Certamente, mais de uma vez você já se pegou olhando fotografias de edifícios famosos e pensando: como seria viver aí? Imagina passar uma noite nas cápsulas da torre Nakagin no Japão, ou desfrutar de um final de semana em uma casa projetada por Shigeru Ban na costa do Sri Lanka.
Natalia Yunis
Faça sua reserva e se hospede em seu edifício favorito
Alejandro Aravena: 'O desafio da arquitetura é sair da especificidade da resposta e abordar a inespecificidade da pergunta'
Apresentamos uma entrevista exclusiva com o vencedor do prêmio Pritzker 2016, Alejandro Aravena, publicada na edição número 31 da Revista AOA. Foi realizada pelo comitê editorial da Revista AOA -representado por Yves Besançon, Francisca Pulido e Tomás Swett- e acompanhado pelas fotografias de Álvaro González. A generosa disponibilidade e carinho de Aravena permitiu abordar questões profundas sobre seu pensamento e projeção arquitetônica, especialmente da Bienal de Veneza.
Smiljan Radić e seu processo de projeto
Em uma entrevista realizada pela Urban Next, o arquiteto Smiljan Radić conta sobre seu processo de projeto, o papel de suas maquetes de estudo, as experimentações e o valor que as maquetes adquirem por si mesmas. Um trabalho de pesquisa que busca mais uma resolução material e construtiva que uma resolução formal.
Como Bjarke Ingels pretende converter uma usina elétrica no parque mais divertido da Dinamarca
Durante o IV Congreso Internacional que a Fundación Arquitectura y Sociedad organiza na cidade de Pamplona, tivemos a oportunidade de conversar com o arquiteto dinamarquês Bjarke Ingels sobre sua postura frente ao título deste edição do congresso: Arquitetura: Mudança Climática. O fundador do BIG falou da importância das tecnologias limpas e como estas deveriam ser aplicadas na arquitetura. Os novos projetos industriais devem romper os paradigmas tradicionais, questionando-se sobre a concepção típica das usinas de energia que podem, e devem, ser reintegradas às comunidades como espaços limpos. Ingels afirma que as tecnologias limpas não são apenas melhores para o meio ambiene, mas também para as cidades, abrindo novas e emocionantes possibilidades para o espaço público.
Referências essenciais do mundo da arte para a formação de qualquer arquiteto
Quais são suas referências? É uma pergunta que escutamos durante toda a carreira. Imagens de projetos e arquiteturas que admiramos convertem-se no ponto de partida para muitos estudantes e arquitetos no momento de enfrentar um papel em branco. São ferramentas úteis para lidar com novos programas e tipologias, mas, também, podem ser uma faca de dois gumes, cortando a criatividade e criando projetos pouco originais que margeiam o plágio.
Mas, estas referências devem ser sempre do mundo arquitetônico? Estudando outras disciplinas as referências se tornam menos literais e podem se tornar um exercício mais rico e subjetivo.
Aqui apresentamos uma seleção de artistas cujos trabalhos respondem as mesmas problemáticas que enfrentamos na arquitetura. Atmosfera. Composição. Espaço. Estrutura. Geometria. Luz. Materialidade. Sociedade. E caso você conheça outras referências interessantes para compartilhar, deixe suas contribuições nos comentários ao final.
Vídeo: Pavilhão da Espanha na Bienal de Veneza 2016 / Imagem Subliminal
Imagem Subliminal nos convida a explorar 'UNFINISHED', o pavilhão espanhol ganhador do Leão de Ouro de Melhor Participação Nacional na Bienal de Veneza de 2016. O jurado destacou a “concisa seleção de arquitetos emergentes, cujo trabalho mostra como a criatividade e o compromisso podem transcender as limitações materiais" de Carlos Quintáns e Iñaqui Carnicero.
Este bloco inovador aspira a poluição do ar
Atualmente a contaminação do ar em algumas cidades é um grande problema e como consequência, os edifícios que colaboram com a diminuição deste problema estão em alta. Nos últimos anos, no entanto, os projetistas estão indo além de uma simples redução das emissões de um edifício e estão trabalhando com técnicas que contribuam, efetivamente, na eliminação dos poluentes aéreos, através de sistemas como a fachada "fotocatalítica" de Nemesi para o Pavilhão da Itália na Expo Milão 2015 que captura e reage com a contaminação na presença da luz.
Contudo, na maioria dos casos, essas novas tecnologias criadas utilizam produtos químicos que afetam diretamente o ar que entra em contato físico com eles. O que aconteceria se os edifícios tivessem um papel mais ativo na tração dos contaminantes do céu? E se trabalhassem como um aspirador? Essa foi a inspiração por trás do Breathe Brick desenvolvido por Carmen Trudell, professora assistente na Escola de Arquitetura de Cal Poly San Luis Obispo e fundadora da Both Landscape and Architecture.
Pesquisadores da Universidade de Michigan aprimoram painéis solares utilizando a antiga arte japonesa do Kirigami
A energia solar é considerada por muitos como o futuro da eletricidade mundial. Cidades como Houston e Mumbai estão adotando a incorporação de infraestruturas solares em coberturas de edifícios e também em zonas rurais, sistemas que em sua maioria estão padronizados e compostos por painéis fixos dispostos de forma que otimize a absorção do sol nos horários de pico. Somente os painéis mais sofisticados são ajustáveis e acompanham o sol ao longo do dia e, são capazes de absorver a máxima quantidade de luz permitida pela tecnologia, o que significa que metade do painel do edifício perde uma quantidade significativa da energia disponível.
Pesquisadores da Universidade de Michigan desenvolveram um sistema de energia solar que pode absorver a maior quantidade de luz reduzindo ao mesmo tempo a liberação da pegada de carbono proveniente da produção dos próprios painéis. Os resultados são surpreendentemente interessantes: através da utilização da antiga arte japonesa do Kirigami, uma variação do Origami, os pesquisadores foram capazes de aumentar em até 40% a absorção da luz solar em relação aos painéis tradicionais.
Barry Bergdoll e a crescente "fascinação gringa" pela América do Sul
Após a muito bem sucedida exposição Latin America in Construction, Architecture 1955-1980 no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), tivemos a oportunidade de conversar com o curador Barry Bergdoll durante sua visita ao Chile. Professor de história da arte no departamento de História da Arte e Arqueologia da Columbia University e ex-curador-chefe do departamento de Arquitetura e Desenho do MoMA, Bergdoll se aproximou da disciplina a partir da história cultural e sociologia das profissões, focando na história e problemáticas de exibir a arquitetura.
Na ocasião, Bergdoll nos falou sobre a importância de viajar, enfatizando sua dívida pessoal com a América Latina e reconhecendo-se como parte de uma crescente "fascinação gringa" pela América do Sul. Após sete anos de pesquisa para esta exposição, Bergdoll nos traz um olhar externo ao recente ressurgimento e crescimento do subcontinente e como hoje ele apresenta uma cultura arquitetônica internacionalmente reconhecida.
Os melhores tutoriais de softwares para arquitetura
Na prática da arquitetura contemporânea, a proficiência em uma variedade de softwares está se tornando cada vez mais importante. Para quase todos os empregos no campo, já não é suficiente ter uma mente hábil e um lápis; trabalhos diferentes podem requerer diferentes níveis de especialização e diferentes tipos de softwares. Portanto, uma coisa parece universalmente aceita, algum nível de envolvimento com softwares é agora uma exigência.
Embora os softwares tenham aberto uma enorme gama de capacidades para os arquitetos, eles também apresentam um desafio: as universidades têm criado diferentes abordagens para o ensino dos softwares, com algumas aulas e acesso a especialistas enquanto outros preferem ensinar teoria de projeto e esperar que os alunos busquem aperfeiçoar suas habilidades tecnológicas em seu próprio tempo. Recém graduados, portanto, já enfrentam uma de divisão nas habilidades - e isso sem mencionar os muitos, muitos arquitetos que saíram da universidade antes da era AutoCAD, e passaram as últimas décadas acompanhando as novas ferramentas.
A internet tem, portanto, um enorme efeito democratizante nesse sentido, oferecendo tutoriais, muitas vezes gratuitamente, para qualquer pessoa conectada - desde que você saiba onde procurar. É por isso que o ArchDaily Brasil quer a sua ajuda para criar um diretório dos melhores sites de tutoriais de arquitetura. Saiba como ajudar (e veja nossa pequena lista) a seguir.
Espacios de Paz, esperança na Venezuela
Em um recente artigo publicado pelo The Architectural Review com o título de Venezuelan urban acupuncture: Spaces of Peace by PICO Estudio, Nicolás Valencia comenta sobre como uma geração de jovens arquitetos venezuelanos enfrenta os desafios mais práticos da arquitetura em um contexto local tenso e conflituoso.
Todavia, estas condições não impediram o surgimento de novos coletivos que apostam no trabalho participativo e em projetos de caráter social. Este é o caso do "PICO Estudio, um escritório que desde 2014 desenvolve o projeto Espacios de Paz, um ambicioso exercício de acupuntura urbana e desenho participativo em oito cidades venezuelanas". De acordo com Valencia, "durante cinco semanas, vinte coletivos latino-americanos refletem, projetam e constroem equipamentos públicos em bairros afetados pela pobreza, violência e desemprego."
Alejandro Haiek Coll: "Devemos substituir o papel do especialista pelo do cidadão"
Em um recente artigo publicado pela Architecture Now, Justine Harvey entrevista o arquiteto e artista venezuelano Alejandro Haiek Coll, cofundador do LAB.PRO.FAB e do The Public Machinery, além de professor da Universidad Central de Venezuela. Alejandro é descrito como "um dos jovens urbanistas mais inovadores do momento", dedicando sua carreira a recuperar paisagens inativas, contextos sociais degradados e situações pós-catástrofe. Coll participou de vários projetos em Christchurch, Nova Zelêndia, e no projeto Espacios de Paz na Venezuela, entre outros.
Trabalhando com a ideia de que as cidade estão em constante ameaça e que são organismos que podem ser reprogramados para se adaptar às necessidades e exigências de seus cidadãos, Alejandro propõe iniciativas participativas e comunidades ativas capazes de transformar e melhorar seu entorno construído. Substituindo o papel do arquiteto e urbanista pelo do cidadão, pode-se criar uma força poderosa capaz de replicar experiências e fomentar uma colaboração integradora. O desafio é agora estabelecer novas legislações e novas formas de ação coletiva.
Arabesque Wall: impressão 3D de uma parede composta por 200 milhões de superfícies
Com 3 metros de altura, 'Arabesque Wall' de Benjamin Dillenburger e Michael Hansmeyer é um objeto de complexidade intimidadora. Feita a partir de impressão 3D ao longo de 4 dias e com um arquivo de 50 Gigabytes, a peça é uma demonstração das incríveis possibilidades formais alcançadas com o desenho algorítimico e impressão 3D.
"A arquitetura deve surpreender, emocionar e irritar", explicam Dillenburger e Hansmeyer. "Tanto em um esforço intelectual e fenomenológico, deve ser abordada não apenas com a mente, mas com todos os sentidos. Deve ser julgada pelas experiências que gera."
A promessa de Alejandro Aravena para a Bienal de Veneza 2016
Em um recente artigo publicado pela ARCHITECT magazine, o colunista Aaron Betsky examina o potencial do arquiteto chileno Alejandro Aravena como novo diretor da 15ª Bienal de Veneza, que acontecerá no próximo ano. Após o cinismo, realismo ou crítica construtiva de Elements of Architecture, 14ª edição da Bienal, dirigida por Rem Koolhaas, Betsky comenta que a participação de Aravena é uma boa notícia. O arquiteto promete uma Bienal que argumenta a favor de uma arquitetura que busca melhorar a qualidade de vida para todos:
"Há várias batalhas que devem ser vencidas e várias fronteiras que necessitam ser ampliadas a fim de melhorar a qualidade do entorno construído e, consequentemente, a qualidade de vida das pessoas. Isso é o que gostaríamos que as pessoas venham ver na 15ª Bienal de Veneza: estórias de êxito que valem a pena ser contadas e valiosos casos exemplares que devem ser compartilhados, onde a arquitetura faz, é e será a diferença nessas batalhas e fronteiras."
Por dentro do pavilhão da Espanha na Expo Milão 2015
Os fotógrafos Iñigo Bujedo-Aguirre e Adrià Goula compartilharam conosco imagens inéditas do pavilhão espanhol para a Expo Milão 2015. Essa estrutura, projetada pelo escritório catalão B720 Fermín Vázquez Arquitectos, representa uma "fusão" da tradição e da inovação gastronômica da Espanha. Essa dualidade cria um espaço permeável, atraente e flexível que incorpora uma área livre e aberta - um pátio de laranjeiras, outro elemento de identidade da cultura espanhola.
Expo Milão 2015: Pavilhão do Uruguai / INAC
A Expo Milão 2015 será um evento com características particulares em relação às edições anteriores, uma vez que será a primeira Expo concebida em uma época em que as ameaças das mudanças climáticas e os desafios da pobreza e a fome mundial se tornaram parte relevante da agenda mundial. O Master Plan do arquiteto Jacques Herzog foi desenhado seguindo as premissas do tema principal da Expo: "Alimentando o Planeta, Energia para a Vida".
O projeto do Pavilhão do Uruguai para a Expo Milão 2015 apresenta o país através de um volume único simples, mas com uma forte imagem que o confere uma clara identidade própria. Apoiado em uma praça pública de clima agradável durante todo o período da Expo, estabelece uma continuidade natural com um dos principais espaços públicos da feira: o Decumano, o qual está frente ao lote 19, limites com os pavilhões da Tailândia e Nova Guinea, e se encontra bastante próximo do Pavilhão da China, comunicando-se com este através de uma rua secundária.
Pritzker 2015: Frei Otto e a importância da experimentação na arquitetura
O júri do Prêmio Pritzker deste ano escolheu o arquiteto Frei Otto como quadragésimo vencedor do maior prêmio de arquitetura do mundo, fazendo dele o segundo arquiteto alemão a receber a honraria e o primeiro da história a recebê-la postumamente.
Os jurados o descreveram em seu comunicado oficial como um profissional que levou seu trabalho além dos limites da disciplina. Um arquiteto que foi, ao mesmo tempo, um inventor, engenheiro, construtor, pesquisador, ecologista e humanista.
Queremos conhecer com maior profundidade esse notável arquiteto a partir de sua conversa com Juan María Songel em 2004, na qual Otto ressalta a importância da experimentação na arquitetura, colocando-a na posição de eixo central de sua obra. Como ele bem colocou, "A pesquisa bem sucedida deve ser ousada!".