Já está aberta, no Centro Cultural São Paulo, a exposição “Ações: O Que Você Pode Fazer com a Cidade”, que nasceu de uma pesquisa iniciada pelo Canadian Centre for Architecture (CCA) em 2007. A exposição apresentada em São Paulo – em parceria com a X Bienal de Arquitetura de São Paulo – trata-se de uma nova versão, na forma de um grande arquivo impresso e da reconstrução e documentação das 99 ações iniciais. O conteúdo da exposição é, desde o princípio, moldado como uma forma de história recente capaz de motivar iniciativas posteriores e de fornecer material com o qual se possa aprender e tirar inspiração.
Ações: O Que Você Pode Fazer com a Cidade é um projeto de pesquisa iniciado pelo Canadian Centre for Architecture (CCA) em 2007. O projeto tomou a forma de uma exposição – apresentada no CCA (Montreal, 2008) e na Graham Foundation (Chicago,2009) –, de uma publicação e de um website.
A exposição original – composta por 99 projetos selecionados de cenários urbanos contemporâneos e produzidos por um grupo grande e diverso de ativistas – apresentou o que consideramos serem ideias influentes e sagazes que revelam abordagens inesperadas sobre o “urbano”. Durante os últimos cinco anos, esses projetos continuaram a ser desenvolvidos e examinados, inclusive usados como ferramentas para novas ações.
Convocatória nº3: O Desafio de São Paulo
O site Actions/Ações apresenta um kit de ferramentas para inspirar ações na cidade. Depois das convocatórias abertas lançadas junto com a exposição em Montreal e Chicago, uma terceira convocatória ou Desafio de Ações é lançado em ocasião da X Bienal de Arquitetura de São Paulo.
Por favor, envie suas ações e compartilhe-as com o resto do mundo. Como enviar seu material:
- Certifique-se de saber como tudo funciona. Leia as regras:
- Inscreva-se. Você precisa fornecer um endereço de e-mail válido para poder participar;
- Envie sua ação (precisamos de materiais visuais);
- Faça a informação circular entre seus amigos; seu material será admirado por muita gente;
- Confira todas as ações do desafiante;
- Lembre-se de que você poderá fazer upload de até três imagens, mas se quiser enviar algum vídeo, precisa disponibilizá-lo antes no YouTube ou no Vimeo.
O Que Você Pode Fazer com a Cidade
Preste atenção à cidade. Olhe atentamente para as coisas com as quais você já tem familiaridade. Todos nós podemos definir novas formas de se pensar o “urbano”.
Não podemos mais nos pautar pelas ferramentas canônicas do planejamento “Moderno” ao elaborar o design e o gerenciamento do nosso espaço urbano. A reforma urbana Moderna buscava controlar o uso do terreno e o zoneamento, compartimentando a atividade humana em três esferas de ação: habitação, trabalho, e lazer, reconectadas pelo transporte.
Durante os anos 1960 e 70, arquitetos e planejadores urbanos trabalharam para estabelecer conexões entre os ideais teóricos e as realidades da vida cotidiana, oferecendo aos moradores a possibilidade de tomar parte nestes processos. Algumas práticas que vieram brevemente à tona naquele período hoje voltam em lugares e de formas inesperados.
Ações: O Que Você Pode Fazer com a Cidade reúne ações que reinventam nossas vidas cotidianas e reocupam o espaço urbano com novos usos. Nós focamos em caminhar, brincar, reciclar e jardinar. Caminhar significa restabelecer relações sociais. Jardinar, enquanto uma nova forma produtiva, significa zelar pelo solo urbano. Reciclar significa pensar a respeito do desperdício na nossa sociedade. Redefinir tais ações nos confere um trampolim que nos projeta a imaginar nossas cidades pautadas por diretrizes diferentes. Brincar significa tomar posse, de forma criativa, da cidade física e social. O objetivo é, através dessas ações, encontrar ferramentas para introduzir novas prioridades na sociedade. Essas ferramentas não vêm com instruções de uso. Elas são fruto da necessidade e são imbuídas dá ética e da motivação de todos aqueles que as reinventam e as reaplicam. Essas pessoas têm um olhar completamente diferente sobre os problemas da vida urbana contemporânea; elas compartilham de um certo desconforto no sistema predefinido.
Elas minam a sabedoria convencional, mas não, necessariamente, a confrontam.Essas ideias não têm a pretensão de representar um mundo que poderia substituir o atual. Elas não constituem uma resposta unificada, mas oferecem a todos alternativas possíveis. Se, como observa Aldo van Eyck, “a imaginação é o principal detector de mudança”, não podemos senão perceber o quão grande é a mudança em curso.
Curadoria:
Giovanna Borasi
Mirko Zardini
Centro Cultural São Paulo - Modos de Agir
Rua Vergueiro, 1000, Paraíso
(Metrô Vergueiro – Linha Azul)