No momento em que uma árvore é cortada e seus processos biológicos são interrompidos, pode-se dizer que se inicia também o processo de deterioração da madeira. Etapas como o corte correto do tronco, a secagem e armazenamento ou a especificação certeira das melhores espécies para cada uso determinarão a durabilidade da mesma. Formada basicamente por celulose, hemicelulose e lignina, cada espécie de madeira apresenta uma determinada durabilidade natural, influenciada também pelas condições ambientais de onde ela está inserida, como a temperatura, a umidade, o teor de oxigênio, e os microrganismos e insetos ali presentes. Geralmente, utilizam-se tratamentos na superfícies para aumentar a proteção das peças, como vernizes, óleos e outros processos químicos. Mas há situações em que madeiras sem tratamento podem ser utilizadas em exteriores, alcançando uma estética acinzentada e sóbria que se mescla ao exterior e traz personalidade à edificação.
Arquitetura e natureza: estratégias de intervenção em paisagens sensíveis
A intervenção humana sobre a paisagem natural é em si, algo contraditório. Se por um lado a arquitetura nos permite um acesso imersivo ao ambiente natural, por outro, edificar sobre a paisagens sensíveis significa despojá-la de sua própria essência. Portanto, ao considerarmos a arquitetura como um artifício que normatiza a presença humana na paisagem natural, o ato de construir implica também estarmos conscientes das múltiplas escalas envolvidas e, acima de tudo, de que a arquitetura—especialmente nestes contextos—é a nossa principal ferramenta para estabelecer os limites entre o acesso à paisagem e a preservação do meio ambiente. Explorando uma variedade de diferentes abordagens e estratégias formais de projeto, apresentaremos à seguir uma série de importantes lições apreendidas através de experiências concretas realizadas por distintos arquitetos e escritórios de arquitetura, experimentos que nos ensinam outras formas de abordar as relações entre a arquitetura e a paisagem.
Hut-to-Hut / Rintala Eggertsson Architects
Fleinvær Refugium / TYIN Tegnestue + Rintala Eggertsson Architects
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Arquitetos: Rintala Eggertsson Architects, TYIN Tegnestue; Rintala Eggertsson Architects, TYIN Tegnestue
- Área: 123 m²
- Ano: 2017
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Fabricantes: Kebony, Livos Naturmaling, Norsk Spon
K21 Skardsøya / TYIN Tegnestue Architects
TYIN tegnestue disponibiliza gratuitamente um guia para projetar e construir em áreas menos favorecidas
O escritório TYIN tegnestue é conhecido por seus projetos de pequena escala em áreas menos favorecidas de todo o mundo, mas talvez você ainda não soubesse o quão aberto ele são em relação a compartilhar seus trabalhos. Navegando pelo website do escritório, vemos que muitos de seus projetos antigos estão disponíveis para download na forma de fotografias, croquis, desenhos e modelos. Os arquitetos acreditam que compartilhando seus conhecimentos, estão incentivando estudantes e jovens arquitetos a aprender através da construção. O grupo criou, inclusive, a "TYIN Architect's Toolbox", um guia disponível para download que serve de auxílio para projetar e construir em áreas carentes.
Barnetraakk / TYIN Tegnestue + Rintala Eggertsson Architects
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Arquitetos: Rintala Eggertsson Architects, TYIN Tegnestue; Rintala Eggertsson Architects, TYIN Tegnestue
- Área: 20 m²
- Ano: 2013
Lyset paa Lista / TYIN Tegnestue
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Arquitetos: TYIN Tegnestue
- Área: 120 m²
- Ano: 2013
TRD Heinemann / TYIN Tegnestue
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Arquitetos: TYIN Tegnestue
- Área: 62 m²
- Ano: 2014
O ser humano como medida da arquitetura
Embora desde a primeira edição do livro A Arte de Projetar em Arquitetura, de Ernst Neufert - publicada na Alemanha em 1936 - o mundo tenha mudado muito, o famoso manual apresenta conceitos elementais de desenho que seguem, em sua maioria, ainda vigentes, pois toma o ser humano como unidade de medida.
Entretanto, a arquitetura parece constantemente tomar outros rumos, afastando-se de seus princípios básicos para satisfazer requisitos que muitas vezes não têm relação direta com sua habitabilidade. Naqueles anos, Neufert estava preocupado com a redução da escala do projeto: "creio que este é o motivo da usual falta de relação entre os edifícios, já que os projetistas partem de escalas diferentes e arbitrárias e não levam em consideração a única correta, o homem".
Hoje em dia fazemos arquitetura com base em quais parâmetros?