O Blog da Fundação Arquia nos traz um artigo que faz uma reflexão, a partir de uma experiência pessoal, sobre como a memória não deve ser tratada de forma ascética, já não são suficientes estudos técnicos e tipológicos de um determinado patrimônio arquitetônico ou do reconhecimento das características de um local, de seus costumes ou história. A memória é emocional e, por isso, é necessário entender o verdadeiro significado do lugar e o valor dessa arquitetura que vai além do material.
Ana Asensio
A arquitetura da memória: onde habita o pensamento
Uma cidade coletiva é uma cidade feminista
A Fundación Arquia, junto à arquiteta Ana Asensio, nos convida a pensar em como foram desenhadas -até agora- as cidades; espaços de fricção que foram concebidos sem igualdade de participação na tomada de decisões e que, portanto, nos levam a falar de feminismo.
Arte e Arquitetura: Instalações / Esther Stocker
Até que ponto pode-se alterar o espaço arquitetônico?
Espaço. Esse conceito tão assumido na arquitetura. Esse germe gerador de toda a essência e hamonia arquitetônica. Projetado desde a estaticidade idealizada da mente do arquiteto, qualificado pela luz, ativado pela presença humana, variante.
E se a percepção deste espaço se altera? O que acontece quando a arte se mistura com a arquitetura numa única abstração? Hoje entramos no conceito de Instalação de Arte Contemporânea. Nesta disciplina artística, a obra se compõe por uma interação indissociável entre o próprio espaço como meio e o fato a expressar. Assim, encontramos projetos que utilizam como meio a paisagem natural (em inglês, land art), o entorno urbano (instalação urbana), o próprio espaço arquitetônico de exposição, como é o caso.
Obra com vocação de mudança: o resultado será diferente dependendo do espaço em que ele se situe e o diálogo com ele mesmo. Por sua vez, o rígido espaço construído mudará sua linguagem e expressão graças a suas entranhas criadoras de experiências sensoriais.
Dentro desta disciplina, apresentamos a obra da italiana Esther Stocker, que altera a leitura da arquitetura que a abriga através da confusão, influenciada pelas correntes cubistas.
Arte e Arquitetura: Ruína / Matthias Haker
Estas paredes falam. Aqui viviam pessoas. Aqui riram ou choraram. Havia banquetes, danças, beijos, pesadelos e tristezas. Aqui havia grandes histórias e pequenos momentos, agora coberto sob o peso da extinção, sob as sombras da decadência.
Algo apocalíptico dança entre as folhas secas que se acumulam na intersecção destas paredes, nas curvas sinuosas destas escadas. Algo assustador e, ao mesmo tempo, que chama para dentro, em direção à cena de um pôr do sol, fazendo a agonia da arquitetura.
Não é uma ruína. Nunca será esse acúmulo de pedras que parecem orgulhosos em qualquer praça, cercado por turistas armados com câmeras. Desmoronamento maquiado por restaurações, como quando uma mulher idosa que quer permanecer jovem e luta contra a passagem inexorável do tempo.
Estes edifícios não se vestem de vaidade, mas escondem seus segredos nas sombras. Mas, neste desamparo, também está escondida uma beleza íntima, descoberta pelo artista alemão Matthias Haker, que busca, acima de tudo para perpetuar este declínio lento, não só no filme fotográfico, mas onde se encontram silenciosamente, mantendo a destruição destas vênus arquitetônico .
Arte e Arquitetura: Exploração Urbana / Jared Lim
Tudo muda a partir do ponto de vista do observador. Esqueceram de dizer que tudo muda também com a escala em que um ser humano é obrigado a observar. O mundo visto a partir de um ponto externo pode ser entendido como um organismo vivo. Um formigueiro de dentro, uma metrópole fantástica.
Educar um olho observador para abstrair as regras visuais criadas estabelecidas cria mundos inteiros à nossa frente, escondidos por trás do véu do hábito e da preguiça de olhar, procurando interpretar e expressar o nosso meio ambiente de forma diferente.
Hoje, em Arte e Arquitetura, trazemos os devaneios de Jared Lim, capturados com sua câmera e seu louco amor por padrões, fruto da descontextualização, da confusão da escala e de seu ponto de vista pessoal da arquitetura das grandes cidades .
Mais imagens ao fim do texto.
Arte e Arquitetura: Cityscapes / Tim Jarosz
Há cidades que contaminam nossos sonhos. Retalhos de memórias de infância; breves cenas em um piscar de olhos no dia-a-dia, como um haiku, durante a rotina mais densa; desejos de permanecer para sempre entre seus meandros, ou de voar longe deles, deixando para trás suas valas metálicas, seus edifícios fissurados, seus muros e ruas que se transformam desde que nasceram. Cenas que te perseguem, esteja onde estiver, invadindo o subconsciente, lembrando-te de onde é.
A cidade natal, com todos seus significados, está enlaçada ao indivíduo tanto que seu perfil, seus cheiros, seus crepúsculos, são parte da nossa mais profunda percepção daquilo que nos rodeia, fazendo com que vejamos o mundo através dela; através de como a sentimos, como a lembramos, a sonhamos; a ela, nossa cidade.
Lê-se este sentimento na obra do americano Tim Jarosz, que cria fantásticas paisagens urbanas com fotografia, colagem e modificação digital das cores e texturas. Este fotógrafo e digner gráfico procedente de Chicago expressa em suas imagens uma inexistente e nova Chicago, viva só em seu imaginário.
Arte e Arquitetura: Decomposição da Geometria/ Intervenções de Felice Varini
Desde a Antiga Grécia, a busca pela ilusão de ótica na arquitetura tem sido uma constante. O jogo com os pontos de fuga, as proporções, paradoxos espaciais, as sobras, os cheios e vazios, alteram as escalas dos espaços para distrair o espectador. Provocando. Inquietando.
Desde as alterações do Partenon e os enganos gerados pela mente através de sua arquitetura, as ilusões óticas evoluíram até a atualidade para um modelo mais interativo. O espaço público está cheio de intervenções de diversos artistas que seduzem o pedestre para apreciar seu trabalho, rodeando, surpreendendo, utilizando-as como atrativo. As ilusões óticas são presas na disciplina de Desenho, como um método de criação artística que busca o diálogo constante entre a pessoa e o lugar.
Um exemplo disso são os Anamorfismos. Uma anamorfose é uma deformação reversível e uma imagem gerada óptica ou matematicamente. Joga com a perspectiva, produzindo imagens tridimensionais mas desenhadas em um plano, ou vice-versa, criando planos em um espaço tridimensional.
O famoso artista britânico Julian Beever é um exemplo do primeiro caso: Ocupando as ruas das cidades, desenha com giz imagens 3D na pavimentação. Hoje apresentamos outro amante da Arte Ótica: Felice Varini.
Nova Polêmica: Cobertura das Adegas Domecq / Santiago Calatrava
O Arquiteto e Engenheiro Santiago Calatrava é mais uma vez notícia. Infelizmente, não é sua arquitetura inovadora e atemporal que está sendo comentada. As páginas dos jornais mostram, dia após dia, as patologias, falhas e demandas de sua construção, e apontam a cifra estratosférica que terá que ser gasta na manutenção de sua obra.
Desta vez, o que se comenta é o polêmico processo movido pelas famosas Adegas Domecq, propriedade da empresa YSIOS de LaGuardia, na Rioja espanhola, contra o arquiteto valenciano, e todos aqueles que participaram da construção do edifício. Exige-se que eles assumam o custo de dois milhões de euros para o reparo da cobertura, que há algum tempo vem apresentando problemas de infiltrações, goteiras e, evidentemente, umidade no interior de um tipo de edifício em que tal controle é essencial para a qualidade do vinho que produzido e armazenado.
Feliz Aniversário Pierre de Meuron!
Há 63 anos, em Basiléia,
nascia o arquiteto Pierre de Meurom. Sua obra é indissociável da de seu
companheiro de estudos (no ETH em Zurique, Suíça) e trabalho, Jacques Herzog.
Pierre é, desde 1978, uma das duas metades do prestigioso escritório Herzog
& de Meuron.
"A arquitetura é uma oportunidade de iluminar plenamente os espaços em que vivemos e trabalhamos, para criar uma experiência que atraia todos os sentidos".
Na seqüência, uma breve retrospectiva profissional.
CAF lança Concurso de Projetos de Desenvolvimento Urbano e Inclusão Social
Diariamente se comenta do crescimento exponencial incontrolável da população urbana mundial. No caso da América Latina, nos últimos 40 anos esta parcela da população triplicou, e com ela os problemas de vulnerabilidade. Hoje em dia, cerca de 80% da população da América Latina é urbana, contra 51% mundiais. As cidades exercem uma função central, porém, esta realidade apresenta riscos latentes quanto à qualidade social, econômica, política e ambiental.
Esta situação não nos obriga somente a refletir sobre a situação, mas também a atuarmos nesta realidade: a forma como se planeja e constrói os assentamentos urbanos determinará não apenas a qualidade da vida das pessoas, mas também se este modo de vida será viável ou não.
Com o objetivo de unir esforços entre profissionais, acadêmicos, corpos governamentais e financiadores que possam propor e identificar estratégias que alcancem esta meta, a CAF convoca o III Concurso Internacional de Desenvolvimento Urbano e Inclusão Social.
Todas as informações referentes ao concurso e os detalhes de como participar, após o intervalo:
Foi Inaugurado o Centro de Arte Projetado para o México / Tadao Ando
A Universidade de Monterrey (UDEM), inaugurou o Centro Roberto Garza Sada, de Arte, Arquitetura e Design (CRGS), em Nuevo León, projetado por Tadao Ando, prêmio Pritzker em 1995.
"A Porta da Criação", como o arquiteto japonês a chamou, se destaca por sua imagem contundente de concreto aparente. A obra custou mais de 45 milhões de dólares, e foi realizada graças às contribuições de empresários e doadores ao longo de 34 meses, empregando mais de 2800 trabalhadores.
Sua planta de 99 metros de comprimento por 27 de largura envolve seis níveis de pé-direito duplo com 5,40 metros cada um, que superam grandes desafios estruturais, como os 100 metros de vão sem suporte na parte inferior.
“Foi um longo processo de projeto e construção, o projeto foi suspenso três vezes, mas no final a grande vontade dos cidadãos de Monterrey foi imposta. Agora confio que pela 'Porta da Criação' sairão grandes talentos do México para o mundo”.
Nova Polêmica: Ponte da Constitução em Veneza / Santiago Calatrava
Uma nova polêmica em torno de Santiago Calatrava. Hoje, sua aparição na imprensa é referente à visão na qual é citado juntamente com outros três engenheiros, em 13 de novembro, no Tribunal de Contas italiano. Desta vez, acusados de 'danos' ao erário público pelos erros cometidos durante a construção da impressionante ponte próxima à Piazzale Roma, em Veneza, inaugurada em 2008.