"Não vivemos mais na natureza - colocamos caixas ao redor dela. Mas agora podemos projetar a natureza para atender às nossas necessidades. Tudo que temos de fazer é projetar o código e ela se desenvolve por conta própria. Se pudermos encapsular nossas visões em uma semente elas crescerão e se realizarão". - Andrew Hessel em uma recente entrevista ao Archdaily.
"Projetar a natureza para atender às nossas necessidades" é exatamente o que o Glowing Plant Project pretende fazer. O biólogo Omri Amirav-Drory, cientista botânico Kyle Taylor e o líder do projeto Antony Evans estão trabalhando para elaborar uma "planta bioluminescente usando técnicas de biologia sintéticas que poderiam substituir a iluminação urbana tradicional" - e talvez mesmo criar árvores que pudessem suplantar os postes comuns.
Como isso é possível? A resposta a seguir.
Bioluminescência - a produção e emissão de luz por um organismo vivo - é o conceito norteador do Glowing Plant Project, cujos integrantes estão essencialmente injetando genes de bioluminescência em plantas de floração. A aproximação é dividida basicamente em três etapas: projetar, imprimir e transformar. A fase de projeto consiste na criação da sequência de DNA da primeira planta fluorescente usando um software chamado Genome Compiler. A impressão é a impressão do DNA com o Cambrian Genomics, o primeiro sistema/hardware capaz de imprimir DNA usando laser. Por fim, é feita a transformação do DNA personalizado na planta desejada no Glowing Plant Lab na Califórnia. A equipe espera então enviar sementes àqueles que apoiaram sua causa, possibilitando uma experiência mais próxima com a nova tecnologia e sua reprodução massiva.
"As plantas fluorescente são um símbolo do futuro, um símbolo de sustentabilidade e um símbolo de inspiração para que outros tenham criações novas, vivas", diz o líder do projeto Antony Evans. Inspirado pelos vagalumes e animais bioluminescentes aquáticos, Evans diz que esses métodos são básicos e não são novidade no âmbito da biologia; os fins aos quais esses meios estão sendo utilizados, no entanto, podem ser revolucionários.
Tentativas anteriores de criar plantas autossustentáveis com considerável emissão de luz não tiveram sucesso, mas com o financiamento necessário, o Glowing Plant acredita que eventualmente será possível criar um produto que vai para sempre mudar o conceito de iluminação. Ao invés de consumir grandes quantidades de energia e produzir tanto dióxido de carbono quanto os carros, a tecnologia produz sua própria energia e oxigênio, produzindo um impacto positivo. Não mais inorgânica e ineficientes, a luz pode um dia ser tão viva quanto nós somos, dissolvendo ainda mais os limites entre natureza e tecnologia em uma nova e excitante maneira.
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Referências: Kickstarter, TIME