Erguendo-se sobre as cidades globais, o arranha-céu moderno há muito tempo é um símbolo de crescimento econômico e declínio ambiental. Durante anos, eles foram criticados pelos ambientalistas por serem consumidores descontrolados de energia. O arquiteto malaio Kenneth Yeang reconheceu o arranha-céu como uma necessidade nas cidades modernas e adotou uma abordagem pragmática para tornar mais verde a tipologia de construção que, de outra forma, seria insustentável. Os arranha-céus bioclimáticos de Yeang buscam combinar a economia de espaço com a sustentabilidade e a melhoria dos padrões de vida.
Crise Climática: O mais recente de arquitetura e notícia
Arranha-céu bioclimático: as estratégias de ecodesign de Kenneth Yeang
Dia da Terra 2023: cidades abordam crise climática iniciativas comunitárias e engenharia inovadora
Todo ano, desde a sua criação em 1970, o Dia da Terra tem como objetivo destacar não só os efeitos cada vez mais ameaçadores das mudanças climáticas, mas também as medidas eficazes e as iniciativas de adaptação que podem melhorar a qualidade do nosso ambiente. O evento deste ano ocorreu após um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU em março, que apresentou outro alerta sobre a magnitude das mudanças produzidas pelo aquecimento global induzido pelo homem e seu impacto nas pessoas e ecossistemas.
O mesmo relatório também traz perspectivas otimistas, mostrando que medidas de adaptação podem construir resiliência, mas transformações urgentes em todo o sistema são necessárias para garantir um futuro net-zero. Em resposta a essas descobertas, o tema do Dia da Terra de 2023 é "Investindo em Nosso Planeta" – um incentivo para governos, instituições, empresas e sociedade civil acelerarem a mudança. A seguir, conheça iniciativas em nível municipal alinhadas com esses objetivos de construir resiliência e um futuro mais sustentável por meio de legislação, envolvimento cívico e sistemas inovadores.
Governo pode decretar emergência climática permanente em mil cidades
A última semana foi de caos e desespero para milhares de famílias brasileiras que vivem no Norte e Nordeste do país. Fortes chuvas atingiram cidades localizadas no Pará, Maranhão, Acre e Amazonas, centenas de residências foram alagadas enquanto outras foram totalmente destruídas pelas correntezas.
O que é compensação de carbono?
Muito se fala sobre os perigos que a humanidade como um todo irá enfrentar com os efeitos da crise climática. Enchentes mais intensas, secas prolongadas, verões mais quentes e invernos congelantes são algumas das consequências imediatas que já podemos sentir.
A causa para tais catástrofes locais é um problema global e histórico: a emissão crescente e sistemática de gases de efeito estufa (GEE) por atividades antrópicas desde a revolução industrial. Estes gases intensificam o efeito estufa de nossa atmosfera, um fenômeno natural que garante a existência de vida no planeta. O efeito estufa acentuado desequilibra ciclos naturais, colocando em risco agora não mais apenas nosso futuro, mas já o nosso presente.
A trajetória dos 10 maiores emissores de carbono desde o Acordo de Paris
Muita coisa aconteceu desde que os países se encontraram em Paris, em 2015, e estabeleceram um acordo para combater as mudanças climáticas. Até aqui, mais de 196 países ratificaram ou se juntaram de alguma maneira ao Acordo Climático de Paris, representando mais de 96% das emissões globais dos gases de efeito estufa. Em paralelo, 57 países – incluindo Estados Unidos, Japão, Canadá, Alemanha e México –, também elaboraram planos de longo prazo para descarbonizar suas economias.
CARE, uma ferramenta digital para comparar as emissões de construções novas e de reuso
A reforma e a reutilização adaptativa têm estado na vanguarda do discurso arquitetônico nos últimos anos. Isso demonstra que a profissão está cada vez mais consciente de seu impacto no meio ambiente e das oportunidades de reaproveitar o que já foi construído. A Architecture 2030 lançou recentemente o CARE, ou Carbon Avoided Retrofit Estimator, uma nova ferramenta digital que permite que arquitetos, proprietários e comunidades quantifiquem a reutilização adaptativa. Ao inserir um conjunto simplificado de informações do projeto, como metas de energia e possíveis intervenções na construção, os usuários podem estimar rapidamente as emissões operacionais de carbono geradas pelo uso do edifício e as emissões de carbono incorporadas que estão vinculadas aos materiais de construção empregados.
IPCC pede mudanças imediatas com soluções que já existem
Reunindo pesquisas científicas atuais, um novo relatório de ciência climática do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU foi aprovado e divulgado depois de intensas negociações entre os principais cientistas do mundo e governos. Com 37 páginas, o Relatório de Síntese da Sexta Avaliação do IPCC (AR6), reúne seis relatórios científicos e políticos aprofundados, e tem como público alvo principal os formuladores de políticas.
Um parque costeiro como equipamento público e atenuador do clima
Este artigo foi publicado originalmente no Common Edge.
Esta semana, o Museu de Arte Moderna lança oficialmente uma nova série de exposições intitulada Architecture Now. De acordo com o MoMA, “a primeira iteração da série, New York, New Publics, irá explorar as maneiras pelas quais os escritórios com sede na cidade de Nova York têm expandido a relação da arquitetura metropolitana com diferentes públicos através de 12 projetos concluídos recentemente.”
A exposição mostrará trabalhos voltados para o público, como parques, jardins e piscinas comunitárias, feitos por Adjaye Associates, Agency—Agency e Chris Woebken, CO Adaptive, James Corner Field Operations, Kinfolk Foundation, nArchitects, New Affiliates e Samuel Stewart-Halevy, Olalekan Jeyifous, Only If, PetersonRich Office, SO – IL e SWA/Balsley e Weiss/Manfredi.
Pavilhão da Finlândia na Bienal de Veneza 2023 declara morte do vaso sanitário com descarga
Na Bienal de Arquitetura de 2023, o Pavilhão da Finlândia apresentará a exposição Huussi, Imagining the Future History of Sanitation, que trata da arquitetura da circulação de água e nutrientes, questionando o vaso sanitário com água e suas implicações para o futuro. "Huussi" é a palavra finlandesa para banheiro externo, um pequeno banheiro de compostagem usado pelos finlandeses em ambientes rurais e casas de campo. A exposição, com curadoria de Arja Renell e The Dry Collective, apresenta esta tipologia como ponto de partida para encontrar soluções alternativas à gestão de águas residuais, inspirando os profissionais a começarem a pensar em novas soluções de saneamento. Em seu cerne, a exposição questiona as consequências dos resíduos no contexto da crise climática que o mundo atravessa.
Como Amsterdã usa a economia da rosquinha para criar estratégias equilibradas para pessoas e meio ambiente
Em 2020, em meio à primeira onda de bloqueios devido à pandemia, o município de Amsterdã anunciou sua estratégia para se recuperar dessa crise adotando o conceito de “Economia Donut” (traduzido também como economia da rosquinha). O modelo é desenvolvido pela economista britânica Kate Raworth e popularizado por meio de seu livro, Doughnut Economics: Seven Ways to Think Like a 21st-Century Economist, lançado em 2017. Ela argumenta que o verdadeiro propósito da economia não precisa igualar o crescimento. Em vez disso, o objetivo é encontrar um ponto ideal, uma forma de equilibrar a necessidade de fornecer a todos o que precisam para viver uma vida boa, uma “base social”, enquanto limitamos nosso impacto no meio ambiente, “o teto ambiental”. Com a ajuda de Raworth, Amsterdã reduziu essa abordagem às proporções de uma cidade. O modelo agora é usado para informar estratégias em toda a cidade em apoio a essa ideia abrangente: proporcionar uma boa qualidade de vida para todos sem colocar mais pressão no planeta. Outras cidades estão seguindo este exemplo.
Bienal de Arquitetura de Veneza 2023 anuncia 63 pavilhões nacionais e forte presença africana entre 89 participantes
A Bienal de Arquitetura de Veneza 2023 anunciou nesta terça-feira, 21 de fevereiro, que a edição deste ano incluirá 63 pavilhões nacionais. A exposição internacional, com curadoria de Lesley Lokko, contará com 89 participantes, mais da metade dos quais são da África ou da diáspora africana.
Entre os escritórios convidados estão Adjaye Associates, atelier masōmī, Kéré Architecture, MASS Design Group, Sumayya Vally e Moad Musbahi, Theaster Gates Studio, Andrés Jaque / Office for Political Innovation, Liam Young e Neri&Hu Design and Research Office, para citar apenas alguns.
É hora da África criar sua própria agenda para as mudanças climáticas
No último novembro, a conferência anual do clima em Sharm el-Sheikh, a COP 27, terminou com um acordo provisório firmado para estabelecer um fundo climático de “perdas e danos” para a África e outros países em desenvolvimento. Para os africanos, isso foi motivo de uma comemoração contida, já que por gerações o continente construiu sua agenda de mudança climática quase exclusivamente em torno da busca pela justiça climática, visando responsabilizar as nações industrializadas pela maior parte das emissões globais de carbono.
Tudo isso se desenrolou ao mesmo tempo em que a maioria dos países africanos lida com os desafios mais básicos: saneamento urbano ineficiente; má gestão de águas pluviais; escassez de água, saneamento e instalações de higiene; desmatamento e degradação ambiental.
4 Temas de desenvolvimento e meio ambiente para acompanhar em 2023
O que 2023 reserva para o desenvolvimento e para o meio ambiente?
O fim de 2022 certamente nos deixou em uma posição interessante – mas preocupante. Uma pandemia que já dura três anos se mostrou ainda longe de acabar, adoecendo milhões de pessoas e afetando as economias. A inflação global atingiu 9%, o nível mais alto desde 2008. A invasão da Ucrânia pela Rússia obrigou milhões de pessoas a deixarem suas casas e causou efeitos em cascata em sistemas de alimentos e energia pelo mundo. E os impactos das mudanças climáticas – de inundações fatais no Paquistão a ondas de calor fulminantes na Índia e secas na África – multiplicaram as ameaças.
Josephine Michau é a curadora do pavilhão dinamarquês na Bienal de Veneza 2023
O Centro de Arquitetura Dinamarquês anunciou Josephine Michau como curadora do Pavilhão Dinamarquês na 18ª Exposição Internacional de Arquitetura - La Biennale di Venezia. Sob o título provisório Paisagens (Extra)ordinárias, o pavilhão irá abordar a adaptação climática e as paisagens costeiras do futuro, explorando o papel da arquitetura no que diz respeito ao clima global e à agenda da biodiversidade. A 18ª Exposição Internacional de Arquitetura será realizada de 20 de maio a 26 de novembro de 2023.
Canais de Veneza secam e Itália enfrenta outro alerta de seca
Veneza, uma cidade normalmente preocupada com inundações, agora enfrenta o problema oposto: os canais começam a secar após semanas de inverno seco e marés baixas atípicas. Acredita-se que uma combinação de fatores tenha causado esta rara visão: falta de chuva, alta pressão atmosférica e o ciclo lunar ocasionando baixos níveis de água durante a maré baixa. Como os canais funcionam como ruas da cidade, o fenômeno tem implicações além da decepção dos turistas.
Como ajudar as vítimas das chuvas no Litoral Norte de São Paulo
As chuvas que atingiram o Litoral Norte de São Paulo neste Carnaval foram as maiores já registradas no Brasil em 24 horas. O resultado é uma tragédia ambiental que provocou uma série de alagamentos e deslizamentos – milhares de pessoas estão desabrigadas e 48 mortes foram confirmadas.
O governo federal, estadual e a prefeitura de São Sebastião estão trabalhando em conjunto para reestabelecer os serviços e acessos para a região. Com a abertura de algumas estradas, o pedido é que os turistas deixem o Litoral Norte o mais rápido possível. No feriado de Carnaval, São Sebastião recebe mais de 500 mil pessoas, número 5 vezes maior do que a população da cidade de cerca de 91,6 mil pessoas. A população extra aumenta a pressão por atendimentos e mantimentos.
Árvores podem evitar mortes por calor nas cidades, reforça estudo
Mais de 4% das mortes ocorridas nas cidades da Europa durante os meses de verão são devidas a ilhas de calor urbano, e um terço dessas mortes poderiam ser evitadas se a cobertura arbórea fosse de 30%. Essas são as principais conclusões de um estudo divulgado agora na revista The Lancet e realizado pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal).