Enquanto as ruas de grandes cidades no Brasil estão zunindo com agitações políticas e até mesmo motins, a 10ª Bienal de Arquitetura de São Paulo foi inaugurada no dia 12 de outubro. O New Institute e o escritório de Roterdã Crimson Architectural Historians organizaram o ‘Track Changes’, uma série de debates, apresentações e encontros para essa Bienal. Em uma configuração pública, mas ainda assim intimista, serão discutidas tanto as transformações que a sociedade vem atravessando em um período de crises econômicas, políticas e sociais, como o papel que arquitetos e urbanistas podem assumir dentro desse contexto. Os debates serão realizados nos dias 4, 5, e 6 de novembro.
Um grupo internacional de arquitetos, urbanistas, economistas, historiadores de arquitetura e críticos irá analisar se uma forma de trabalho participativa e de pequena escala pode oferecer soluções relevantes para as questões econômicas, políticas e sociais contemporâneas ou se, ao contrário, deveriam estar sendo projetados serviços, infra-estrutura de larga escala e Planos Diretores. Através de comparações públicas e da discussão de projetos concretos, realizados em cinco continentes diferentes, tentaremos encontrar pontos em comum e, dessa maneira, tentar tornar a questão do design, mais uma vez, socialmente significante e politicamente relevante.
“Em quatro dias de discussões abertas, vamos explorar o que temos em comum, mas não sem antes definir precisamente as nossas diferenças” afirmam os historiadores da Crimson. “Talvez a nossa maior ambição seja resgatar a arquitetura e o planejamento urbano dos guetos acadêmicos e das caixas pretas da política e do mercado, para retornar ao núcleo do debate público”.
Os profissionais integrantes irão discutir projetos específicos que se referem às questões levantadas pelaCrimson. Três discussões serão realizadas: We the People (Nós, o Povo), sobre o valor democrático de um Plano Diretor, particularmente o novo concebido para São Paulo; What’s Your Crisis? (Qual a sua crise?) à respeito de como a repentina escassez de recursos financeiros, crises políticas e transformações sociais dramáticas estão forçando arquitetos a reavaliar sua maneira de trabalhar; e Bottom-Up Is Not Enough (“De baixo para cima” não é suficiente), sobre como projetos desenvolvidos “de baixo para cima” podem exceder sua pequena escala e ser integrados em planos superiores.
Os convidados são: Guus Beumer (diretor, New Institute), René Boer (Failed Architecture), Fernando Botton (URBZ), Elma van Boxel (ZUS), Milton Braga (MMBB), José Armênio de Brito Cruz (presidente, Instituto de Arquitetos do Brasil/SP), Eduardo Andrade de Carvalho (empreendedor, MOBY Incorporadora), Mariana Fix (economista e urbanista, Universidade de Campinas), Ana Carla Fonseca (economista e urbanista, Garimpo de Soluções), Fernando de Mello Franco (secretário municipal de Desenvolvimento Urbano de São Paulo), Rupali Gupte & Prassad Shetty (CRIT), Charles Holland (FAT), Ana Luiza Nobre (historiador da arquitetura, curador X Bienal), Luís Pompeo (23 Sul), Michelle Provoost & Wouter Vanstiphout (Crimson), Damon Rich (planejador urbano da cidade de Newark, Nova Jersey), Nanne de Ru (Powerhouse Company), Sofia Saavedra Bruno (Supersudaca), Jan Gijs Schouten (Cônsul-geral dos Países Baixos), Carlos Teixeira (Vazio S/A/) e Urban Think Tank.
Os debates e seus resultados podem ser acompanhados em trackchanges.thenewinstitute.nl e através do Twitter #trackchanges. Uma publicação contendo as conclusões e resultados das discussões será divulgada em dezembro.
Local: CCSP - Entrada franca
Programação Track Changes (Alterações de Rota):
04/11
13h30 : Abertura (acesso ao local a partir das 13h) e We the People (Nós, o Povo)
17h: coquetel festivo oferecido pelo consulado holandês
05/11
13h30: What’s Your Crisis? (Qual a Sua Crise?)
06/11
13h30: Bottom-Up Is Not Enough (“De baixo para cima” não é suficiente)
Local: CCSP - Entrada franca
+infos: trackchanges.thenewinstitute.nl, #trackchanges