Há alguns dias apresentamos as melhores praças do mundo de acordo com um estudo realizado pelo grupo Projeto para Espaços Públicos (Project for Public Spaces, PPS). Agora mostramos um resumo do mesmo site, com algumas das piores praças e parques do mundo, entre os quais se destacam lugares conhecidos como os espaços públicos do Guggenheim de Bilbao, The National Mall em Washington e a Praça da Concórdia em Paris.
A metodologia PPS considera uma série de critérios que lhes permitem avaliar os espaços públicos e definir o êxito dos mesmos: A Sociabilidade, Os Usos e atividades, Conforto e imagem, Acessos e ligações. Outros critérios empregados nessas análises são aspectos qualitativos para julgar o lugar e aspectos de caráter mais objetivo que podem ser medidos estatisticamente.
A seguir apresentamos algumas questões do porquê, segundo a metodologia PPS, esses espaços não funcionam.
1. Praça da Concordia, Paris
O grande problema da Praça da Concórdia é eventualmente ser um espaço que leva ao trânsito de veículos, apesar de possuir o título de maior praça de Paris (21 hectares). Outro dos problemas dessa praça, consequência do anterior, é a descontinuidade produzida entre o Parque das Tulherias e os Campos Elíseos pela contínua passagem dos carros.
2. Praça City Hall, Boston, MA
Este lugar foi construído entre os anos de 1963 e 1968, a partir de um concurso nacional para realizar uma renovação urbana no local. Esta área era antigamente um bairro de classe trabalhadora, onde se mobilizava um grande contingente de marinheiros e comerciantes que frequentavam as tabernas.
O local, além de apresentar um lento processo de desenvolvimento, tem gerado constantes tentativas de reformulação, ao invés de gestão para servir a comunidade. Algumas das características que, segundo PPS, o designam como um lugar ruim são primeiro sua grande extensão sem atributos de projeto, útil apenas para mostrar aos visitantes. “Os edifícios que o cercam são pouco interessantes e há necessidade de atividades nas ruas ao redor. É muito vasta e tudo isso contribui para a dificuldade de acesso.” Existem também poucos lugares para sentar e a sociabilidade entre as pessoas acontece em um grau pequeno.
3. Praça das Nações Unidas, São Francisco, CA
A Praça das Nações Unidas é um ponto de acesso importante ao vasto Centro Cívico de São Francisco e ponto chave na rua do mercado. Esta praça representa uma importante oportunidade para unir e melhorar a rua do Embarcadero, já que atualmente não se aproveita a frente marítima da cidade. Em seu centro, hoje em dia, se localiza uma fonte utilizada de maneira indesejável para a cidade, completamente subutilizada e negligenciada.
4. Espaços públicos do Guggenheim Bilbao
Nesta praça se localiza um dos edifícios mais atrativos a nível mundial por sua arquitetura impressionante, o Guggenheim de Bilbao. Este êxito monumental fez deste lugar um espaço reconhecido e icônico, porém o projeto fracassa como espaço público, já que sua monumentalidade vai contra a criação de um espaço exterior que suporte a vida cultural e comunitária de toda a cidade.
5. Praça Paisos Catalans, Barcelona
Esta praça, localizada na estação de Sants, é catalogada como um lugar ruim pela falta de sombra, habitabilidade, conforto, vistas e mobiliário. Ou seja, atua como um lugar sem identidade e sem maior funcionalidade do que estar na saída da estação de metrô da cidade.
6. Parc de la Villette
Este parque, famoso pelas “follies” de Bernard Tschumi, parece não ter sido pensado para pessoas, já que o uso dos programas no seu interior é escasso para a quantidade de turistas que o visitam a cada ano e para as pessoas que vivem nos arredores do parque. De acordo com PPS, um dos problemas é que o parque parece resultado de uma técnica construtiva desumanizada, que o interesse das estruturas não compensa.
7. The National Mall
Em virtude de sua proximidade às instituições mais prestigiadas dos EUA, entre eles o instituto Smithsonian, o Museu Nacional de História Americana, o Museu Nacional de História Natural e a Galeria Nacional de Arte, The Nacional Mall contempla uma parte da maioria das visitas das pessoas à capital. Entretanto, o passeio de quem visita estes edifícios não está resguardado por este espaço já que, por exemplo, não há lugares para sentar e desfrutar do parque. Lamentavelmente, mais que um parque onde as pessoas possam praticar atividades recreativas, The Nacional Mall se transformou em um local de conexão entre destinos, onde as pessoas só podem caminhar e se movimentar.
8. Espaços na superfície do Forum des Halles, Paris
Forum des Halles, em Paris, é essencialmente um centro comercial subterrâneo, que se desconecta da cidade em sua superfície. O problema disso, segundo PPS, é que os espaços na superfície não são adequados para as funções que têm de ser realizadas em um bom espaço público, e menos ainda para a grande quantidade de pessoas que transitam até a estação Châtelet-Les Halles, as piscinas e os serviços subterrâneos.
9. Tate Modern, Londres
O Tate Modern é um espaço que deve seu nome ao Museu Nacional Britânico de Arte Moderna. Apesar de sua localização no centro de Londres, todo o espaço público que o circunda, segundo a metodologia PPS, se trata de um espaço ruim para o pedestre já que não conta com sombra, assentos ou vida de quem caminha ao redor. Como se trata dos setores no entorno do Museu de Arte Moderna, é possível pensar que várias das esculturas e instalações em seu interior poderiam ser parte do exterior, de maneira que os turistas e a comunidade pudessem desfrutar da arte desde o começo do passeio.