O Centro de Análise Espacial Avançada (CASA), da Escola Universitária de Londres (UCL), se dedica a georreferenciar elementos que são parte do planejamento urbano de diversas cidades do mundo. Um de seus últimos trabalhos, realizado pelo pesquisador Oliver O’Brien, consistiu em identificar 89 sistemas de empréstimo de bicicletas existentes em distintas cidades ao redor do mundo.
Com os dados públicos dos mesmos sistemas de cada cidade foi criado o “Mapa de Empréstimo de Bicicletas”, que revela a localização exata de cada estação de bicicletas, a quantidade delas disponível e o número total existente em cada ponto, acompanhado de um gráfico mostrando o uso que se deu em cada estação nas últimas 24 horas.
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Para que a informação seja útil a quem planeja um passeio de bicicleta pela cidade, todos os dados são atualizados em um intervalo de tempo de 2 a 20 minutos. No caso dos sistemas chineses nem todos aparecem, pelo fato de muitos deles não estarem disponíveis ao público, terem sido eliminados ou simplesmente nunca terem existido.
O mapa de cada uma das cidades com seu próprio sistema pode ser visto em oito modalidades que mostram o status das estações. Por exemplo, em um mapa podem ser vistas estações em azul e vermelho, incluindo um ponto intermediário representado pelo roxo. Assim, o primeiro significa que uma estação não tem bicicletas disponíveis, o segundo que a estação está cheia e, portanto, todas as bicicletas estão disponíveis. Por fim, no caso do roxo, é exibida uma proporção similar entre as bicicletas que podem ser retiradas e as que estão em uso.
O’Brien diz que a partir do número de bicicletas existentes em uma estação é possível notar o desequilíbrio do sistema na cidade. Dessa forma, os pontos de empréstimo localizados no centro tem mais bicicletas que as estações longe de lá. Nesse sentido é possível afirmar que os sistemas são feitos para que ciclistas possam cobrir distâncias curtas em áreas muito densas e evitar assim uma sobrecarga de carros nas ruas.
Como o mapa contém dados de maio de 2011, atualizados anualmente, O’Brien elaborou um ranking mostrando o aumento da quantidade de bicicletas existentes nas estações de 21 cidades. Neste, o único dado que não foi atualizado corresponde a “Citi Bike”, em Nova York, que recentemente incluiu 330 estações em Manhattan e Brooklyn.
No topo do ranking aparece o sistema público de bicicletas de Paris, que em maio deste ano tinha 18 380 bicicletas. A diferença do para o segundo lugar é notória, com 8 128 bicicletas em Londres. Em terceiro lugar se encontra Nova York, sem os dados de Citi Bike e, na quarta posição Barcelona com 4 303 bicicletas. Como se vê na imagem abaixo, a quantidade de bicicletas na cidade espanhola diminuiu em comparação a maio de 2011. Esta situação é explicada pelo pesquisador pelo fato de algumas terem sido eliminadas do sistema para manutenção.
A partir dos mapas de O’Brien, o artista e urbanista Neil Freeman criou uma ilustração para cada cidade que mostra a localização dos pontos com bicicletas públicas. Como os desenhos são menores que os mapas, é mais fácil determinar uma tendência de distribuição das estações e a topografia do lugar. Assim, o mapa do Rio de Janeiro mostra a existência de poucas estações distantes entre si, em contraste com o que acontece em Paris, com muitas estações que não se limitam apenas ao centro da cidade.
Por Constanza Martínez Gaete, via Plataforma Urbana. Tradução Archdaily Brasil.