Organização Participativa: A experiência de Better Block

Em Abril de 2010, um grupo de vizinhos e organizações comunitárias se reuniu para revitalizar uma quadra comercial no corredor dum bairro que perdia atividade e movimento. Considerando a oferta deficiente de serviços a seus vizinhos, Better Block propõe envolver os recursos deles mesmos para converter seu bairro num lugar que se possa caminhar, pedalar e que seja acessível para todas as idades. O projeto aposta no potencial das comunidades para revitalizar bairros, mediante a premissa de que as transformações urbanas sustentáveis provêm desde as capacidades das redes locais. Esta revolução do espaço público possui a capacidade direta de incidir nas políticas públicas, dando a entender os benefícios que traz um espaço público de qualidade, com comércio de pequena escala e infraestrutura de mobilidade multimodal, em nível de segurança, saúde, cultura e economia das cidades.

Este evento não foi isolado já que sua organização desencadeou uma série de iniciativas nos Estados Unidos. O coletivo começou a detectar ruas com escala e morfologia que suportariam uma área para pedestre de qualidade, mas que ao mesmo tempo apresentam carência de espaços para mobilidade alternativa. Uma vez reconhecida a locação, é trabalhada a costura de suas redes sociais, deliberando empreendedores, artistas e ativistas dentro das comunidades locais.

A primeira intervenção é crucial para gerar impacto, pois prevê a chegada de uma guerrilha urbana para converter o espaço público numa instalação artística. Nesta linha, se aproximam aos proprietários de terrenos e locais ociosos para convertê-los nas principais galerias de arte. Reúnem-se a trabalhadores, material de lojas e depósitos locais para segregar as ruas e instalar luminárias provisórias enquanto os cabos entre os edifícios mais altos forem o suporte de luzes decorativas. Somado a isto, música nas ruas, cafés ao ar livre, oficinas para crianças e atividades, incentivam a permanência no espaço público.

 Como plataforma busca gerar compromisso social em processos de construção da cidade. É por isto que o material de difusão é fundamental para gerar referências e consequentemente uma rede de práticas inovadoras. O site na web converte-se numa síntese dos eventos.

Destacamos esta organização por começar desde a unidade mais básica do bairro como uma quadra, apostando por uma intervenção localizada que geraria o capital social suficiente para sustentar maiores transformações. Muitas vezes, processos inversos como mega intervenções, possuem dificuldades por ser um material que parte de distintas comunidades que estão afetadas. O trabalho de acupuntura em distintas quadras permite regenerar o tecido social que é o que em última instância constrói a identidade do bairro.

Sobre este autor
Cita: Victor Delaqua. "Organização Participativa: A experiência de Better Block" 21 Mai 2012. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-49787/organizacao-participativa-a-experiencia-de-better-block> ISSN 0719-8906

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