústico com laje impermeabilizada no edifício da chancelaria.
Resultou, portanto, um projeto cuja estética não apenas simboliza, mas sinaliza a realidade de um trabalho que traz na luz, na água, na relação edifício e natureza e de forma acentuada na cúpula onde a espacialidade tem uma certa referência de sacralidade, atributos da arquitetura indiana.