Um dos papéis de uma instituição como o Centro Pompidou de Paris é de escrever a história do mundo da arte de ontem e de amanha além das fronteiras francesas. É com esta ambição que o Centro Pompidou celebra as criações arquitetônicas contemporaneas brasileiras, adquirindo dois projetos da Triptyque. Esses projetos valorizam as tradições artesanais brasileiras associadas à inovação e o equilíbrio nas relações construção/natureza.
O primeiro, “Colômbia 325”, é um edifício situado na cidade de São Paulo, no Brasil, concluído em 2007. A grande originalidade da construção está na sua fachada que se desmaterializa em uma superfície às vezes envidraçada às vezes coberta por uma camada de brise-soleil de madeira. Esta forma sinuosa é também a interpretação contemporânea do tradicional brise-soleil tão querido à história da arquitetura brasileira. Esta realização é um modelo de conciliação entre inovação e tradição.
Na concepção do brise-soleil em madeira de cedro, os arquitetos da Triptyque utilizaram ao mesmo tempo processos de fabricação ancestrais por sua precisão, mas também uma ferramenta contemporânea de modulação digital (3D) para modelar as lâminas de madeira. Esse projeto será representado na coleção de arquitetura do Centro Pompidou por desenhos e duas maquetes, uma feita em madeira entalhada e outra em papel cartão.
O segundo, “Inhotim”, é o projeto de construção do futuro pavilhão do Centro de visitantes do Instituto Cultural de Inhotim, situado no coração da Mata Atlântica das Minas Gerais no Brasil. Ele é um dos novos lugares famosos dedicados à arte contemporânea. Desenhado por Burle Marx, o jardim botânico de Inhotim conta com cerca de cem hectares e nele estão localizados aproximadamente vinte pavilhões e uma coleção de mais de 700 obras e instalações. A natureza e a arte estão em simbiose e fazem deste local de arte o mais importante da América latina.
A simplicidade deste projeto arquitetônico vem do equilíbrio justo entre o abrigo natural e o espaço edificado contemporâneo, sugerindo uma reflexão sobre a relação entre o homem e o meio ambiente, a construção e a arquitetura. O prédio sem fundação, sem porta nem ar-condicionado foi projetado em uma busca permanente da redução do seu impacto no meio ambiente. O edifício criado um diálogo na sua composição entre o material extraído em seu estado natural (ferro) e do material processado (aço). Ele é autossuficiente em água, eletricidade. A maquete do projeto “Inhotim” é feita em madeira, pedras e papel cartão, ela está acompanhada de seus desenhos.
Sobre a Triptyque
Desde 2001 a Triptyque Arquitetura explora ferramentas que servem tanto à arquitetura quanto às evoluções dos espaços urbanos. Hoje, localizada em São Paulo e em Paris, a agência criada por Grégory Bousquet, Carolina Bueno, Guillaume Sibaud e Olivier Raffaelli completa 13 anos de criação com tendências experimentais.
Veja outros projetos da Triptyque publicados no ArchDaily Brasil, aqui.