Após ter recebido uma primeira aprovação no início deste ano, o projeto de Daniel Libeskind, em colaboração com McAdam Architects, para o Maze Peace Centre na Irlanda do Norte, foi embargado há algumas semanas, quando o Primeiro Ministro Peter Robinson deixou de apoiar o controverso edifício, dizendo que seria errado continuar com a construção antes de se chegar a um consenso.
Saiba mais sobre a controvérsia relacionada ao projeto, a seguir...
Entre 1971 e 2000, no terreno ficavam prisioneiros paramilitares que haviam se envolvido em nas disputas da Irlanda no Norte. Em 1981, dez destes prisioneiros morreram em uma greve de fome. Ao redesenvolver a extinta prisão, o objetivo da Maze/Long Kesh Development Corporation, é "demonstrar como a paz pode ser consolidada através do desenvolvimento econômico." O projeto de Libeskind para o Peace Centre é visto como um componente crucial para atrair investimentos.
Contudo, o projeto vem sendo bastante criticado. O próprio Libeskind disse que gostaria que a estória daqueles envolvidos na greve de fome fosse incluída no projeto do edifício. Isto levou algumas famílias de vítimas do IRA a crer que o local se tornaria um "santuário para o terrorismo". Em função disso, Rory Olcayto, do Architects' Journal, acusou Libeskind de ter uma compreensão muito simplificada das questões envolvidas no Peace Centre, dizendo que "o problema, ao contrário do Holocausto... é que não há consenso sobre este assunto específico, muito menos sobre a longa guerra sectária da Irlanda do Norte."
Segundo o artigo da BBC, que documentou as reações causadas pela súbita mudança de opinião de Peter Robinson, esta ausência de consenso abre espaço, inclusive, para questionamentos sobre se o Peace Centre deve ou não ser construído - que significa que a construção do projeto de Libeskind e o subsequente desenvolvimento do terreno da Maze estão em perigo. A Maze/Long Kesh Development Corporation exigiu esclarecimentos sobre os comentários de Robinson e o futuro do local.