Há alguns anos, o Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) anunciou uma invenção que prometia revolucionar o mundo do ciclismo. Em dezembro de 2013, o MIT cumpriu sua promessa e lançou “The Copenhagen Wheel”, um motor sem fio acoplado a uma roda que, ao ser instalado como roda traseira de uma bicicleta tradicional, converte–a em uma elétrica, tornando mais fácil e mais rápido o pedalar para quem se move pelas cidades.
Mesmo essa sendo uma criação pioneira, não é a única desse tipo, já que, no começo de 2013 a empresa FlyKly elaborou o “Smart Wheel”, um motor elétrico com o funcionamento muito parecido que também evitaria o roubo das bicicletas.
Veja como funcionam esses dois motores à seguir.
“The Copenhagen Wheel” inicia seu funcionamento somente quando o ciclista começa a pedalar. Assim, durante os primeiros minutos, o motor e seu aplicativo criado para celulares detectam o ritmo do ciclista e armazenam os dados. Durante essa etapa inicial o motor armazena a energia que produz em baterias de lítio internas. Com esse mesmo aplicativo, o motor é capaz de reconhecer as características do ciclista segundo a velocidade que obteve nos caminhos com diferentes inclinações e o tempo que demorou em recorrer certas distâncias, dados que são salvos no celular. O aplicativo também tem uma opção que bloqueia o motor, evitando que a bicicleta seja roubada quando estacionada em locais públicos.
Dessa forma, quando o aplicativo reconhece que a bicicleta está em um lugar com inclinações mais acentuadas, o motor começa a funcionar e libera a energia, ajudando o ciclista ir mais rápido. O motor permite trafegar a até 60 km/h mas, dependendo do país onde é comprado, varia a velocidade para cumprir com as distintas leis de trânsito. Nos EUA chega aos 20 km/h e em outros países, 25 km/h.
Assaf Biderman, um dos inventores, disse que a roda responde à necessidade de incentivar cada vez mais pessoas a se locomoverem de bicicleta. Além disso, explicou que o motor se integra ao ciclista e que funciona como um companheiro tornando as viagens mais fáceis e rápidas.
Essa invenção, projetada pelo Laboratório da Cidade do Instituto Tecnológico de Massachusetts e pela companhia de design Superpedestrian, tem um custo de US$700, por volta de R$ 1.700. Durante as duas primeiras semanas de dezembro, o site recebeu 810 pedidos por ciclistas da Austrália, vários países da Europa, Quênia e Madagascar.
O funcionamento da “Smart Wheel” é muito parecido com “The Copenhagen Wheel”, já que também ajuda a pedalar mais rápido, evitando que os ciclistas que estão começando a andar de bicicleta não tenham o cansaço como desculpa. Uma diferença entre esses motores é que antes de iniciar um caminho com a Smart Wheel é necessário verificar a velocidade máxima no aplicativo do celular ou no Pebble Watch, um relógio que tem o mesmo aplicativo e que, além disso, mostra o nível de bateria da roda, o tempo e a distância de viagem.
Seja no celular ou no relógio, o aplicativo criado por FlyKly mostra as informações em tempo real sobre as distâncias percorridas, os tempos das viagens e a velocidade. Como a roda armazena a energia produzida e a libera segundo as necessidades do caminho, é necessário carregá-la quando não está sendo utilizada. Em média, essa roda teria uma vida útil baseada em 1.000 recargas que demoram entre 2 e 3 horas. Para evitar que a bicicleta seja roubada nas ruas, pode-se pressionar um botão no relógio que bloqueia qualquer movimento na roda traseira. Atualmente, a Smart Wheel está à venda e tem um custo de U$ 590.
Como essas duas rodas são uma opção real no mercado das bicicletas, os ciclistas que as usarem terão uma ajuda personalizada que não lhes tirará a essência do andar de bicicleta, já que seguirão movendo-se por sua própria energia que depois de ser armazenada nas baterias continuará impulsionando o movimento. Com invenções como essas e outras que já são de uso público, como a da Noruega que ajuda a subir as colinas, os ciclistas são capazes de superar as barreiras topográficas das cidades que podem desmotivar aqueles que querem fazer da bicicleta seu principal meio de transporte.
O vídeo abaixo mostra como funciona a Smart Wheel.
Por Constanza Martínez Gaete, via Plataforma Urbana. Tradução Camilla Ghisleni, ArchDaily Brasil.