Esta semana na nossa série Fotografia e Arquitetura, apresentamos o trabalho da fotógrafa israelense Erieta Attali. A fotógrafa começou sua carreira registrando sítios arqueológicos e paisagens, consolidando-se como uma importante profissional nessa categoria. No entanto, com o passar do tempo, sofreu uma transição relevante quanto à arquitetura, o que a levou a diversos lugares do mundo, fotografando, estudando e ensinando; permitindo assim entrar em contato com obras de arquitetura reconhecidas.
1. Quando e como você começou a fotografar arquitetura?
Minha trajetória como fotógrafa se origina na arqueologia e paisagem. Passei doze anos fotografando a região mediterrânea da Grécia, Turquia, Itália, trabalhando como fotógrafa arqueológica e científica, especialista em pinturas funerárias em tumbas sob a terra.
Ao mesmo tempo, comecei minha carreira como fotógrafa de paisagens, capturando fotografias em vários cenários, como por exemplo, as áreas desérticas da Turquia central, paisagens áridas das partes do sul da Grécia, o deserto do Atacama, o ártico e a Ásia.
Minha relação com a fotografia de arquitetura começou há 14 anos. No ano de 2000 a 2001 passei um ano como artista Fulbright, como estudante em visita na escola de arquitetura, planejamento e preservação da Universidade de Columbia. Nos anos 2002 a 2003 trabalhei no Japão, com o apoio da Japan Foundation com fins de cobrir e documentar a pesquisa sobre a arquitetura de vidro contemporânea no Japão. Esta última experiência determinou o resto da minha carreira como fotógrafa de arquitetura, especialmente dada à colaboração com o arquiteto Kengo Kuma, que tem sido o mais influente para mim.
2. Você é arquiteta?
Estudei fotografia e trabalho como fotógrafa há 20 anos, primeiro na Grécia, logo obtive meu mestrado Goldsmiths da Universidade de Londres junto de Ian Jeffrey, depois me mudei para Nova York para cursar na Universidade de Columbia e em Londres comecei um programa PhD na Associação de Arquitetura em Londres.
Ensinei fotografia de arquitetura nos últimos nove anos na Universidade de Columbia e fui professora visitante em países como Brasil, Chile, Dinamarca, Itália, Reino Unido, China e Singapura.
A maioria das pessoas se confunde com minha profissão, perguntando se por acaso sou arquiteta dado a minha relação com a arquitetura, seja tradicional ou contemporânea.
3. Por que você gosta de fotografar arquitetura?
Durante minha adolescência como atleta, eu corria longas distâncias nos bosques de Chalki nas Ilhas Princesas. Durante esses percursos entre as árvores, junto às igrejas bizantinas e o mar de Mármara, começou o cometimento de gravar essas imagens. Aí foi quando decidi me dedicar à fotografia de monumentos e paisagens.
4. Arquiteto favorito?
Todos os arquitetos com quem eu trabalho. No entanto, há alguns que determinaram minha maneira de ver arquitetura, como por exemplo, Tschumi, Joan Ockman, Kengo Kuma, Kenneth Frampton e Juhani Pallasmaa.
5. Obra favorita?
Um avião, pois de sua janela posso observar o mundo desde 30000 pés!
6. Como você trabalha? (independente? com revistas, arquitetos?)
Geralmente trabalho sem parar. Estou com mudanças de horários constantes, ao estar em distintos países a cada par de semanas, o que me deixa pouco tempo para estar em casa; no entanto, ser habitante deste mundo junto de minha câmera, faz valer a pena. Tenho muita sorte de poder colaborar com arquitetos extraordinários e historiadores da arquitetura impressionantes como Kenneth Frampton e Juhani Pallasmaa.
7. Quais equipamentos e softwares você usa?
Fotografo utilizando uma câmera Linhof de 4×5 polegadas e uma Linhof panorâmica de 6x12cm. Quanto ao processamento dos filmes e impressão, trabalho com um técnico nas últimas duas décadas, com sede em Londres: Fredy Carabott. Ocasionalmente trabalho também com uma impressão de exposições de Davide di Gianni.