No último encontro mundial sobre ciclismo urbano, Velo-City 2013, desenvolvido semana passada em Viena, foram entregues os prêmios “Visionários do Ciclismo”. Concentrados em premiar as iniciativas que promovem o uso da bicicleta em espaços urbanos, o reconhecimento também serviu para que sessenta organizações ciclo ativistas do mundo apresentassem seus projetos a um novo público.
Indicado na categoria “Projetos de Promoção Social” e ganhador do prêmio, o plano “Bicis por la Vida” do movimento colombiano La Ciudad Verde consiste em pintar ciclovias nas ruas colombianas para pedir às autoridades a construção de infraestrutura para bicicletas e a criação de programas de estímulo público a esse meio de transporte.
Mais detalhes do “Bicis por la Vida” a seguir.
A ideia desta campanha surgiu ao revisar as formas de mobilidade das pessoas que morreram em seus trajetos cotidianos ao longo de 2012 em Medellín. Entre elas, revela-se que em 100.000 trajetos feitos em um dia, 57 pessoas faleceram, das quais 28 ciclistas, 21 motociclistas e 8 pedestres.
É por isso que o movimento, que busca criar cidades mais sustentáveis, aderiu ao 22 de Setembro, Dia Mundial sem Carro, como um dos dias de ação em que seus membros e voluntários participam ativamente pintando as ruas com motivos de bicicletas denominadas “linhas pela vida”. No ano passado foram incorporadas às ruas de seis cidades colombianas - Barranquilla, Bogotá, Cali, Medellín, Popayán y Tunja – junto a outros grupos colombianos como Cicloamigos, Martes de Cicloruta e Vamos En Bici, entre outros.
À medida que o movimento se espalhou, suas atividades passaram a ser realizadas com autorização e não há intenção de substituir os governos locais, já que uma das funções deste último é criar políticas públicas orientadas à promoção da bicicleta como meio de transporte urbano sob o conceito de vida. O nome da campanha “Bicis por la Vida” (Bicicletas pela vida) também coincide com o lema do governo de Medellín (“Un hogar para la vida”, Um lar para a vida).
Como as atividades não são ilegais, as ciclovias que foram pintadas nas ruas se mantém e são utilizadas pelos ciclistas, como explicou Juan Pablo Salazar, integrante da Equipe de Coordenação Nacional do movimento, em uma entrevista a Radiónica.
Mas o movimento também criou outros pilares de ação. Um deles é a recente campanha “Rey Peatón”, que busca o respeito à circulação dos pedestres e a realização de infraestrutura que possibilite seus deslocamentos de forma segura.
Outra atividade realizada durante o primeiro semestre é o #TwitterCicla, que consiste em convidar uma figura pública de Bogotá e Medellín, como artistas, jornalistas ou políticos, para que realizem suas atividades cotidianas em uma bicicleta elétrica. Durante o dia, os participantes devem colocar fotos nas redes sociais com a hashtag #TwitterCicla para mostrar que a bicicleta é um meio de transporte efetivo, e que o modelo elétrico ajuda nas cidades com uma topografia que pode ser complicada para algumas pessoas.
O movimento La Ciudad Verde também conta com um Comitê Acadêmico formado por especialistas que, com base em seus conhecimentos e na experiência de mobilidade urbana sustentável desenvolvida em outros países, geram propostas de políticas públicas para fazer das cidades lugares mais amigáveis para os meios alternativos de transporte e a seus cidadãos.
No seguinte vídeo de “La Ciudad Verde”, é possível conhecer as necessidades de mobilidade urbana que podem atender os cidadãos colombianos com bicicletas. Mostra também os participantes pintando ciclovias como parte do “Bicis por la Vida”.
Por Constanza Martínez Gaete via Plataforma Urbana. Tradução Archdaily Brasil.