Grande parte da produção da arquitetura moderna no continente americano foi baseada no modelo dos arquitetos europeus que, com suas obras, lançaram as premissas e ideias fundamentais para a vida moderna. Estes pilares da arquitetura foram transferidos, e consequentemente adaptados, ao território americano, introduzindo, ao mesmo tempo, suas próprias características de acordo com o contexto territorial, sócio-cultural e econômico.
Entendemos que uma boa arquitetura é aquela que serve como modelo para resolver problemas inerentes ao campo em geral. É por isso que certas referências que consideramos hoje como "clássicos" são exemplos de boas práticas arquitetônicas que foram apropriadas por outros arquitetos, a partir da adoção de elementos pertinentes e necessários para alcançar um resultado de acordo com cada contexto particular.
É notório que cidades em todo o mundo precisam empreender esforços para que mais pessoas optem pelos meios mais sustentáveis de transporte – a caminhada, a bicicleta e o transporte coletivo – em detrimento de carros e motos. Mas o que nos leva a escolher um meio de transporte em vez de outro? Quais fatores estão por trás da nossa escolha? Será que são, de fato, decisões conscientes ou apenas “hábitos automáticos”? Compreender este processo é passo importante na promoção de ações para a mobilidade sustentável.
Projetado por Bjarke Ingels Group, o Centro de Ciências Robert Day no CMC na Califórnia é inovador e deve ser concluído em 2024. Com auditório aberto, laboratórios, espaços de pesquisa e cobertura multifuncional com vista de 360 graus do Monte Baldy, o prédio atenderá uma comunidade de 1.400 alunos. Ao literalmente empilhar disciplinas em uma composição tipo Jenga, uma barra sem colunas servirá como um centro de colaboração multinível e uma encruzilhada para o pensamento científico, e também estimulará o resto dos estudantes de artes liberais a se interessarem mais pelas ciências e vice-versa.
A vulnerabilidade presente em países da periferia do capitalismo, como é o caso brasileiro, gera uma série de consequências que tanto se evidenciam em estatísticas, quanto se refletem no território ocupado. A periferização e a dificuldade de acesso a direitos fundamentais como saúde, educação e habitação, são parte dessas consequências, cujo combate e enfrentamento se dá por grupos sociais organizados que buscam construir alternativas dentro desse cenário, assim como é o caso dos movimentos sociais e da Usina CTAH, uma prática de arquitetura dedicada ao assessoramento técnico de grupos sociais organizados.
Em um contexto em que a falta de segurança pública assola cotidianamente as grandes cidades brasileiras, impactando a maneira como nos comportamos no ambiente urbano, é importante observar não apenas como agimos nesse ambiente mas também como o construímos e com quais intenções o modificamos.
Muros altos, grades, câmeras, alarmes e concertinas já fazem parte de uma paisagem que se demonstra amedrontada e parece buscar constantemente uma “proteção” do patrimônio privado, muitas vezes em detrimento da apropriação do espaço público.
"El ladrillo es, sin duda alguna, el material de construcción más validado por el imaginario colectivo; desde las fábulas infantiles hasta los relatos más experimentales se han inspirado en los varios signos que le confiere su impronta."
Assim começa "Arquitecturas Argentinas con Ladrillo", um livro editado por Bisman Ediciones e coeditado pela Universidade de Morón e grupo UNICER, com a participação da Universidade Católica de Córdoba. Este, como um compêndio, representa uma seleção minuciosa de obras recentemente construídas na Argentina com um grande denominador comum: o estudo e uso do tijolo como material de construção para a arquitetura.
Por meio de diversos recursos gráficos como plantas, fotos e detalhes construtivos inéditos, o livro apresenta-se como um verdadeiro catálogo de tipologias que investiga a diversidade e versatilidade das aplicações da alvenaria na Argentina. Um volume que compila história, técnica e referências contemporâneas mostrando como, inevitavelmente, o tijolo se posiciona sendo um dos materiais distintivos e identificadores da arquitetura argentina e latino-americana.
Um desenvolvedor em Nova York comprou o primeiro edifício comercial de token não fungível (NFT) na cidade de Nova York. "Localizado" na 44 West 37th Street, o NFT de 4.700 metros quadrados serve como um ativo digital imutável que aponta para uma transformação na forma como projetamos, construímos, operamos e monetizamos nossos espaços, com apenas "um clique". O edifício de 16 andares foi criado pela empresa de inteligência espacial Integrated Projects e questiona a função da arquitetura no mercado imobiliário e no metaverso.
Estantes têm uma função clara: organizar, armazenar e expor. Esse papel simples, mas vital, tornou-as uma obrigação em todos os lares, mantendo o local arrumado armazenando livros, roupas, brinquedos ou quaisquer outros itens que, de outra forma, seriam espalhados pelo chão. Embora geralmente encontradas em armários, quartos, banheiros e cozinhas, as prateleiras são úteis onde quer que o armazenamento extra seja necessário. São especialmente ideais para tirar o máximo proveito das salas pequenas, o que sempre se beneficiará de ter espaço mais limpo e sem desordem. Respondendo a essa necessidade crucial de armazenamento e, seguindo uma abordagem rigorosa de 'forma segue a função', as estantes tradicionais são frequentemente compostas por planos horizontais mínimos e planos presos a uma parede - um layout simples que não se destina particularmente a chamar a atenção. Portanto, as pessoas não tendem a pensar em estantes além do armazenamento e, nesse sentido, as inúmeras possibilidades de design que eles oferecem são frequentemente negligenciadas.
Nos últimos anos, diversos eventos climáticos ocorridos ao redor do mundo assolaram cidades, inclusive as brasileiras. Em 2022, chuvas intensas caíram sobre as ruas da região serrana do Rio de Janeiro, especialmente a cidade de Petrópolis, que registrou 250 deslizamentos em um único dia.
Algo semelhante ocorreu em Pernambuco, onde chuvas acima da média levaram ao deslizamento de barreiras. No final de 2021, no estado da Bahia, as ocorrências ligadas às fortes chuvas deixaram pelo menos 72 municípios em situação de emergência. Assim como nos exemplos anteriores, a ocorrência deixou mortos e diversas famílias desabrigadas. Ao redor do mundo o quadro não é diferente, ainda que os eventos sejam outros.
https://www.archdaily.com.br/br/990345/a-equidade-nas-ruas-comeca-com-a-reforma-dos-estacionamentosITDP Brasil
O anualBurning Man voltou ao Deserto de Black Rock após um hiato de três anos de atividades presenciais devido à pandemia. De 28 de agosto a 5 de setembro o festival deste ano explorou o tema “Walking Dreams”, celebrando os sonhadores que canalizam o poder dos sonhos e da imaginação, tanto de forma literal quanto figurativa. Como todos os anos, os pavilhões que foram instalados no deserto exploraram o tema de forma criativa e inesperada.
Este ano, muitas das instalações abordaram temas de ecologia e sustentabilidade. Algumas das instalações foram construídas com materiais reaproveitados, incluindo uma escultura de luz interativa feita com plástico recuperado do oceano. Todos os anos, o festivalBurning Man distribui uma série de bolsas de pesquisa, financiadas com a receita da venda de ingressos, com o objetivo de patrocinar parcialmente projetos artísticos específicos.
A mitigação das mudanças climáticas e a adaptação aos riscos gerados por eventos extremos mais frequentes demandam uma transformação rápida e radical das cidades de todo o mundo, uma vez que elas são responsáveis pela maior parte das emissões globais de gases de efeito estufa. Os impactos de um clima em transformação, no entanto, não são compartilhados de modo uniforme por todas as cidades, e quem sente os seus efeitos mais intensos são justamente as populações mais vulnerabilizadas. Para transformações urbanas de baixo carbono inclusivas e adaptadas aos diferentes contextos urbanos, é necessário aproximar a agenda global do clima à escala local – às pessoas que vivem e conhecem os seus territórios.
https://www.archdaily.com.br/br/989596/duas-cidades-brasileiras-buscam-abordagens-locais-inovadoras-para-a-crise-climaticaCamila Alberti, Ariadne Samios e Isadora Freire
Ao longo dos anos, a arquitetura de interiores evoluiu de acordo com as necessidades que foram surgindo mas, sobretudo, com as experiências que procura evocar no usuário. Nos últimos dois anos pudemos testemunhar uma mudança radical e um interesse especial por este tema já que a pandemia obrigou-nos a dar uma atenção específica à configuração dos lugares que habitamos. Isso trouxe consigo projetos muito mais abrangentes que buscam atender ao bem-estar do usuário, combinando cores, experiências sensoriais, tecnologia e elementos naturais que promovem a saúde.
Se você mora em uma área urbana, suburbana ou rural, há uma boa chance de que usar uma calçada, de alguma forma, faça parte de sua rotina diária. Seja atravessando uma calçada para chegar ao seu carro em um estacionamento ou andando vários quarteirões em seu trajeto até o centro da cidade, as calçadas são essenciais para criar locais seguros para os pedestres distante das ruas. Mas o que acontece quando as cidades não se responsabilizam pela manutenção das calçadas e elas são deixadas sob cuidado das pessoas que apenas as usam?
Você já deve ter ouvido falar sobre o uso de bambu em abrigos temporários criados nos esforços de ajuda humanitária após um terremoto, mas o bambu pode realmente ser muito valioso na construção de edifícios que podem suportar terremotos. Por que devemos olhar a este material como uma solução temporária após um desastre quando poderíamos salvar vidas construindo com ele em primeiro lugar? O bambu é uma ótima opção para construir casas e abrigos em regiões propensas a terremotos, desde que as estruturas sejam bem projetadas, construídas e mantidas. Das antigas estruturas tradicionais a construções modernas, vários exemplos de todo o mundo provaram-se contra as próprias forças da natureza que derrubaram edifícios de concreto e tijolos.
https://www.archdaily.com.br/br/989571/o-bambu-e-um-material-de-construcao-seguro-em-desastres-naturais-como-terremotosLayane Al Madani
Max Bill foi um designer, pintor, escultor e arquiteto suíço reconhecido como um dos mais influentes do século 20, principalmente pelo movimento concretista, atuando especialmente na área da educação, no Brasil e na Alemanha. Já Lina Bo Bardi, uma das mais icônicas arquitetas do século 20, que ficou conhecida por projetar o MASP e a famosa Casa de Vidro. Seu legado extrapola o campo da arquitetura, pois ela também contribuiu para a cenografia, artes plásticas, desenho de mobiliários e design gráfico.
https://www.archdaily.com.br/br/990602/casa-zalszupin-recebe-exposicao-com-obras-de-lina-bo-bardi-e-max-billArchDaily Team
O projeto de um novo distrito tecnológico urbano para a área Creekside de Al Jaddaf, em Dubai, foi desenvolvido pela URB. O distrito visa gerar mais de quatro mil empregos em tecnologias urbanas, educação e treinamento, além de acolher empreendedores para incentivar um ecossistema tecnológico colaborativo. Não apenas instalações para treinamento, pesquisa, conferências, incubadoras de empresas, espaços compartilhados e escritórios estão previstos no projeto, como também um instituto de tecnologia urbana, que espera impulsionar a inovação investindo em pesquisa aplicada e viabilizando parcerias público-privadas.
Jeanne Gang, fundadora do Studio Gang, foi nomeada a ganhadora do Prêmio Charlotte Perriand de 2023 pelo The Créateurs Design Awards. De arranha-céus a museus, incluindo a Aqua Tower - o edifício mais alto do mundo projetado por mulheres na época de sua conclusão - e o recentemente inaugurado Museu de Belas Artes do Arkansas, Gang tem demonstrado sua dedicação à criação e implementação de melhores práticas em reutilização sustentável, biodiversidade ecológica e equidade social. Jeanne Gang, a primeira mulher arquiteta a receber o prêmio Charlotte Perriand, junta-se à lista de laureados do CDA AWARDS, com Sir David Adjaye e Tadao Ando.
O estilista Paul Smith, a banda britânica Radiohead e o diretor de cinema sueco Ingmar Bergman parecem não ter nada em comum, exceto por serem constantemente citados como grandes inspirações para o arquiteto paulistano Isay Weinfeld. Uma gama multidisciplinar de influências que diz muito sobre a sua personalidade e, consequentemente, sobre suas obras.
Interior AI é uma plataforma que ajuda os usuários a gerar novos estilos e até novas funções para seus espaços interiores. O programa utiliza a entrada de uma imagem 2D de um ambiente interno, seja uma imagem encontrada na internet ou uma fotografia feita pelo usuário. Ele pode então modificar essa imagem para se adequar a um dos 16 estilos pré-selecionados, variando de minimalista, art nouveau ou biofílico a barroco ou cyberpunk. O programa também permite que os usuários selecionem uma função diferente para quarto, cozinha, home office, pátio externo ou até academia, gerando um espaço completamente novo.
A prática arquitetônica sempre esteve enraizada no que as pessoas agora chamam de “design centrado no ser humano”. O termo, cunhado pelo engenheiro irlandês Mike Cooley em sua publicação de 1987 “Human-Centred Systems” (Sistemas centrados no ser humano) descreve uma abordagem de design em torno da identificação das necessidades das pessoas e da solução do problema certo com intervenções simples. A arquitetura se equilibra entre arte estética e design prático. Com vários colaboradores e objetivos para o projeto, muitas vezes as necessidades do usuário final ficam comprometidas no projeto. Para ajudar os arquitetos a projetar melhor para as pessoas, novas metodologias podem se inspirar em técnicas de design centradas no ser humano desenvolvidas por designers de experiência do usuário (UX).
Com inauguração prevista para 2025, o Lucas Museum of Narrative Art em Los Angeles teve os detalhes mais recentes sobre sua construção e a adição de obras de arte revelados. Pioneiro, o Lucas Museum, fundado pelo cineasta George Lucas e sua esposa Mellody Hobson, se dedicará a todas as formas de arte visual, incluindo pintura, fotografia, escultura, ilustração, quadrinhos, performance e vídeo. Projetado por Ma Yansong da MAD Architects com Michael Siegel da Stantec, o edifício de cinco andares e 27.900 metros quadrados contará com um espaço de galeria, dois teatros de última geração e espaços dedicados para aprendizado, jantar, varejo e eventos.
Women Bauhausé um novo coletivo de arte formado por cinco artistas lideradas pela mentora Sabine Marcelis, que está se inspirando no legado das mulheres no movimento Bauhaus. O projeto foi encomendado pela marca de cosméticos de luxo La Prairie como parte de seu mecenato às artes. Os projetos desenvolvidos são inspirados em ícones da Bauhaus, como as artistas têxteis Otti Berger, Benita Koch-Otte e a escultora, metalúrgica e designer Marianne Brandt. A iniciativa também espera chamar a atenção para o legado muitas vezes esquecido de mulheres que aderiram ao movimento Bauhaus e cujas lutas para se afirmarem como artistas e designers raramente são reconhecidas.
A cidade do Rio de Janeiro teve sua paisagem edificada, ao longo dos seus 457 anos, de diversas formas. Nos primeiros séculos se consolidou no entorno da Rua Direita, atual rua Primeiro de Março, basicamente com casarios de dois pavimentos, normalmente com seu térreo formado por uma porta e duas janelas — isso decorria da medida da época, a braça, e os seus lotes que costumavam ter três braças (cada braça equivale a 2,2 metros). O perfil fundiário carioca sempre foi um indutor da forma urbana e o lote português, com testada pequena e muito comprido, marcou uma época da nossa cidade e é uma marca do desenvolvimento da cidade.
https://www.archdaily.com.br/br/989220/a-paisagem-urbana-e-a-matematica-da-cidadePedro Duarte e Rogerio Goldfeld Cardeman
O escritório de arquitetura Rogers Stirk Harbour + Partners (RSHP) venceu o concurso internacional de projetos para um novo centro empresarial, que em funcionamento terá emissões de carbono próximas a zero, na cidade de Vilnius, Lituânia. O concurso, organizado pela União de Arquitetos da Lituânia e pelo Fundo de Desenvolvimento do Right Bank, solicitou um projeto de um espaço de escritórios de 19.200 metros quadrados no Distrito Central de Negócios da cidade. Uma das maiores ambições do projeto foi a redução dos índices de carbono, alcançada por meio de várias estratégias, incluindo o uso de tábuas de madeira laminada cruzada e materiais de origem local.