Arte e Arquitetura: Christo and Jeanne-Claude

O que têm em comum Miami, Kassel, Sidney, Kansas, Nova York, Berlim ou Ibaraki? Todas são cidades ou lugares que receberam intervenções de obras de arte – instalações realizadas pelo casal de artistas Christo and Jeanne Claude.

Creio que ambos não necessitem de muita apresentação, e abordar seu trabalho em detalhe em um artigo seria muito ambicioso, e também muito complicado. Quero então compartilhar algumas reflexões sobre o seu trabalho, muito ligado a land art, e finalmente como este pode chegar a inspirar a arquitetura. Christo (Christo Vladimirov Javacheff, Bulgaria 1937) e Jeanne Claude (Marrocos 1937 – Nova York 2009) foram um casal de artistas caracterizado por sua proposta artística e a escala de suas obras.

São, talvez, os três aspectos que mais chamam a atenção no seu trabalho.

O primeiro é relaciona com uma operação recorrente em sua proposta, a de envolver ou repetir. Envolver desde uma árvore até um edifício, mudando a percepção e relação que já se tem com a construção ou com a paisagem ao redor.

Talvez um dos caos mais emblemáticos, foi a proposta para o Reichstag em 1995, no qual o edifício do Parlamento Alemão foi coberto com mais de 100 mil m2 de tecido e 15km de corda, para ser visto durante três semanas por mais de cinco milhões de pessoas.

Também incorporaram paisagens naturais em seus trabalhos, como é o caso das 178 árvores do Parque Berower, em Riehen, a noroeste de Basilea na Suíça, onde um dos aspectos mais destacáveis era a heterogeneidade que se criava a partir de uma solução base muito simples, e como esta transformava completamente a percepção da natureza e da realidade.

O segundo aspecto é o uso do tecido e da cor como matéria própria de seus projetos. Usam um material dúctil, que permite dar conta do objeto ou elemento em que se está intervindo, mas que por suas propriedades próprias e opacidade se reduz a sua forma ou aspecto mais essencial, apagando os detalhes e exaltando a sua condição mais plástica, o qual se vê acentuado mediante o uso de cores e contrastes radicais.

O terceiro elemento é a escala. Por meio de uma operação bastante simples, pode-se adquirir uma escala que supera completamente a arquitetura e que adquire uma dimensão de território, seja através do cobrimento de um ponto especifico ou a repetição estratégica e pontual de um elemento, como um guarda-chuva, na Califórnia ou Japão, ou como um portal, no caso do The Gates no Central Park de Nova York.

 

E finalment0, um tema que resulta realmente admirável é que seus trabalhos são totalmente financiados pela venda de obras de arte e elementos originais do processo de projeto, como desenhos, colagens ou fotografias.

Projetos destacados:

Wrapped Coast (Sidney, Austrália)
Valley Courtain (Colorado, USA)
Running Fence (Califórnia, USA)
Wrapped Walkways (Kansas, USA)
Surrounded Islands (Miami, USA)
Pont Neuf (París, Francia)
Umbrellas (Califórnia, USA + Ibaraki, Japão)
Reichstag (Berlín, Alemanha)
Vernhüllte Bäume (Basilea, Suíça)
The Gates (Nova York, USA)

 

Sobre este autor
Cita: Marina de Holanda. "Arte e Arquitetura: Christo and Jeanne-Claude" 04 Mar 2012. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-35977/arte-e-arquitetura-christo-and-jeanne-claude> ISSN 0719-8906

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