O Dr. Margot Krasojevic é conhecido por usar parâmetros digitais para explorar os efeitos psicológicos da arquitetura – materiais e espacialidade – em seus usuários. O Hanging Hotel / Suspended Campsite (“camping suspenso”) é um dos projetos que foi concluído para o Holden Manz Wine Estate Cape Town de Outubro de 2011 em Massif de L’Esterel, (Gorges Du Vedroon) sul da França. O projeto é uma investigação na coreografia de percepções de ambientes ao nosso redor. Neste projeto em particular, atendendo aos alpinistas, Dr. Krasojevic usa um composto de vidro e um sistema de grelha em prisma para alterar o modo que os alpinistas veem o ambiente e estimular diferentes experiências psicológicas baseadas nestas mudanças sutis de visão.
O Hanging Hotel é uma composição de plataformas e cascas que estão fixadas ao granito existente através cavidades de fundações instaladas na face rochosa que prende a estrutura a esta superfície. Estas plataformas podem ser usadas como obstáculos adicionais para os alpinistas, mas foram criadas com o intuito de funcionarem como áreas de descanso como uma pausa ao longo de seus percursos.
A estrutura primária de plataformas e seu interior de cascas são compostos de colunas e quadros horizontais metálicos. A estrutura secundária é uma passarela de madeira que suporta a estrutura e cria uma geometria suave ao longo da superfície. A terceira são painéis laminados de compensado e uma pele em polímero de fibra reforçada que faz as partições das cascas. A estrutura é revestida com uma espécie de gesso elástico e pintura.
Mas o elemento mais importante para esta mistura de materiais no filtro holográfico é o composto de vidro com o sistema de grelha prismática que cria o efeito almejado pelo Dr Krasojevic. O vidro funciona, primeiramente, como seu propósito comum de proteger os alpinistas dos nocivos raios UVB. O filtro holográfico reduz o brilho e os tipos de comprimento de onda que penetram as cascas. Para os alpinistas fatigados, isto é um aspecto importante que também proporciona um ambiente seguro para o descanso antes de continuarem sua escalada.
O fato de estes filtros serem removíveis permite que a experiência destas cascas seja coreografada baseando-se no efeito desejado. As persianas por meio das quais os filtros são instalados envolvem-se ao redor das cascas criando um sistema de sombreamento. Essas também regulam a quantidade de luz e, com certos ajustes nos filtros, produz-se miragens e ilusões para além do ambiente real, alterando cores e relações de visuais.
O projeto aproveita ainda da altitude, o que pode ser desorientador assim como a exaustão associada à escalada. As cascas permitem que os usuários se desassociem da realidade do momento presente pela alteração de composições visuais. Funciona de duas formas. Promove relaxamentos mentais e preparação para o descanso da escalada e cria um ambiente meditativo para auxiliar na recuperação. Pode ainda sintonizar os alpinistas com a realidade do ambiente ao criar uma super consciência através das nuances de luz que nossa visão pode não estar acostumada a ver.
As cascas são semi construídas e semi escavadas da rocha. Podem também serem entendidas como uma extensão da superfície rochosa. Encravamentos de apoio para os dedos e pulsos são adicionados a estrutura de superfície de concreto, espalhados por dentro das cavidades e sobre a superfície criando uma parede de escalada artificial para acessar as plataformas.
