Pastagens, lavouras, garimpos ou áreas urbanas. No momento em que o ecossistema da Amazônia se aproxima do ponto irreversível da devastação, o LABVERDE — projeto de ativismo cultural e ambiental que estimula a produção e a democratização de conhecimentos sobre a maior floresta tropical do mundo —, lança uma nova edição da residência “Ecologias Especulativas”. A iniciativa, que chega a oitava chamada, convida artistes a participarem ativamente do discurso pela preservação da natureza a partir da produção de obras que resultam da pesquisa e da experimentação de linguagem de vivências únicas em reservas ambientais e do diálogo com comunidades autóctones mediadas por especialistas. O edital está aberto até 08 de maio. Artistes brasileiros, residentes no Brasil, são convidados a se candidatar pelo site. O LABVERDE financia passagem, hospedagem, expedições e formação, além de remunerar com R$3 mil cada selecionado para produzir conteúdos.
Ecologias Especulativas busca artistas e criadores que explorem a aproximação entre a natureza e a cultura para tornar possível sensibilidades distintas que as geradas a partir da colonização dos espaços naturais. “A arte não tem iniciativas na área de pesquisa, esta é uma oportunidade de fomento da investigação da natureza e de capacitação na área de ecologia. Diante da essência e da experiência das formas, se torna visível outra lógica de projetar o mundo, na qual o artista não está só interessado em representar, mas bem em se relacionar com os espaços naturais, cuja prática parte da vontade essencial de coexistir”, diz a coordenadora Lilian Fraiji, do LABVERDE. Como reconhecer e narrar a natureza, como criar novas formas de existir e de interagir com o ambiente natural e como imaginar novas abordagens sobre ecossistemas? Como a arte e a ciência juntas podem nos fazer compreender os fenômenos da natureza e mudar nossa atitude antropocêntrica do mundo contemporâneo? “O objetivo principal é a criação de conteúdos culturais sobre o meio ambiente, gerados pelo conhecimento teórico e pela experiência prática na Floresta Amazônica.”
Com duração de dez dias, o programa “Ecologias Especulativas” será realizado em agosto de 2023 na Amazônia brasileira. Tem curadoria de Lilian Fraiji, participação do filósofo ítalo-francês Emanuele Coccia, autor de A Vida das Plantas – uma metafísica da mistura e A Vida Sensível, e mediação de ativistas, indígenas, antropólogos, biólogos e pesquisadores de história natural. É apoiado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), pela University of the Arts London e pela Embaixada da França no Brasil.
Criado pela Manifesta Arte e Cultura em cooperação com o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), LABVERDE promove uma vivência intensiva na Floresta mediada por uma equipe de especialistas nas áreas de arte, filosofia, biologia, ecologia e ciências naturais.
Sobre o LABVERDE
Criado em 2013, o LABVERDE é uma plataforma transdisciplinar baseada na Amazônia brasileira voltada ao desenvolvimento de linguagens artísticas sobre o meio ambiente, que atua na produção e na democratização de conhecimentos, por meio da organização de residências, palestras, exposições, festivais, workshops e publicações.
Artistas, cientistas, indígenas e outros agentes do conhecimento se reúnem para reconhecer e narrar a natureza, na tentativa de criar novas formas de existir e interagir com o ambiente natural e coimaginar novas abordagens sobre os ecossistemas, na atualidade.
Programa Ecologias Especulativas
- Para quem: artistas visuais, curadores, músicos, escritores, dançarinos e outros atores da cultura
- Inscrições: www.labverde.com
- Período: até 08 de maio, 23:59
- Resultado: junho, nas redes LABVERDE
- Início: agosto de 2023
- Onde: Reserva Florestal Adolpho Ducke e em um Barco, no baixo Rio Negro