Um edifício residencial de 15 pavimentos será o primeiro projeto do MVRDV no Uruguai. Chamado de "Ziel", o projeto, que já foi aprovado pelas autoridades, é composto por unidades residenciais individuais que buscam criar um ambiente aberto e permeável, permitindo que a luz e o ar fluam através da estrutura, criando amplos espaços verdes abertos para o desfrute e convivência dos moradores.
Moradias podem ser entendidas como a forma mais significativa e primária de arquitetura, já que a casa está intimamente relacionada à ideia de abrigo, uma das necessidades básicas da humanidade. Nas palavras do arquiteto Mario Botta, “Enquanto houver um homem que precisa de uma casa, a arquitetura ainda existirá.” No entanto, apesar de sua ubiquidade, ou talvez por causa dela, é difícil encontrar uma definição exata de uma casa. Ao longo da história, diferentes funções e espaços foram adicionados e subtraídos desta unidade, refletindo diretamente o caráter da sociedade que a produziu.
A lista de expectativas que uma casa deve cumprir é longa e está sempre em evolução: fornecer espaços íntimos e seguros onde se possa recarregar energia, mas, ao mesmo tempo, permitir interação, acolhendo amigos e familiares; é o local de lazer e relaxamento, mas também o local da maioria dos trabalhos de cuidado, além de fornecer um pequeno escritório para o início de empreendimentos. Essa tendência de exigir que uma unidade residencial cumpra múltiplos papéis foi aumentada a níveis sem precedentes durante a pandemia. Preocupações com a saúde levaram ao fechamento da maioria dos espaços de trabalho, o segundo lugar onde as pessoas passam a maior parte do tempo, e de cafés, restaurantes, cinemas e shopping centers, os “terceiros lugares”. De repente, a casa teve que se tornar um espaço multiuso.
A iluminação é frequentemente uma questão de números — quando em excesso, os interiores perdem o seu contorno; quando em falta, a atmosfera escura pode tornar um espaço sem graça. A sua importância no design de interiores não pode ser subestimada: quando feita da maneira certa, não só realça as características arquitetônicas de um espaço, mas também faz com que os moradores se sintam à vontade. Como Carmelo Zappulla, do estúdio External Reference, explica em uma recente entrevista feita pelo Architonic, a luz é uma ferramenta crucial para adicionar um elemento emocional e "animar um espaço". É de se esperar que um projeto de iluminação errado possa ter consequências catastróficas para uma sala perfeitamente desenhada.
Shigeru Ban acaba de lançar seu mais recente projeto em Nieuw Zuid, na Antuérpia, Bélgica. Batizado de Ban, em homenagem ao seu criador, e projetado em colaboração com o Bureau Bouwtechniek, o complexo consiste em uma torre residencial de 25 pavimentos e um edifício lateral, criando um total de 295 unidades residenciais. Durante a cerimônia de inauguração, o arquiteto também abriu uma exposição de imagens destacando seu trabalho humanitário em áreas de conflito e desastre, próximo ao canteiro de obras.
A busca por projetar espaços ao ar livre dentro das habitações urbanas densas se tornou para alguns uma necessidade e para outros um requisito a ser cumprido. Em resumo, é uma das demandas mais procuradas que os arquitetos em todo o mundo recebem diariamente. Embora este fenômeno tenha sido acentuado durante a pandemia de Covid-19, desde suas origens, estes espaços de expansão foram concebidos não apenas para aumentar o uso da luz natural e da ventilação, mas também para promover a relação interno e externo, dando a possibilidade de acomodar diferentes usos e funções mesmo quando os metros quadrados são escassos ou quando a conexão com a natureza pode ser vislumbrada muito além do horizonte.
Projetada pelo BIG-Bjarke Ingels Group e CRA-Carlo Ratti Associati, a CapitaSpring é a mais recente adição de Singapura. Recentemente concluído, após quatro anos de construção, o oásis de 280 metros de altura, considerado uma das estruturas mais altas da cidade, é um arranha-céu de uso misto com abundantes jardins suspensos e parque na cobertura, espaço para escritórios, residência com serviços, hawker center (mercado gastronômico), restaurantes e espaços públicos.
O arranha-céu biofílico, alinhado com “o urbanismo vertical pioneiro da cidade” e com a reputação de Singapura como cidade-jardim, está localizado no coração do distrito financeiro, em um antigo estacionamento público e centro de vendedores ambulantes. Composta por 80.000 plantas, traduzindo-se em uma área total ajardinada de mais de 140% da área do terreno, a torre cria um “novo espaço verde de alta densidade para os moradores e transeuntes”.
Cada vez mais é comum ver famílias contemporâneas buscando por opções habitacionais que atendam não somente suas condições sociais, econômicas e culturais, mas que também sejam capazes de responder às suas necessidades habitacionais futuras. Ao mesmo tempo, vemos o esforço emocional, físico e financeiro para transformar e adaptar espaços já construídos com o objetivo de responder às mudanças familiares. Dessa forma, pensar em habitações que sejam evolutivas e adaptáveis é um dos grandes desafios para os arquitetos na atualidade.
Uma das primeiras decisões a serem tomadas durante o processo de projeto de uma habitação é onde ela será implantada no terreno. Seja um lote grande ou pequeno, a implantação de uma casa impacta tanto a arquitetura da própria construção quanto sua relação de vizinhança, e por isso deve ser pensada e projetada com cuidado.
“Nos últimos anos, ficamos cada vez mais confinados em nossas casas”, diz o mentor e empresário de saúde, Enitor Joiner. “Isso nos tornou mais conscientes dos (des)confortos do nosso ambiente imediato. Por exemplo, ficar sentado por longos períodos enquanto se trabalha em casa levou a queixas físicas, como LER (lesões por esforço repetitivo). Um ambiente cotidiano medíocre também pode causar estresse e desafios mentais. A solidão é um problema crescente na sociedade, e a falta geral de conhecimento sobre padrões de vida saudáveis levou a um aumento das doenças. Com isso em mente, Marc Koehler Architects e eu começamos a nos perguntar: como podemos criar um ambiente agradável que contribua automaticamente para um estilo de vida saudável?”
https://www.archdaily.com.br/br/987590/o-conforto-esta-nos-matandoMarc Koehler Architects and Enitor Joiner
Varanda fechada em vidro. Foto via Matison.se, usada sob termos de "fair use"
Vemos, nas cidades brasileiras, novas edificações residenciais sendo construídas com varandas em balanço, isso é, além do perímetro da edificação, avançando sobre os recuos mínimos exigidos (no Rio de Janeiro, sobre os afastamentos). Porém, o que temos visto nos últimos anos é um movimento crescente de fechamento dessas varandas com painéis de vidros e, consequentemente, o aumento dos compartimentos contíguos a eles. Mas qual seria o motivo deste fechamento? Se há necessidade de se aumentar os compartimentos, por que já não são projetados assim?
https://www.archdaily.com.br/br/987252/o-fechamento-de-varandas-como-artificio-de-vendaDavid Cardeman e Rogerio Goldfeld Cardeman
O antigo aeroporto de Berlim-Tegel está previsto para ser reestruturado. O plano diretor inclui o Schumacher Quartier, um novo bairro residencial com 200 hectares de área verde, e um parque industrial de pesquisa para tecnologias urbanas, o Berlin TXL – a Urban Tech Republic. Além de criar um espaço para a indústria, os negócios e a ciência, o parque de inovação pretende pesquisar e testar tecnologias urbanas. O parque se concentrará em temas principais no desenvolvimento das cidades: o uso eficiente da energia, construção sustentável, mobilidade ecológica, reciclagem, controle de sistemas em rede, água limpa e aplicação de novos materiais.
Nos últimos anos, a indústria da construção tem enfrentado desafios sem precedentes. A falta de trabalhadores qualificados está aumentando os custos da mão-de-obra, há uma escassez global de moradias e os efeitos das mudanças climáticas em todo o mundo estão mais claras do que nunca. Portanto, questionar os métodos tradicionais de construção e empurrar os limites da inovação tornou-se uma prioridade, forçando o setor a implementar novas tecnologias à medida que eles embarcam na era da transformação digital. Há uma inovação, no entanto, que parece particularmente promissora: impressão em construção em 3D. Embora relativamente recente, a tecnologia já foi testada com sucesso em inúmeras estruturas, casas e prédios de apartamentos, reformulando a construção residencial como a conhecemos. Portanto, a impressão 3D poderia muito bem ser uma alternativa viável para soluções de moradias em massa mais eficientes, sustentáveis e econômicas em um futuro próximo, impactando positivamente a vida das pessoas e contribuindo para cidades mais verdes e saudáveis.
MVRDV revelou as imagens do seu primeiro projeto na América do Sul. The Hills é um edifício residencial localizado na orla do rio Guayas, em Guayaquil, Equador, composto por seis torres residenciais dispostas em uma base de uso misto, criando a imagem de um vale. As torres variam em altura, de 92 a 143 metros, elevando-se à medida que se afastam da orla. Toda a composição é inspirada na paisagem local que mescla o ambiente natural e urbano.
Big White Pivot Door / FritsJurgens. Image Courtesy of FritsJurgens
Portas internas servem a diversos propósitos em residências, como fornecer segurança e privacidade, separar espaços e ruídos. Mas além dessas funções óbvias, elas também podem definir o tom e aprimorar a estética de uma sala com sua beleza, tornando-se poderosas características de design por si mesmas. Considerando esse impacto, arquitetos devem levar em consideração todos os fatores ao escolher uma porta, incluindo cor, material, estilo e mecanismo de abertura. As dimensões também são importantes, mas tendem a ser padronizadas, pois são limitadas pelo tamanho da estrutura da porta. Geralmente, elas tem cerca de 210 cm de altura e variam de 70 a 90 cm de largura. Recentemente, no entanto, isso deu uma guinada no design moderno.
Desde o início do século XX o automóvel particular vem moldando as cidades e a arquitetura, demandando espaços específicos para circular e ser armazenado. Os carros e motos ditaram a organização espacial, e a consequente paisagem urbana e rural, de países inteiros, porém, com a crise climática e o reconhecimento dos problemas que este modelo de desenvolvimento traz para as cidades e para o planeta, cada dia mais percebem-se iniciativas que buscam suprimir os automóveis individuais e motorizados movidos a combustíveis fósseis, ao mesmo tempo que se percebe a necessidade de ressignificar espaços que antes eram dedicados aos carros. Para além das ruas e espaços públicos, essa transformação também é sentida na escala do edifício, nas casas e prédios residenciais que começam a encarar as garagens como um espaço mais dinâmico.