Arquiteta, urbanista e teórica, escritora e educadora cujos projetos e ideias influenciaram os arquitetos e pensadores em todo o mundo.
Denise Scott Brown (sobrenome de solteira, Lakofski) trabalhou em colaboração com Robert Venturi no escritório Venturi, Scott Brown and Associates (VSBA) na ampla gama de projetos do escritório de arquitetura e como diretora encarregada pelos projetos de planejamento urbano e urbanismo. Sua experiência com trabalho interdisciplinar, docência e pesquisa contribuiu com a amplitude e profundidade do projeto arquitetônico do VSBA.
https://www.archdaily.com.br/br/881488/denise-scott-brown-urbanismo-trabalho-interdisciplinar-docencia-e-pesquisaEva Alvarez y Heidy González Gómez
Denise Scott Brown recebeu o Prêmio Jane Drew, que reconhece arquitetas que "elevaram o perfil das mulheres na arquitetura" por meio de seus trabalhos e compromissos com a excelência do projeto.
O recebimento do prêmio por Scott Brown é o culminar da campanha para que sua contribuição para a profissão fosse reconhecida adequadamente - um movimento que surgiu da campanha Women in Architecture em 2013, vinte e cinco anos depois que seu parceiro Robert Venturi foi premiado com o Pritzker .
"Muitas coisas aconteceram que me fizeram muito feliz na minha velhice. Uma dessas é este prêmio", disse Scott Brown.
Qualidade sobre quantidade, assim diz o ditado. Com tantos conceitos flutuando em torno da profissão do arquiteto, pode ser difícil manter-se em dia com todas as ideias que você espera saber. Mas, na arquitetura e em outras áreas, as ideias mais memoráveis são, muitas vezes, as que podem ser condensadas textualmente: "a forma segue a função", "menos é mais", "menos é uma chatice". Embora com pouco mais de três palavras, a seguinte seleção de textos que não demora muito para ser lida, mas proporciona lições duradouras e oferece a você a oportunidade de preencher lacunas em seu conhecimento de forma rápida e eficiente. Cobrindo tudo de Scott Brown a Adolf Loos, o público ao doméstico, e da cor à fenomenologia, veja oito textos em inglês para colocar em sua lista de leitura:
A principal avenida de Las Vegas, a famosa Las Vegas Strip, pode ser considerada um pouco espalhafatosa por alguns, com sua arquitetura "pseudo-histórica" e abundância de ornamentação, no entanto, alguns arquitetos, notadamente Denise Scott-Brown e Robert Venturi, foram cativados pelos "elementos ornamentais-simbólicos" desses edifícios. A dupla desenvolveu uma curiosa distinção entre o "pato" e o "galpão decorado", referindo-se à forma decorativa de dos edifícios. Neste ensaio para a 99% Invisible intitulado Lessons from Sin City: The Architecture of “Ducks” versus “Decorated Sheds”, Kurt Kohlstedt explora como estes arquitetos implementaram seus conhecimentos em ornamentos em seus próprios projetos e iniciaram uma discussão que persiste até hoje.
O American Institute of Architects (AIA) anunciouDenise Scott Brown e Robert Venturi como vencedores da AIA Gold Medal 2016. O AIA selecionou a dupla por seus "projetos construídos e literários que definiram o curso do pós-modernismo e quase toda a evolução formal na arquitetura", Scott Brown e Venturo são a primeira dupla a receber a Gold Medal após o AIA aprovar em 2013 uma mudança em seu regulamento, que passou a permitir que a honraria seja concedida a duplas que trabalham juntas.
Zaha Hadid, Kengo Kuma, Daniel Libeskind, Nieto Sobejano, Denise Scott Brown e Philip Treacy revelam as lembranças de infância que contribuíram para moldar o modo como trabalham e desenvolvem seus projetos.
Arquitetos e designers são frequentemente questionados sobre quais obras lhes inspiraram quando estudantes e quais trabalhos tiveram influência no modo como pensam, porém, a mostra de outono da Roca London Gallery sugere que a esta inspiração remete, na realidade, a um tempo muito mais distante, à infância, e pode assumir formas inesperadas.
Para celebrar o Dia das Mulheres, pedimos ao coletivo brasileiro Arquitetas Invisíveis, com sede em Brasília, que compartilhassem conosco parte de sua pesquisa que identifica e enaltece o trabalho das mulheres na Arquitetura e Urbanismo, elas gentilmente nos cederam este material - que apresenta 48 mulheres divididas em sete categorias: pioneiras, "nas sombras", arquitetura, paisagismo, arquitetura social, urbanismo e arquitetura sustentável – que será publicado separadamente durante esta semana.
Hoje, apresentamos as arquitetas que viveram "nas sombras" de grandes nomes da arquitetura mundial.
Seja quem for, faça o que faça, viva onde viva e ganhe o quanto ganhe, todos dividimos algo: nossos dias duram 24 horas. Ainda que nos pareça que alguns são capazes de fazer praticamente todo o imaginável na mesma porção de horas que nós, cada personagem inspirador da Humanidade modelou sua própria rotina diária. Alguns mais saudáveis que outros, mas esse já seria outro tema. Então, como gastam suas 24 horas diárias? Existe algo que devemos aprender deles? O quanto suas rotinas se diferem das nossas?
O livroDaily Ritualsdo escritor estadunidense Mason Currey, e dono do blog Daily Routines, expõe as rotinas das grandes mentes da nossa sociedade: desde as leituras madrugadoras de Peter Eisenmanà erradicação do descanso noturno de Buckminster Fuller, passando pelas manhãs de pintura de Le Corbusier e pelos esporádicos cochilos de Frank Lloyd Wright.
Revise a rotina dos principais arquitetos ao redor do mundo, a seguir.
Os editores da Designers & Books, Stephanie Salomon e Steve Kroeter, se encontraram com Denise Scott Brown para uma conversa sobre o livro Aprendendo com Las Vegas, a revolucionária obra escrita por Scott Brown, Robert Venturi, e Steven Izenour em 1972. A entrevista revela algumas faces fantásticas da vida pessoal e profissional de Scott Brown - seu amor infinito ao neon (que a levou a Las Vegas), seu desgosto pela "tirania da folha em branco" (que afetou o design da primeira edição de Aprendendo com Las Vegas), bem como seu - surpreendente - posicionamento quanto a premiar a criatividade coletiva. Leia a entrevista completa aqui e alguns trechos selecionados a seguir.
As coisas no Architecture for Humanity foram abaladas com a saída dos co-fundadores Cameron Sinclair e Kate Stohr. Resiliência se tornou a nova sustentabilidade. A China se tornou de repente menos definida pelo virtuosismo de sua arquitetura, e mais pelo lado negativo de suas façanhas formais. Minha cidade natal, Los Angeles, criou mais algumas ciclovias, alguns grandes planos para o seu rio de concreto, além de ter eleito um novo prefeito. Tivemos pessoas reclamando da arquitetura e nos dizendo por que deixaram a profissão. Kanye West foi atacado por se atrever a dizer por que gosta de arquitetura, e depois a arquitetura adorou falar sobre Kanye durante semanas a fio. Pobre Kanye. Há tantas coisas que poderia dizer que foram fundamentais em 2013. Foi um grande ano. E houve também uma grande quantidade de edifícios fantásticos.
"As mulheres são os fantasmas da arquitetura moderna, sempre presentes, cruciais, mas estranhamente invisíveis", escreveu a historiadora Beatriz Colomina em "With, Or Without You", ensaio do catálogo de 2010 do museu de Arte Moderna: Modern Women. "A arquitetura é altamente colaborativa, mais como a cinematografia do que a arte visual, por exemplo. Mas ao contrário dos filmes, isto é raramente reconhecido".
Colomina prossegue, registrando a história das mulheres esquecidas do modernismo, reconhecidas, quando muito, por ter trabalhado "com" Mies van der Rohe, Le Corbusier, Alvar Aalto, ou Charles Eames. Para se colocar no lugar de Lilly Reich, Charlotte Perriand, e Aino Aalto, simplesmente assista o casal Eames no Home Show em 1956, quando Ray é apresentada indignamente como a "mulher hábil por trás de Charles", que entra após ele gracejar com a apresentadora Arlene Francis.
Neste semestre, esses fantasmas voltaram para nos assombrar: Arielle Assouline-Lichten, estudante da Faculdade de Design de Harvard, divulgou trechos de uma entrevista com Denise Scott Brown no qual ela menciona a própria omissão do Prêmio Pritzker do parceiro Robert Venturi em 1991. "Me devem não um Prêmio Pritzker, mas sim uma cerimônia de inclusão no Pritzker", Scott Brown diz. "Saudemos a noção de trabalho colaborativo".
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https://www.archdaily.com.br/br/01-134611/porque-a-arquitetura-tem-que-ouvir-suas-mulheres-esquecidasAlexandra Lange
O Prêmio Pritzker finalmente divulgou um comunicado oficial em resposta ao pedido dos estudantes de Harvard Arielle Assouline-Lichten e Caroline James,propondo que Denise Scott Brown receba de forma retroativa o Prêmio Pritzker de Arquitetura de 1991, que foi concedido somente ao seu marido Robert Venturi.
Lord Palumbo, que está à frente deste prêmio, respondeu que essa ação seria impossível dada a forma em que o júri do Pritzker delibera: "O júri do Pritzker, ao longo dos anos, é composto de pessoas diferentes, cada qual faz o seu melhor para encontrar os candidatos mais qualificados. Um júri atual não pode reabrir o processo, ou questionar o trabalho de um júri anterior."
A carta sugere que Scott Brown é, no entanto, uma candidata que ainda poderia receber um próximo Prêmio Pritzker, além disso, agradece a Assouline-Lichten e James por " chamar a nossa atenção diretamente sobre um problema mais geral, ou seja, o de garantir um lugar justo e igual para as mulheres na profissão. Entregar esta garantia é, naturalmente, uma obrigação adotado por todas as partes da profissão, das escolas que podem incentivar os alunos a ingressar na profissão, assim como os escritórios que devem fomentar a capacidade das mulheres para desenvolverem seu potencial como arquitetos.Acreditamos que o papel especial que o júri do Prêmio Pritzker deve cumprir neste aspecto é ter em mente o fato de que certas recomendações e discussões em relação ao projeto arquitetônico geralmente são um reflexo de tempos e lugares determinados, os quais podem refletir preconceitos culturais que minimizam o papel das mulheres no processo criativo. Quando isso acontece, nós devemos e faremos com que o assunto seja tratado com toda a consideração que merece."
O Prêmio Pritzker teve um começo idealista: conquistar o reconhecimento dentro da arquitetura, uma profissão que tinha perdido há muito tempo seu status na opinião pública. O Pritzker 'costurou' essa fragmentação, celebrou a figura do arquiteto e transmitiu sua contribuição para a sociedade; um semblante criativo, um autor singular cuja singularidade o coloca além de um campo de praticantes.
O Prêmio, desde então, assumiu um papel de "guardião" do "arquiteto estrela". Embora seja inspirador que a arquitetura como profissão tenha reafirmado seu status e importância cultural, o prêmio Pritzker se colocou no centro da cena, correndo o risco de ser consumido por uma realidade sintética dentro da profissão. Se o Pritzker e outros modelos semelhantes de reconhecimento estão evoluindo, eles devem difundir transformações na prática e enfatizar as mudanças no interior da profissão.
Primeiramente, Denise Scott Brown deve ser reconhecida de forma retrospectiva. Algumas opiniões divergentes não mudam os fatos.
Leia mais sobre a (d)evolução do prêmio Pritzker após o intervalo...
A petição para que Denise Scott Brown seja reconhecida retroativamente como laureada do Prêmio Pritzker de 1991, em conjunto com Robert Venturi, ultrapassou 12 mil assinaturas. Dentre os partidários estão os laureados com o mesmo prêmio Zaha Hadid, Rem Koolhaas e o próprio marido e sócio há mais de 40 anos de Scott Brown, Robert Venturi. O sucesso desta campanha, iniciada por duas jovens mulheres da Escola de Design de Harvard, vai além da luta pelo reconhecimento de Denise Scott Brown – trata-se de uma campanha para se repensar a difícil e freqüentemente injusta posição da mulher na arquitetura.
Robert Venturi reuniu aproximadamente 4 mil advogados para a disputa do reconhecimento retroativo de Denise Scott Brown como laureada do Prêmio Pritzker e declarou: "Denise Scott Brown é minha inspiradora parceira e estamos em igualdade".
Seu apoio foi rapidamente seguido por Rem Koolhaas que declarou: "Eu apoio inteiramente esta ação. O fato de uma das mais criativas e produtivas parcerias vistas na arquitetura ter sido separada ao invés de celebrada por um prêmio é uma vergonhosa injustiça e seria ótimo poder desfazê-la".
Durante um discurso no almoço de AJ Mulheres na Arquitetura em Londres na semana passada, Denise Scott Brown, ícone pós-moderno, exigiu ser reconhecida retrospectivamente por seu papel na premiação de Robert Venturi pelo Pritzker Prize de 1991, descrevendo a incapacidade do Pritzker em reconhecer seu envolvimento como algo "muito triste".
Embora no momento da concessão do Prêmio, Brown tinha co-parceria com o escritório Venturi Scott Brown and Associates por mais de 22 anos e tenha desempenhado um papel fundamental na evolução da teoria arquitetônica e do design juntamente com Venturi por mais de 30 anos, assim como foi co-autora do livro transformador da década de 1970, Aprendendo com Las Vegas, seu papel de "esposa" parece ter superado o papel de sócia igualitária quando o juri do Pritzker escolheu homenagear somente seu marido, Venturi.
Mais informações e uma petição online após o intervalo...