Por Claudio Olivares Medina, Ciclismourbano.info, via Plataforma Urbana. Tradução Archdaily Brasil.
A infraestrutura urbana deve acolher as necessidades de seus cidadãos. Os serviços da cidade devem ser pensados para facilitar a vida de tal maneira que tenhamos a melhor experiência na cidade. Melhores experiências no espaço público nos ajudam a nos relacionar mais com nossa cidade e, principalmente, sair mais, aumentar o tempo que passamos fora de casa aproveitando a grande variedade de elementos que a cidade nos oferece.
Uma boa rede e oferta de racks públicos que facilitem o ato de estacionar bicicletas auxilia que mais viagens sejam feitas em bicicletas, ao mesmo tempo em que faz com que elas sejam mais visíveis na cena urbana, mostrando e marcando sua presença. Pois seguirão surgindo mais e mais bicicletas novas das lojas, resgatadas dos porões, ou renascidas de peças recicladas. De qualquer forma, seguirá existindo mais bicicletas movidas pela força dos cidadãos que diariamente desfrutam de suas virtudes.
A seguir, 10 fatores para se considerar no momento de planejar, solicitar e implantar uma rede para estacionar bicicletas.
A localização
• Os racks devem estar próximos aos pontos de acesso aos locais de destino, no máximo de 30 metros ou 45 segundos de caminhada. Desta forma, aproveita-se uma das principais características da bicicleta: menor tempo de viagem porta a porta.
• Deve existir espaço suficiente para se poder realizar as manobras de estacionamento e a retirada da bicicleta. Uma zona de 1,5 a 2 metros é desejável.
• Devem estar localizados em zonas visíveis e, se necessário, contar com iluminação dedicada de modo a aumentar a sensação de segurança.
• Deve existir acesso livre e direto aos paraciclos.
• Devem estar localizados de maneira que as bicicletas estacionadas não impeçam ou dificultem a circulação.
O projeto
• A quantidade de unidades de estacionamento deve estar em estreita relação com a quantidade de pessoas que chegam ao lugar. Em zonas amplas, com múltiplos destinos (comerciais e de serviços) é preferível distribuir paraciclos de baixa capacidade, a cerca de 20 metros cada um, sendo que o usuário pode escolher com flexibilidade o que é mais conveniente. No caso de destinos com grande capacidade de pessoas (como um cinema, colégio ou centro cultural) convém instalar racks de grande capacidade nos principais acessos.
• Devem ser estruturas sólidas que permitam apoiar e manter estável a bicicleta, enquanto o usuário pode acomodar pacotes confortavelmente, remover as chaves, as compras da loja, beijar a namorada etc.
• Eles devem possuir vários pontos de contato com o quadro da bicicleta, para assim oferecer várias alternativas aos distintos modelos ou sistemas de travamentos.
• Devem contar com sinalização adequada que indique a presença deste tipo de facilidade.
• É desejável que contenham pequenas instruções que indiquem as boas práticas para prender a bicicleta.
E claro, a criatividade somada aos pontos anteriores, pode alcançar objetos realmente interessantes e inovadores. A seguir, alguns exemplos do Flickr.
Este é um dos meus favoritos quanto à estética. O fator lúdico que aporta é interessante. Mesmo que não tenhamos a cultura do criquet na América Latina, entendemos a mensagem.
O CycleHoop é um projeto inovador com mais de 3 anos. O paradigma apresentado é aproveitar o atual mobiliário público das cidades, anexando este elemento especialmente projetado para prender bicicletas. Desta forma evita-se a intervenção no solo.
Da mesma empresa, com um forte apelo comunicacional (10 bicicletas no espaço de um automóvel), este modelo é desenhado para ser localizado na calçada, conferindo um uso muito mais eficiente ao espaço de estacionamento.
Um paradigma similar ao proposto por CycleHoop e também britânico (diversas inovações no desenho de mobiliário urbano estão ocorrendo no Reino Unido) é o projeto da empresa Smart Streets, que desenvolve outros projetos para evitar o desperdício.
Pelo bem que o estímulo musical-visual confere à cidade, é interessante ter este tipo de elemento relacionado à temática do destino. Uma clave de Sol no exterior de uma loja de instrumento, por exemplo.
Ou reforçar a presença da aliança humano-máquina.
Aqui, um U invertido, ou um C apontado para baixo. Como seja, um projeto sólido e fechado que permite múltiplos pontos de contato com a bicicleta. Em particular este é bastante sóbrio e elegante.
Algo simples e robusto, sendo que as cores trazem um apelo interessante. A estrutura circular entrega bons pontos para ancoragem.
Uma cenoura para uma venda de frutas e vegetais? Parece bom?
Uma solução simples, algo como o CycleHoop, mas com menos peças e alguma solda.
E aqui o mobiliário urbano para estacionamento de bicicletas como marca da cidade. Neste caso, Nova York.
Mova-se de bicicleta hoje, será um bom dia.