Apesar das pessoas com deficiência representarem quase 15% da população mundial e de mais da metade viverem em ambientes urbanos, as nossas cidades raramente atendem às suas necessidades. A maioria é projetada a partir da perspectiva de pessoas sem deficiência que se deslocam em transporte privado (como carros e motos), em vez das que caminham, andam de bicicleta e usam o transporte público.
ITDP Brasil
Entenda por que o Rio de Janeiro precisa de vias mais seguras
No dia 6, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, solicitou à CET-Rio, empresa que cuida da gestão de tráfego na capital carioca, a readequação dos limites de velocidade nas vias da orla. A medida é de extrema importância considerando que, segundo a Prefeitura, mais de 600 pessoas perderam as suas vidas em sinistros no trânsito do Rio no ano passado, e mais de 60% foram devido a atropelamentos.
O que é uma Zona de Baixa Emissão?
O desestímulo ao uso de carros particulares é uma medida fundamental para o enfrentamento às mudanças climáticas, melhoria da qualidade do ar e redução dos sinistros de trânsito. As cidades precisam encontrar maneiras de reduzir o tráfego e priorizar o bem-estar das pessoas, além de considerar os impactos ambientais e sociais do uso do automóvel, oferecendo opções de transporte que gerem menos emissões de carbono.
Recentemente, as zonas de baixa emissão (LEZ, na sigla em inglês para low emission zones) têm se tornado uma estratégia popular em diversas cidades do mundo e as ações implementadas nessas áreas são eficazes para as pessoas dependerem menos dos carros, a partir da oferta de alternativas de transporte mais limpas, econômicas e acessíveis.
Nossas cidades estão atendendo às demandas de bebês e crianças?
Mais de um bilhão de bebês e crianças vivem em ambientes urbanos. Mas a forma como as cidades são planejadas não consideram as suas necessidades e nem as das pessoas responsáveis por seus cuidados. Visando apoiar tomadores de decisão e profissionais de planejamento urbano e transportes na missão de melhorar o acesso de milhares de crianças brasileiras às oportunidades urbanas, O ITDP Brasil lançou o material Acesso para bebês, crianças pequenas e pessoas cuidadoras, realizado em parceria com a Fundação Bernard van Leer.
Tudo que você precisa saber sobre Áreas de Zero Emissão
A necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no setor de transportes é urgente, e a implementação de medidas nesse sentido é tanto um desafio quanto uma oportunidade para as governanças locais. É o caso das Áreas de Zero Emissão (ZEAs, do inglês Zero Emission Areas), que são áreas das cidades onde as emissões de gases poluentes são neutralizadas. Essa medida beneficia principalmente as pessoas que irão usufruir de um espaço urbano mais saudável e de atividades comerciais mais ativas. Entretanto, para viabilizar seu êxito, ou ao menos reduzir o retorno negativo da opinião pública, é fundamental o engajamento social e uma comunicação efetiva com a população.
O que são Áreas de Zero Emissão?
A necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no setor de transportes é urgente, e a implementação de medidas nesse sentido é tanto um desafio quanto uma oportunidade para as governanças locais. É o caso das Áreas de Zero Emissão (ZEAs, do inglês Zero Emission Areas), que são áreas das cidades onde as emissões de gases poluentes são neutralizadas. Essa medida beneficia principalmente as pessoas que irão usufruir de um espaço urbano mais saudável e de atividades comerciais mais ativas. Entretanto, para viabilizar seu êxito, ou ao menos reduzir o retorno negativo da opinião pública, é fundamental o engajamento social e uma comunicação efetiva com a população.
Cidades compactas e eletrificadas para frear as mudanças climáticas
Estudos diversos vêm indicando que, para evitar que as temperaturas subam mais de 1,5° C, deve haver uma grande queda nas emissões de gases de efeito estufa (GEEs). Para isso, é preciso desenvolver cidades compactas para pedestres, ciclistas e para quem utiliza o transporte público, bem como adotar, de forma rápida e estratégica, veículos elétricos, com foco no transporte público.
A equidade nas ruas começa com a reforma dos estacionamentos
Nos últimos anos, diversos eventos climáticos ocorridos ao redor do mundo assolaram cidades, inclusive as brasileiras. Em 2022, chuvas intensas caíram sobre as ruas da região serrana do Rio de Janeiro, especialmente a cidade de Petrópolis, que registrou 250 deslizamentos em um único dia.
Algo semelhante ocorreu em Pernambuco, onde chuvas acima da média levaram ao deslizamento de barreiras. No final de 2021, no estado da Bahia, as ocorrências ligadas às fortes chuvas deixaram pelo menos 72 municípios em situação de emergência. Assim como nos exemplos anteriores, a ocorrência deixou mortos e diversas famílias desabrigadas. Ao redor do mundo o quadro não é diferente, ainda que os eventos sejam outros.
Iniciativa do Rio de Janeiro torna o deslocamento para a escola mais seguro
Aproximadamente metade das crianças e jovens entre cinco e 14 anos mortas no trânsito no planeta são pedestres e quase um terço são passageiras de veículos motorizados. No Brasil, o trânsito é a principal causa de morte não-natural de crianças nessa faixa etária. De acordo com dados da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, somente entre janeiro e agosto de 2021, o SUS totalizou mais de seis mil crianças e jovens hospitalizados em estado grave devido a atropelamentos no país.
Reverter esse cenário passa por tornar as nossas ruas mais seguras e confortáveis para a caminhada, pensando principalmente nas necessidades das crianças. A cidade que atende bem a uma criança é uma cidade mais próspera e agradável para toda sua população.
Ônibus elétricos podem tornar nossas cidades mais sustentáveis
Nas últimas décadas, as discussões sobre o enfrentamento dos desafios climáticos vem ocorrendo ao mesmo tempo em que sentimos os seus efeitos. Apesar de carros e motos serem os principais emissores de poluentes, os ônibus também têm uma participação significativa nas emissões de gases de efeito estufa e no aumento das doenças relacionadas à poluição do ar. Neste sentido, a adoção de novas tecnologias, como os ônibus elétricos e o uso de combustíveis alternativos, é essencial para reduzir os seus impactos à saúde pública e ao meio ambiente.
Entenda por que você paga pelos carros, mesmo se não usá-los
A escolha pelo uso de carros particulares é compreensível para além da chamada “cultura do automóvel”. A possibilidade de um transporte que leva da origem direto ao destino, com horário flexível e que oferece sensação de segurança justifica seu uso, especialmente em locais onde os sistemas de transportes mais sustentáveis não atendem toda a população de forma satisfatória. Mas será que os motoristas realmente pagam pelos impactos que causam?
Como os estacionamentos afetam a mobilidade urbana
A evolução da mobilidade nas cidades ao longo das décadas vem impactando diretamente não só na qualidade dos deslocamentos mas também na qualidade de vida de todos que vivem em áreas urbanas — em especial das pessoas mais vulneráveis em termos socioeconômicos. Na busca por alternativas que possam tornar a circulação mais confortável, segura e ágil, o controle dos automóveis associado a melhores condições de acesso ao transporte público, a pé e por bicicleta é fundamental. Mas como a oferta de vagas de estacionamento para automóveis pode influenciar de forma negativa na mobilidade?
Deixando as vias expressas para trás
As vias expressas são estradas de acesso limitado em áreas populosas, desenhadas para permitir o tráfego motorizado em alta velocidade por longas distâncias. Algumas passam pelos centros das cidades, enquanto outras circundam o centro urbano.
A iniciativa já foi o auge do design de transporte na década de 1950, mas hoje são tão obsoletas quanto disquetes. A caminhada, a bicicleta e o transporte público são mais sustentáveis, seguros, saudáveis, eficientes e produtivos. Para contribuir com o tema, o Instituto de Políticas de Transporte & Desenvolvimento (IPTD) produziu o material Vias Expressas vs. Ruas Completas, com o objetivo de comparar ambas em termos de saúde, eficiência, habitação e qualidade ambiental e de vida.
População negra seria a maior beneficiada com o BRT TransBrasil no Rio de Janeiro
Em construção desde 2014 e com previsão de finalização para 2022, o BRT TransBrasil tem potencial para se tornar um dos corredores de BRT de maior capacidade do mundo. O corredor pode redefinir o uso e a ocupação da Avenida Brasil, uma das principais vias do Rio de Janeiro e que, no último ano, liderou o ranking de colisões com vítimas. A avenida corta e divide uma série de bairros predominantemente de baixa renda, segregando e dificultando o acesso entre ambos os lados da via. A finalização das obras do corredor TransBrasil é uma oportunidade para reestruturação urbana desses bairros e aprimoramento dos espaços para os moradores, trabalhadores e visitantes da região.
Gestão de espaços públicos na retomada pós-Covid: escala da cidade e escala da rua
Locais da vida em sociedade, os espaços públicos são elementos chave do bem-estar individual e coletivo. Constituem uma rede de áreas abertas como ruas, praças e parques, e também de espaços abrigados, como bibliotecas públicas e museus. Essa rede cumpre múltiplos papéis nas cidades, incluindo o lazer, o convívio social, a conservação ambiental, a circulação e as trocas econômicas. Apesar do papel vital que exercem na vida urbana, via de regra, nas cidades brasileiras encontramos espaços públicos mal conservados, com iluminação insuficiente, calçadas esburacadas e mobiliário em condições precárias. Espaços que, por si só, desestimulam seu uso e trazem prejuízos sociais e econômicos comumente subestimados pelo poder público e pela própria população.
O que é acessibilidade na mobilidade e nos transportes urbanos
Nas aulas de matemática do ensino médio aprendemos que a velocidade média pode ser calculada a partir da razão entre a distância percorrida e o tempo gasto. Durante muitas décadas, o pensamento que impulsionou as políticas de transporte esteve ancorado nesta equação: acreditava-se que objetivo das ações era aumentar a eficiência dos sistemas e que, para isso, bastava diminuir os tempos de viagem através do aumento da velocidade média. Desta forma, a variável distância era considerada menos importante, já que a construção de sistemas de transporte livres de interferências como linhas de metrô, corredores de BRT ou avenidas expressas seriam capazes de manter ou reduzir o tempo de viagem em percursos cada vez maiores.
Mobilidade e pandemia: o que podemos esperar para o futuro da vida nas cidades?
No momento em que este artigo é escrito, ainda é difícil vislumbrar o mundo pós-pandemia de COVID-19 que se espalhou por todo o planeta em apenas 3 meses desde que os primeiros casos foram detectados na cidade Wuhan, naChina, em dezembro de 2019. Cenários distópicos de devastação humana e econômica gerenciados por regimes totalitários ainda caminham em paralelo a visões de sociedades que consigam voltar às ruas adotando padrões mais sustentáveis e seguros para seus hábitos, formas de produção, consumo e organização social. De qualquer forma, paira a impressão de que o mundo não será mais o mesmo e que precisaremos reorganizar uma parte significativa das nossas vidas coletivas e individuais. A paralisação das atividades em escala global em virtude da COVID-19 pode orientar saídas não apenas para a pandemia, mas também para outras urgências que estão batendo à nossa porta faz algum tempo, em especial as mudanças climáticas e a perseverante (e ainda brutal) desigualdade social.
Coronavírus, desigualdade e acesso ao SUS: onde vivem os mais vulneráveis
A pandemia de COVID-19 tem causado rápido crescimento do número de internações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no Brasil, e deverá causar grave sobrecarga na capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS). As cidades de maior porte já têm casos confirmados em populações mais vulneráveis do ponto de vista social. Neste contexto, é crucial para o planejamento de saúde identificar onde moram os grupos sociais vulneráveis com dificuldade de acesso ao SUS, e quais são os estabelecimentos de saúde que deverão enfrentar gargalo mais severo para atender à demanda de internações de pacientes em estado grave.