Arquitetos
Vanessa Horita, Ronaldo AmaroLocalização
Largo da BatataAno do projeto
2012Fotografias
Cortesia de Espiral Arquitetos
Espiral Arquitetos compartilhou conosco seu projeto finalista no concurso promovido pela Editora Abril em conjunto com a prefeitura de São Paulo para escolher o novo padrão de bancas de jornal para a reconversão do plano Largo da Batata em São Paulo.
Saiba mais na continuação.
A Banca de jornal, espaço de todos, local de encontro diário de pessoas desconhecidas num momento corriqueiro. A banca caracteriza uma praça pública. A banca é pública? Não, mas é de todos, está lá para todo mundo ver, localizar-se, comprar, ler.
O presente projeto busca intensificar a relação de um dos mais importantes equipamentos urbanos que constituem uma praça e demonstrar que sem a banca de jornal, uma praça não importando o tamanho ou relevância da mesma dentro da cidade, perde muito de suas características ambíguas da relação publico e privado, típicas do espaço urbano brasileiro.
Acreditamos que a maneira como as pessoas olham o objeto banca de jornal deve ser transformado, no entanto sem se privar de alguns aspectos importantes já adquiridos ao longo do tempo, portanto resolvemos adotar uma solução formal muito próxima da configuração atual das bancas típicas, para que o transeunte e potencial consumidor identifique facilmente o novo objeto como a banca que todos conhecemos, mas sob um novo ponto de vista que trará curiosidade e chamará a atenção por ser mais gentil e bem inserido no contexto urbano.
O partido principal de nossa proposta foi trabalhar com a transparência e materialidade do objeto em questão, concedendo a este a possibilidade de ora ser um equipamento que inspire sua contemplação e presença e ora, dependendo do angulo de visão, quase desmaterializar sua inserção por meio de um jogo de luz e elementos verticais e de transparência.
Diferentemente das bancas atuais das nossas cidades, um objeto pesado visualmente que não se relaciona com o espaço, o presente projeto da nova banca busca a comunicação do objeto com o lugar, e das pessoas em relação ao objeto como um pequeno pavilhão de informação e compra, por isso a utilização da transparência do vidro que vai permitir enxergar o que está acontecendo dentro da banca, e também o contrário, quem está dentro da banca deverá se sentir dentro da praça.Em contrapartida, os brises além de garantir a proteção física e o sombreamento do interior moldarão a banca oferecendo a materialidade do objeto.
Linhas verticais amarelas e a opacidade se revezam dependendo do ângulo de visão do observador, em duas faces opostas. E em uma delas haverá o óculo, que possuí a função de ser um visor de exposição dos jornais e revistas do dia e ter a intenção de reforçar o caráter da banca como ponto de encontro e informação das pessoas.
As outras duas faces opostas possuem as aberturas de entrada dos usuários proporcionando a circulação cruzada em dois sentidos, sendo essas faces toda em vidro proporcionando uma visão livre e desimpedida do interior e da paisagem além da banca.
Foram pensadas as condicionantes econômicas e ambientais de execução do objeto a fim de concretizar sua realização, por conseguinte foi levado em conta a utilização de processos industrializados para sua construção evitando desperdício por meio de racionalização produtiva, dessa forma optamos pela utilização de uma leve estrutura metálica, assim a banca deverá chegar já quase que completamente montada ao local de instalação.
No que tange aos conceitos de sustentabilidade escolhemos pela aplicação de materiais resistentes que tenham grande durabilidade e que sejam de procedência reciclável como é o caso do referido aço das estruturas e o vidro das esquadrias, além dos brises que serão especificados em madeira de reflorestamento tratada.
Internamente, consideramos utilizar duas linhas de móveis paralelas em mdf ou aço, uma bancada para uso geral do funcionário da respectiva banca no qual serão expostos os objetos de alto valor e material literário como livros e uma estante para os periódicos. Ainda dotamos a banca com um refrigerador para a venda de água e refrigerantes. Tentamos deixar certos espaços vazios do interior para uma posterior adequação de acordo com as necessidades de cada banca implantada.
Por fim o projeto almeja recolocar o lugar de destaque da banca de jornal como local de interação social e localização do espaço chamado praça, e enriquecer mais o forte contexto do Novo Largo da Batata, oferecendo assim por meio dessa iniciativa assertiva da Editora Abril e demais apoiadores , uma qualidade visual e funcional melhor para população da cidade de São Paulo.