A 10ª Bienal de Arquitetura de São Paulo, que em 2013 completa 40 anos, muda sua gestão e deixará sua sede até então, o Pavilhão do Parque Ibirapuera, para ocupar espaços espalhados pela cidade como o MASP, Centro Cultural de São Paulo, o Museu da Casa Brasileira e até uma plataforma de metrô desativada, pontos especialmente próximos a estações de metrô.
"É a retomada da cidade e sua geografia", segundo as palavras de José Armênio de Brito Cruz, diretor do braço paulista do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), em entrevista à Folha de S. Paulo. O intuito é que o público passeie por toda a exposição entrando e saindo dos diversos pontos, utilizando o transporte público, de forma a vivenciar a cidade com outros olhos. A Bienal deste ano procura se focar mais no tema urbano do que em projetos arquitetônicos isolados.
"Há a aceitação de que o modelo de cidade americana ou europeia não é mais hegemônico, e São Paulo passou a ser fonte de algumas lições para arquitetos e urbanistas, o que é uma surpresa para nós", afirma Guilherme Wisnik, curador da mostra.
Em especial, esta experiência da cidade será aprofundada com a exposição no Centro Cultural São Paulo que reunirá diversos exemplos de projetos urbanos pelo mundo. Como parte de bons exemplos brasileiros, terá destaque a Praça das Artes do escritório Brasil Arquitetura, intervenção que procurou interligar vários lotes no centro da cidade.
Já no MASP, a exposição foca-se na escala de projetos residencias de Vilanova Artigas e Paulo Mendes da Rocha em contraponto aos espaços públicos mais problemáticos de cidades brasileiras. Os projetos serão ainda comparados a artistas que trabalharam sobre a ideia de circulação, como Helio Oiticica e Meireles Mendes.
Após o fracasso da última edição, a 10ª Bienal de São Paulo buscará dialogar com um público mais amplos, com um orçamento de R$ 18,8 milhões, dez vezes mais cara que o custo da edição anterior.
Via Folha de S. Paulo.