Questionado durante o Fórum do Futuro, que aconteceu no Porto entre os dias 23 e 30 de novembro, sobre o papel do arquiteto no atual contexto sociopolítico, Álvaro Siza respondeu com o humor e tom cáustico habitual: “Eu sou uma estrela cadente.”
Na ocasião, Siza tinha ao seu lado ninguém menos que Rafael Moneo, vencedor o Prêmio Pritzker em 1996. No debate, intitulado “A arquitetura na reconstrução da cidade”, ambos os arquitetos foram indagados sobre a profissão da arquitetura no cenário econômico contemporâneo e, através de suas falas, se mostraram incomodados com a atual explosão de “arquitetos estrelas”.
Tanto Siza como Moneo se mostram mais interessados em explorar os tempos passados de uma disciplina que hoje se apresentam bastante subvalorizada. Como apontou Moneo, hoje em dia, quando se contrata um arquiteto como Frank Gehry, o cliente está disposto a “pagar por uma imagem brilhante”, mas não os custos de uma construção brilhante, sólida e perene. O investimento é direcionado para o arquiteto “que trará brilho ao cliente, e não se aposta na qualidade da arquitetura."