
Foi evidente o predomínio da matriz corbusiana na fase inicial da arquitetura moderna em Porto Alegre, do final dos anos quarenta ao final dos anos cinquenta; um quadro creditável em grande parte ao êxito da Escola Carioca e sua consequente posição referencial assumida. Entretanto, é perceptível que a arquitetura local do período também se norteou por casos exemplares de outras latitudes e recebeu contribuições palpáveis menores como a uruguaia. O aporte do país vizinho foi um fato concreto, porém de dimensão menor que a apregoada há alguns anos, quando suposições eram instituídas como verdades pela repetição, na ausência de uma necessária historiografia. E é de se lamentar que esse subsídio qualificado tenha sido mais restrito do que se supunha anteriormente, limitando-se à formação de Demétrio Ribeiro e à colaboração de bons professores de Montevidéu [1] ao ensino local, além das duas obras importantes que o arquiteto Fresnedo Siri legou à cidade: o Hipódromo do Cristal e o Edifício Esplanada; e da contribuição posterior das cascas de cerâmica armada de Eladio Dieste, iniciada na CEASA (1970) e desenvolvida através da fábrica Memphis (1976), de um conjunto de residências e algumas edificações para fins comerciais.