A Casa LIFT (Low Income Flood-proof Technology ou, em português, Tecnologia à prova de Inundações de Baixo Custo) foi projetada e construída por Prithula Prosun em Dhaka, Bangladesh, como uma solução inovadora e sustentável para as comunidades pobres que vivem em áreas propensas a inundações. Milhões de pessoas perdem suas vidas nas inundações que acontecem devido ao transbordamento dos rios, aos sistemas inadequados de drenagem e às chuvas das monções. Especialistas em mudança climática preveem que as inundações se agravarão com o derretimento das geleiras do Himalaia, sobrecarregando as redes fluviais do país.
Como parte de sua tese na Universidade de Waterloo, Prosun projetou a casa de modo a flutuar com o aumento do nível da água, retornando ao solo quando as águas baixam.
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O projeto se concretizou após ter recebido uma bolsa de pesquisa do Centro Internacional de Pesquisas para o Desenvolvimento (IDRC). Ao invés de bloquear o caminho das águas, a estrutura anfíbia se adapta à natureza para se proteger das inundações.
A Casa LIFT foi projetada para ser completamente autosuficiente, sem conexões com os sistemas de abastecimento da cidade; a residência proporciona os serviços básicos aos seus habitantes durante o ano inteiro, interferindo minimamente em seu entorno imediato.
Dois sistemas diferentes permitem que a casa flutue com o aumento do nível da água: uma base oca de ferro-cimento; e uma fundação de bambu preenchida com garrafas plásticas vazias. A estrutura da casa permanece estática no eixo vertical, garantindo estabilidade.
A parte técnica de serviços da casa capta e filtra a água pluvial durante a estação das chuvas, reciclando-a através de filtros para que possa ser utilizada durante o ano todo. A eletricidade é obtida a partir de dois painéis fotovoltaicos de 60W que garantem a iluminação e a ventilação no interior da residência.
O sistema de compostagem inodoro permite aos moradores produzir adubo a partir de seus dejetos. A urina é dirigida ao jardim através de tubulações subterrâneas, onde serve de fonte de nutrientes.
O bambu foi escolhido por seus excelentes benefícios ambientais e seu baixo custo. O projeto piloto foi colocado à prova em janeiro de 2010, e agora é o lar de uma família de cinco pessoas.