As seguintes imagens revelam o resultado do Workshop de Arte Digital que se concentrou em realizar uma leitura sobre a cidade como uma soma de manifestos construídos. Como um conjunto de forças tensionadas, como um sistema complexo, dinâmico e em constante mutação, onde os entornos urbanos passam a ser espaços carregados de informação que nosso olhar lúdico pode transforma-los em fragmentos imaginários e assim criar uma nova imagem da realidade, modificando a percepção e comportamentos ligado ao social e cultural de um espaço determinado.
O objetivo do workshop orbitou em torno a intervir digitalmente imagens capturadas por fotografias da cidade para obter uma visão sensível de determinados espaços urbanos. Utilizar a cidade como entidade carregada de informação, uma cidade que tem algo de intuitivo e oculto.A seguir, umas imagens e uma descrição sobre os objetivos e resultados obtidos no workshop:
Aproveitar o que existe em princípio, trabalhar com o contexto para depois ver o que é o que me revela em suas dimensões ocultas, como anular em uma imagem a visão sensível que cada um tem da urbe usando como ferramenta as técnicas digitais de edição.
Explora-las para poder expressar sensações e aprender a carregar de conceito a obra. Manipular objetos fragmentados que tem vida dentro da cidade, pedaços de imagens que falam e expressam a visão subjetiva do observador e do interventor.
O programa consistiu em introduzir a arte digital baseada em intervenções do espaço urbano e posteriormente construir uma situação. Se aplicou a técnica de colagem como formato para alcançar imagens que transcendessem a realidade e nesta linha, obter uma composição digital.
Os participantes foram trabalhando dentro do plano físico, os entornos urbanos, experimentando uma deriva, a qual devia ser registrada fotograficamente, aplicando a sensibilidade como meio de busca. Logo essa informação foi revogada ap plano virtual, onde a arte digital foi utilizada como promotora de novas realidades, e a colagem como meio espontâneo de técnica de composição. Se usou como referencial teórico as vanguardas da contra cultura dos anos 60 como a Internacional Situacionista, de onde suas intervenções urbanas consistiam na criação de situações, um novo tipo de construção espacial através do lúdico como transformador do espaço urbano.
A deriva como modo de experiência no plano físico
Foram dados pontos de partida em dois entornos urbanos diferentes, Porto Madero e o bairro de La Boca para iniciar a deriva. As questões que se levaram em conta foram:
- a documentação da experiência através de fotos, imagens, croquis, etc;
- despertar os sentidos e usar a sensibilidade para poderem ser afetados pelos comportamentos sociais, físicos, culturais deste espaço determinado;
- a dinâmica do tempo como uma variável a mais da realidade;
- o olhar como ferramenta que pode fazer foco em diferentes escalas daquilo que nos rodeia.
A arte digital e a conceituação da obra no plano virtual
Dentro deste plano se focou o trabalho em:
- subverter a cidade para o plano virtual;
- desfragmentação das imagens fotográficas;
- redescobrir situações e materializa-las em uma nova composição da realidade;
- obter suas própria dinâmica;
- traduzir a experiência em imagens;
- materialização do conceito da obra.
Recursos para a construção de situações
Em base no trabalho concreto na oficina, os participantes estiveram indagando os diferentes recursos acessíveis que haviam para a construção de situações na arte digital.
A cidade, a cultura e o artista
A cidade foi abrangida sob a ideia de enxergá-la como um conjunto de manifestos construídos e contentores de espaços carregados de informação, onde a cultura é um complexo da estética, os sentimentos e os costumes, mediante o que uma coletividade reage ante a vida que lhe é dada objetivamente pelo mercado; assim o artista, parte ativa desta coletividade é todo aquele que tem a necessidade de sentir-se viver e crescer a si mesmos, que necessitam ser conscientes do fundamento das suas próprias energias.
Entre estes três recursos se gerou uma retroalimentação cíclica necessária para o trabalho em questão, induzindo aos participantes na experiência de ver o entorno cotidiano através de condições e reações sensíveis que deixam vislumbrar outro mundo, dentro de mundos.
O resultado foram uma série de colagens digitais compostas pelos recortes e fragmentos da informação fotográfica, onde se encontrava concentrada a experiência sensível que através da intervenção digital se foi solidificando conceitualmente na obra.
Relatos, decomposições digitais, construção de situações e a criação de protocidades estiveram presentes nos trabalhos que foram desenvolvidos nesta experiência.
As conclusões de cada um deixou visível a experiência individual entorno a um mesmo lugar de ação através da tradução em imagens e colagens digitais da deriva.
Professor: Juan Agustín Carpinello (Docente da Faculdade de Arquitetura, Projeto e Urbanismo, Universidade de Buenos Aires)
Lugar: Al Aire Producciones – Ciudad de la Paz 28, Colegiales - taller@alaireproducciones.com.ar
+ info em Al Aire Producciones e na página de Facebook Al Aire Producciones
Juan Agustín Carpinello e Flickr
