Amanhã, sexta-feira, 29/11, às 16 horas, no espaço Track Changes do Centro Cultural São Paulo, o fotógrafo mexicano Jorge Taboada conversa com o público sobre suas obras e processos criativos. Alguns dos seus trabalhos podem ser vistos na exposição “Densidade”, também no CCSP.
Taboada participou do Programa de Fotografia Contemporânea de Monterrey em novembro de 2011 e do Laboratório de Produção fotográfica, em 2012. Foi selecionado para o Visionado de Portfólios, em Santo Domingo, na Transatlântica PhotoEspaña 2012 e foi finalista da exposição "Tropical Schizophrenia", no Instituto Cervantes em Madrid, Espanha, com 16 fotografias da instalação "Alta Densidad".
Sobre a exposição:
A densidade é um atributo cada vez mais crucial para a sustentabilidade das cidades em um mundo superpovoado – o que não implica necessariamente verticalização. Com um gabarito médio de sete andares, por exemplo, Paris é a cidade mais densa da Europa.
Hoje, em um mundo que se urbaniza de acordo com taxas muito altas, a construção em massa forma e reforma radicalmente as cidades latino-americanas, africanas e asiáticas. É um registro disso que vemos nas fotos de Jorge Taboada e de Michael Wolf. E se os imensos conjuntos residenciais de baixa altura que Taboada flagra no México provocam uma espécie de vertigem da horizontalidade, as tramas ascendentes captadas por Wolf em Hong Kong causam o mesmo em relação ao plano vertical. Densidade, nesses casos, é sinônimo de massificação, aridez, monotonia e perda da noção de escala. Fotografadas sempre em planos fechados, de modo a eliminar as referências contextuais desses conjuntos, suas séries geram certa fascinação pelo aspecto sinistro da urbanidade contemporânea.
Cities without Ground é uma pesquisa feita por Adam Frampton, Jonathan D. Solomon e Clara Wong sobre as múltiplas camadas de Hong Kong. Aqui, a questão não é a massificação habitacional, mas a complexa trama de mobilidade da cidade. Com uma intrincada rede de passarelas que conectam edifícios e áreas distintas de seu tecido urbano, passando acima, abaixo ou entre viadutos e prédios, Hong Kong é uma cidade sem piso térreo, uma cidade cuja densa conectividade tridimensional praticamente eliminou a referência ao solo.
Não é por acaso que a reflexão sobre a densidade hoje termine enfocando a situação das cidades asiáticas. O trabalho The Vertical Village foi desenvolvido pelo estúdio holandês MVRDV como um estudo propositivo acerca da rápida transformação das pequenas comunidades chinesas – bairros ou cidades inteiras. Diante da ameaça da imediata destruição dessas comunidades pelo que denominam block attack – a construção de torres altas e repetitivas, fazendo tabula rasa do existente –, os arquitetos do MVRDV propõem formas de adensamento e verticalização que não desprezem a lógica informal das construções tradicionais, que constituem a identidade dessas comunidades.
Participantes:
Adam Frampton, Jonathan D. Solomon e Clara Wong, Cities Without Ground, Nova York, EUA/Hong Kong, China
Jorge Taboada, Alta Densidad, Monterrey, México
Michael Wolf, Architecture of Density, Munique, Alemanha/Hong Kong
MVRDV, Vertical Village, Roterdã, Países Baixos
Beto Shwafaty, São Paulo
Local: Centro Cultural São Paulo (CCSP)