The Magnet and the Bomb foi uma das instalações mais comentadas pelos visitantes da Vernissage da Bienal. A instalação apresenta dois projetos do escritório de sede no Chile – Elemental, liderado por Alejandro Aravena. Estes projetos são intervenções urbanas que foram necessárias para questões sociais específicas, que demandaram um território comum entre as várias partes interessadas. Uma bomba-relógio faz a contagem regressiva na entrada da exposição, durante os 100 dias de Bienal, em torno do mesmo tempo que estes dois projetos acontecerão.
Os projetos são apresentados sobre grandes paredes de madeira sem tratamento algum, sobre onde acontecem as projeções. A linha do tempo de cada projeto aparece sobre uma parede, esculpida no caso da Constitución (ver o projeto PRES Constitución), e como uma série de cartões inseridos em nichos no caso de Calama (ver o projeto Calama Plus).
O Chile enfrenta um grande desafio, já que a receita triplicou em menos de uma década, apesar das desigualdades permanecerem intactas. Isto criou um descontentamento popular que está acumulando pressão como uma bomba-relógio social. Da mesma forma, a fim de manter o crescimento e permanecer competitivo a nível mundial, o país deve atrair e reter criadores de conhecimento. Apresentados aqui estão os projetos em que os arquitetos foram chamados para responder a estes grandes dilemas.
ELEMENTAL:
Este primeiro exemplo é Constitución, uma cidade de 50.000 habitantes que foi quase que totalmente destruída por um terremoto e um tsunami que atingiu o Chile em 27 de Fevereiro de 2010. O escritório teve cem dias para entregar projetos que vão desde edifícios públicos a habitação, da matriz energética da cidade a infraestrutura de transporte. Os arquitetos propuseram o uso de uma floresta para proteger a cidade de futuros tsunamis e proporcionar acesso democrático ao rio como um parque.
O segundo exemplo é Calama, uma cidade de 150.000 habitantes situada no deserto mais seco do mundo. É o centro da produção de cobre no Chile e, em 2011, milhares de pessoas protestaram contra a disparidade econômica e as más condições de vida. O Elemental foi mais uma vez contratado para promover uma série de projetos em cem dias – desta vez, para descomprimir a pressão social. No centro do conflito havia ainda uma guerra por água: quem era dono, quem estava usando e quanto mais seria necessário em um futuro próximo. A resposta do Elemental, que demandou consultas intensas e desafiadoras com a população local, envolveu a expansão da área ribeirinha e a transformação do campo de mineração em uma cidade propriamente dita. Em ambos os casos, o projeto urbano foi usado como uma força para atrair pessoas, conhecimento e empreendimento, como um dispositivo para acalmar a agitação social.