Aproveite! Este é o último fim de semana que o Masp (Avenida Paulista, 1578 – estação Trianon-Masp do metrô) abriga a exposição “O Asfalto e a Areia”, parte da X Bienal de Arquitetura. Até domingo, 24/11, é possível ver a exposição “O Asfalto e a Areia” relaciona a produção de importantes artistas e arquitetos brasileiros na virada dos anos 1960 para os 1970, em torno da promulgação do AI-5. São eles: Vilanova Artigas, Paulo Mendes da Rocha, Lina Bo Bardi, Hélio Oiticica e Cildo Meireles.
O tema são os constantes atravessamentos entre as esferas pública e privada no Brasil, na forma de casas pensadas como espaços urbanos (comuns) e instalações artísticas ambientais em lugar público concebidas para ser usadas de modo subjetivo e doméstico.
Os elementos do asfalto e da praia, presentes nos diversos trabalhos, encarnam a imagem metafórica das duas principais áreas coletivas no Brasil: a rua e a praia.
Sobre Modos de Atravessar
Na segunda metade dos anos 1960, quando a ditadura militar se instalou no Brasil, as obras de certos arquitetos e artistas atingiram um ponto de radicalidade máxima, tensionando as fronteiras entre a dimensão privada e o mundo público: casas de concreto, com rampas e sem janelas, concebidas como se fossem espaços urbanos; instalações artísticas feitas de tecido, pisos de areia, brita ou água, pensadas para se viver de forma subjetiva em espaço coletivo. Urbanizar a vida doméstica ou subjetivar a esfera pública? Contrapor-se aos segredos e caprichos da intimidade, procurando superar o ethos burguês, ou expor a vida privada, fazendo do lazer improdutivo uma forma agressiva de liberdade?