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Andreea Cutieru
Sou uma arquiteta residente em Bucareste com um grande interesse na complexidade programática da arquitetura contemporânea, e sou apaixonada por arquitetura que aumenta o capital social e a qualidade de vida. Vejo o espaço arquitetônico como um potencial catalisador para a interação social e me inspiro na possibilidade de possibilitar conexões humanas por meio do design.
Com a mudança das necessidades e aspirações da sociedade, tipologias espaciais e programas arquitetônicos são constantemente questionados, e essa reavaliação cria premissas para a inovação. O que veremos a seguir é uma exploração, de como a arquitetura está metabolizando as mudanças fundamentais da sociedade em vários aspectos da vida cotidiana, desafiando os pressupostos existentes sobre os programas e o espaço.
A inércia da política e da governança em um momento no qual grandes mudanças sociais estão ocorrendo em um ritmo cada vez mais rápido - sem falar na insatisfação com o processo de tomada de decisão - abre espaço para ações de baixo para cima, ativismo e esforços ousados. Diante de tantos exemplos de ativismo social, os arquitetos têm ferramentas para construir suas próprias posições? A arquitetura tem o poder de alterar o status quo?
Sobre o papel da arquitetura nas relações sociais, Denise Scott Brown disse uma vez: “a arquitetura não deve forçar as pessoas a se conectarem; ela pode apenas definir espaços, eliminar barreiras e fazer dos locais de encontro mais úteis e atraentes.” Embora não possamos controlar o resultado ou a maneira como as pessoas irão se apropriar dos espaços que projetamos, a arquitetura tem o potencial de abrir portas e aproximar pessoas, preparando o terreno para que encontros casuais e interações sociais aconteçam — fortalecendo assim o sentido de pertencimento e identidade que tanto influenciam a estrutura de nossa sociedade. A seguir, procuramos expor — através de exemplos concretos — formas como a arquitetura pode potencializar interações sociais através de estratégias e soluções projetuais inteligentes, proporcionando um terreno comum capaz de aproximar pessoas e construir comunidades.
Instituir a reciclagem de materiais como uma prática cotidiana no campo da arquitetura e da industria da construção exigiria, sem dúvida, uma abordagem de cima para baixo além de ajustes nos processos de projeto e uma revisão completa dos sistemas construtivos mais usuais. Ainda assim, pequenas iniciativas estão provocando consideráveis mudanças neste cenário, forçando os profissionais a repensarem questões relativas ao desperdício assim como uma transformação completa na própria industria da construção civil. Neste contexto, este artigo esmiuçará alguns dos projetos mais inovadores realizados ao longo dos últimos anos, realizações que nos mostram que a reciclagem de materiais na arquitetura não é nenhum bicho de sete cabeças.
O conceito de Design for Disassembly (DfD) ou “projetar para desmontar”, é uma prática que vem ganhando força ao longo dos últimos anos entre arquitetos do mundo todo. Tal abordagem revela uma crescente preocupação com o excessivo consumo de recursos naturais, o desperdício e a baixa taxa de reciclagem na indústria da construção civil. O artigo a seguir pretende analizar em detalhe esta nova tendência na arquitetura, apresentando algumas diretrizes de projeto que contemplam a possibilidade de desmontagem e reciclagem de edifícios no futuro, oferecendo uma melhor compreensão desse conceito e seu impacto na prática profissional da arquitetura e na economia circular.
Como os arquitetos dependem fundamentalmente de imagens para transmitir informações abstratas para seus clientes e para o público em geral, o debate sobre o papel das renderizações na arquitetura parece não ter fim, assim como não há e nem haverá consenso sobre o tema.
Em um mundo dominado por imagens, nosso modo de fazer e consumir arquitetura está se tornando cada dia mais dependente do visual. Deste modo, ferramentas de representação estão passando a desempenhar um papel cada vez mais decisivo na forma como concebemos e desenvolvemos nossos projetos. Em muitos casos, escritórios de arquitetura se vem compelidos à buscar ajuda, voltando-se à experientes estúdios de modelagem e renderização 3D para poder retratar mais fidedignamente seus conceitos e ideias.
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Cena do Trailer de "Enter Through The Balcony". Imagem Cortesia de Minimal Movie
Aproveitando-se da falta de regulamentação e fiscalização no país, muitos ucranianos desenvolveram formas criativas —e não menos ilegais— para lidar com o problema da falta de espaço em seus apartamentos, estruturas majoritariamente construídas em tempos de união soviética. Este é o plano de fundo do curta metragem Enter Through The Balcony, um documentário dirigido pelo diretor ucraniano Roman Blazhan que explora um dos principais fenômenos da arquitetura ucraniana nos dias de hoje, apresentando um panorama completo do atual contexto econômico, social e cultural da Ucrânia pós-soviética.
Além de revelar uma postura singular em relação ao espaço privado versus espaço público, a forma com que os ucranianos se apropriam destes espaços improvisados denuncia também os antagonismos de um projeto universalizante e a liberdade individual e de expressão, uma contrariedade que ainda hoje permeia a vida de muitas pessoas que habitam em estruturas similares em países do antigo bloco soviético.
Ao longo dos últimos anos, uma série de exposições, publicações e documentários têm revelado um crescente interesse à respeito da arquitetura modernista soviética, levando arquitetos do mundo todo a (re)descobrirem um dos principais e mais fascinante capítulos da história moderna da arquitetura. Recentemente publicado pela Zupagrafika, Concrete Siberia. Soviet Landscapes of the Far North é um livro fotográfico que vem ao encontro de tal interesse, lançando uma nova luz sobre um fenômeno ainda inexplorado ou até certo ponto desconhecido pela maioria dos nossos colegas arquitetos. Retratando alguns dos mais impressionantes edifícios construídos durante a segunda metade do século XX na então URSS, “Sibéria Concreta” apresenta uma perspectiva abrangente da atual situação do patrimônio soviético construído na região habitada mais fria e remota do planeta Terra. O livro apresenta um resumo completo não apenas das principais obras de arquitetura modernista construídas na Sibéria mas também da paisagem urbana de seis das mais importantes cidades da região: Novosibirsk, Omsk, Krasnoyarsk, Norilsk, Irkutsk e Yakutsk.
Há alguns anos, a fabricação digital começava a despontar como uma das grandes novidades no cenário da arquitetura, prometendo transformar para sempre a nossa disciplina e a forma como construímos nossos edifícios. Embora esta revolução arquitetônica de facto ainda não tenha se materializado de forma definitiva, infinitas novas possibilidades parecem surgir a cada ano que passa, principalmente como resultado do trabalho árduo de pesquisadores e profissionais dedicados ao desenvolvimento de novas tecnologias voltadas à prática da arquitetura e construção. Portanto, neste exato momento, parece oportuno dedicarmos um pouco do nosso tempo para mapear esse avanços, apresentando aos nossos leitores uma perspectiva mais abrangente sobre como a tecnologia está transformando efetivamente a prática da arquitetura dia após dia. Este artigo procura cobrir algumas das principais abordagens que já estão começando a gerar resultados bastante concretos, transformando os processos de projeto e construção e contribuindo definitivamente para a redefinição do potencial da arquitetura, recontextualizando da nossa disciplina na era da informação.
A arquitetura pode ser uma ferramenta de transformação social, e a crença nesta afirmação é o que motiva o trabalho de muitas ONGs dedicadas à construção de moradias em comunidades carentes, promovendo a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico além de proporcionar uma maior resiliência destas pessoas e comunidades. Essas organizações costumam operar em duas grandes fretes: assistência em situações emergenciais e estratégias de desenvolvimento sócio-econômico – sendo que muitas delas procuram atuar em ambas frentes. Neste artigo procuramos elencar algumas das principais fundações que têm se dedicado à arquitetura de emergência ao longo dos últimos anos, destacando seu papel em recentes crises humanitárias assim como de que maneira podemos colaborar para fortalecer estas rede de assistência humanitária em tempos de crise.
Como a maioria dos espaços culturais e museus ao redor do mundo permanecem fechados como uma medida preventiva para conter a disseminação do surto de COVID-19, alguns iniciativas tem sido lançadas ao longo dos últimos meses para ampliar o acesso – ainda que virtualmente – à arte e a cultura. Instituições dos quatro cantos do mundo estão facilitando a navegação por seus acervos além de promoverem visitas virtuais por exposições e por que não, obras de arquitetura. Através de uma parceria entre a Frank Lloyd Wright Building Conservancy, a Frank Lloyd Wright Foundation e a Unity Temple Restoration Foundation, atualmente é possível conhecer à fundo algumas das mais importantes obras de arquitetura construídas pelo mais conhecido arquiteto americano de todos os tempos. Divulgada através da hashtag #WrightVirtualVisits, os responsáveis pelo projeto já disponibilizaram até agora vinte e quatro edifícios projetados e construídos por Wright nos EUA, e acredita-se que este acervo seja ampliado em breve. Com novos vídeos publicados todas as quintas-feiras, o projeto se estenderá até o próximo dia 15 de Julho, promovendo uma perspectiva abrangente e profunda sobre a extensa obra construída de Frank Lloyd Wright.
O recém-inaugurado edifício Opus, projetado pelo escritório Zaha Hadid Architects, traz ao horizonte de Dubai uma intrincada interação de sólidos e vazios, fluidez e ortogonalidade. Fotografias recentes feitas por Laurian Ghinitoiu registram a silhueta escultural do projeto – mais um ícone desenvolvido pelo escritório internacional.
Após superar muitos obstáculos, o tão aguardado parque e espaço de apresentações nova-iorquino está perto de ser concluído. As obras do Pier 55 estão a todo vapor, como mostram algumas fotografias recentes feitas por Paul Clemence (Archi-Photo).
No ano passado, o Prêmio Mies van der Rohe foi outorgado a um projeto de reforma de um edifício de habitação social, trazendo à tona a relevância da reabilitação física e moral dos blocos habitacionais construídos no período do pós-guerra em praticamente todas as cidades da Europa.
O primeiro episódio de Practice, uma nova série documental sobre o processo da arquitetura, analisa a teoria e prática do fundador do Invisible Studio, Piers Taylor. O curta-metragem acompanha o arquiteto durante o processo de construção de uma pequena cabana, alternando imagens visualmente atraentes com conversas sobre seus primeiros anos na profissão e o início do Invisible Studio.
Famosa por seu plano urbano e edifícios cívicos, Chandigarh representa um fragmento icônico da arquitetura modernista. Este centro econômico e administrativo foi concebido para mostrar ao mundo o progresso da recém-independente Índia dos anos 50.
De forma muito parecida à cidade de Berlim, Tóquio é uma cidade absolutamente moderna. Muito se deve ao fato de ter sido intensamente bombardeada durante a segunda guerra mundial, destruindo grande parte da cidade e reduzindo a sua população à metade. Mas o Japão ressurgiu e se reergueu durante a segunda metade do século XX. Atualmente, sua arquitetura minimalista e experimental desperta o interesse de arquitetos e arquitetas todo mundo mundo, atraindo um número considerável de turistas todos os anos. Tóquio é o resultado de uma soma de diferentes valores, das novas tecnologias as mais antigas tradições construtivas.