Este delicioso filme escrito e dirigido por Olivier Assayas se passa ao longo de meses, mas trata de um período muito bem definido: um verão afetivo, das memórias de uma família que se reúne para passar férias em sua casa de campo. A casa em si, a 50 minutos de Paris, é um recanto de memórias: ali viveu um pintor cuja sobrinha-neta, Hélène (Edith Scob), agora está fazendo 75 anos de idade e preparando-se para deixar seu legado.
Reune em sua bela residência os seus três filhos, onde todos costumam passar boas Horas de Verão, a mulher sabe que logo estará sozinha novamente e, como sente a proximidade de seu fim, quer que a casa seja vendida, tal qual os móveis e obras de arte valiosas.
Um dos filhos logo se indispõe quando a mãe lhe faz um breve testamento no dia do aniversário dela, mas o fato é que o futuro está logo aí. E a casa de campo é território do passado.
Meses depois, o inevitável acontece e a mulher falece como previa. Os filhos voltam para a casa e tentam decidir o que farão com o espólio da mãe. Frédéric, um dos filhos, – o único que vive na França- continua convicto de que nada deve ser modificado, já que seus filhos e sobrinhos adoram a casa.
Como preservar lembranças hereditárias e conciliá-las com o novo? É o que Assayas questiona nesse belo conto sobre o tempo.
Em 2006, um projeto em comemoração aos 20 anos do Musée D´Orsay previa o lançamento de quatro curtas-metragens que seriam lançados simultaneamente, com direção de Raoul Ruiz, Hou Hsiao-Hsien, Jim Jamursh e Olivier Assayas. A ideia não foi para frente, mas o cineasta francês decidiu levar às telas o roteiro que havia planejado para seu segmento. O diretor, filho de Jacques Rémy, é o mesmo de Clean, que filmou com a ex-mulher Maggie Cheung.
Nome Original: L´Heure d´été
Duração:103 minutos
Ano:2008
País: França
Gênero:Drama