Nesta entrevista feita por Hugo Oliveira, Álvaro Siza apresenta suas ideias sobre a ligação entre a obsolescência e a qualidade na arquitetura, e o papel da flexibilidade do projeto nesta relação. Ele argumenta que o convento é, talvez, o melhor exemplo de uma tipologia que é concebida para um propósito específico e, ao mesmo tempo, muito flexível, permitindo inúmeros outros usos quando sua vida útil enquanto convento termina. O arquiteto também lamenta a tendência atual de se projetar edifícios que durem um período muito curto de tempo - destinados a durar apenas o suficiente para sua função original. Ele faz, inclusive, uma relação entre esta tendência e os Futuristas do início do século XX, cujas ideias giravam entorno da concepção de que cada geração cria seu ambiente que depois será destruído, uma ideia que ele rejeita, visto que "ela serve para construir mal, porque basta que dure 20 anos [o edifício]".
A seguir alguns exemplos de como Siza busca garantir a flexibilidade em seus projetos.