Por Alexandra Molinare, via Plataforma Arquitectura. Tradução Archdaily Brasil.
Essa semana em Tecnologia e Arquitetura apresentamos o grupo espanhol Factoría5 Studio formado por cinco jovens arquitetos: Juan López, Mário Pérez,Manuel López, Mar Parreño e José Carlos Román.
Todos eles praticavam a elaboração de imagens virtuais enquanto eram estudantes e, devido à falta de trabalho, se organizaram para dedicar-se a este importante aspecto da arquitetura, fechando muitos contratos e encomendas em apenas dois anos de experiência no mercado.
A seguir apresentamos uma entrevista exclusiva com Factoría5 Studio e uma seleção de suas melhores imagens.
1. Quando e como começaram a trabalhar no tema da visualização de arquitetura?
O Factoría5 começou há aproximadamente dois anos.
Durante o estudo de arquitetura, todos havíamos mostrado sempre inclinação pela elaboração de imagens para nossos projetos. Após o fim da graduação, nós cinco nos encontrávamos desempregados e o acaso fez com que coincidíssemos enquanto buscávamos melhorar nossa formação em visualização arquitetônica. Realizamos um primeiro trabalho em equipe e o resultado foi muito melhor que esperávamos!
A partir desse momento começamos quase por inércia. De fato, os primeiro trabalhos surgiram antes que tivéssemos tempo de formalizar a empresa.
2. São arquitetos?
Sim, somos arquitetos. Quatro de nós da Escola de Madri e um de Granada.
3. Porque gostam do trabalho em visualização de arquitetura?
(Juán López): É um trabalho viciante no qual nunca se deixa de aprender, onde cada projeto é diferente do anterior e no qual se misturam arquitetura, fotografia, pintura... o que mais se pode pedir? Com exceção das noites sem dormir, claro)
(Mário Pérez): Através das nossas imagens e vídeos podemos transmitir coisas que dificilmente se conseguiriam com plantas e explicações. É apaixonante poder antecipar e viver aspectos de algo que ainda não existe
(Manuel López): Porque de todas as partes do processo arquitetônico, talvez a nossa seja uma das que mais emoções gera, tanto para o arquiteto que elaborou o projeto quanto para o cliente. Hoje em dia os clientes dos arquitetos se tornaram vagos, já não querem tentar entender plantas, a imagem está cada vez mais valorizada.
(Mar Parreño): Porque ainda hoje me parece incrível poder oferecer aos arquitetos uma ferramenta capaz de transmitir as experiências e sensações espaciais antes da sua arquitetura estar construída. Arquitetos e clientes podem, enfim, se comunicar no mesmo idioma.
(José Carlos Román): Porque tornamos todos aqueles não instruídos em arquitetura participantes das ideias dos arquitetos de uma maneira muito mais direta que mediante a interpretação de desenhos técnicos. A visualização se converte em veículo de comunicação entre a sociedade e a ideia arquitetônica.
4. Como resumiriam seu trabalho?
(Manual López): Nosso trabalho consiste em contar, através de imagens, a essência de um projeto. O difícil não é refletir sobre qual é a inclinação de uma cobertura, ou de que material é um fechamento. O difícil é conseguir despertar uma emoção determinada no espectador. Quanto se consegue isto, significa que se fez bem seu trabalho.
(Mar Parreño): Transformamos ideias em realidade (virtual) construída.
(José Carlos Román): Transmitimos a ideia arquitetônica em seu conjunto, desde volumetrias, materiais e acabamentos, até as sensações que se deseja que gerasse o espaço.
(Juan López): Além do óbvio - modelo, texturas e iluminação - o mais importante é transmitir a ideia que nosso cliente tem em mente e dessa forma poder acrescentar algo ao projeto.
(Mario Pérez): Além de mostrar projetos através de imagens, muitas vezes ajudamos outros arquitetos a tomar decisões importantes: se mudam alturas, materiais, proporções... Que imaginavam de outra maneira e inclusive detectamos erros nos desenhos, assim nosso trabalho permite não só explicar os projetos senão também ajudar a defini-los.
5. Arquiteto favorito?
(Mar Parreño): Me emociona a arquitetura que é capaz de materializar conceitos muito claros e concisos através da composição material e dos sistemas e materiais construtivos, fazendo parecer simples o que na realidade é fruto de um processo criativo de grande complexidade, Nesta linha, em nível internacional destacaria Kengo Kuma e na Espanha Vaíllo+Irigaray& Associados.
(Juan López): A arquitetura de Enric Miralles é sem dúvida a que mais me comove.
(Mário Pérez): Herzog & de Meuron. Suas obras são espetaculares.
(José Carlos Román): Peter Zumthor, a meticulosidade e o carinho com que trata todos seus projetos me parecem um modelo a seguir ao enfrentar o trabalho.
(Manuel López): Me encanto por Kazuyo Sejima. Creio que a arquitetura japonesa, com Toyo Ito à frente, está na vanguarda ao oferecer novas formas de entender os espaços arquitetônicos e suas relações.
6. Obra favorita?
(José Carlos Román): As Termas de Vals de Peter Zumthor.
(Manuel López) O Panteão.
(Mar Parreño): O Estádio Municipal de Braga de Souto de Moura, As Termas de Vals de Peter Zumthor. Sempre havia sido uma obra de referência na universidade, mas tivemos a sorte de poder visita-las durante uma viagem com amigos e são muito melhores que nos livros.
7. Artista Visual ou estúdio de visualização favorito?
(Mário Pérez): Não saberia escolher entre MIR e Vyonyx. Me divirto em procurar erros nas imagens e nas das deles normalmente não encontro. Esperamos algum dia poder nos aproximar do que eles conseguem. Seus trabalhos são um verdadeiro prazer.
(Mar Parreño): MIR, suas imagens são verdadeiras obras de arte digitais.
(José Carlos Román): Dbox e Studio Aiko.
(Juan López): Concordo com meus companheiros quanto a MIR ser um referencial, mas tenho de reconhecer que imagens como as de Luxigon tem um toque que me encanta.