A 35ª Bienal de São Paulo - coreografias do impossível, promovida pela Fundação Bienal de São Paulo e com curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, apresenta a lista completa de artistas e coletivos participantes. O projeto expográfico desta edição é assinado pelo escritório paulistano Vão.
A lista anunciada consolida a extensa pesquisa realizada pelos curadores sobre questões urgentes do mundo contemporâneo, revelando uma diversidade de formas, movimentos e interpretações sob o tema "coreografias do impossível". Com 120 nomes confirmados, a lista abraça vozes das diásporas e dos povos originários, promovendo um diálogo local e internacional mais amplo.
De acordo com os curadores, os participantes desta Bienal desafiam o impossível em suas múltiplas e imprevisíveis formas. "Vivem em contextos impossíveis, desenvolvem estratégias de contorno, atravessam limites e escapam das impossibilidades do mundo em que vivem. Lidam com a violência total, a impossibilidade da vida em liberdade plena, as desigualdades, e suas expressões artísticas são transformadas pelas próprias impossibilidades do nosso tempo."
Esta edição da Bienal abraça o conceito do impossível e suas coreografias como uma política de movimento e movimentos políticos entrelaçados nas expressões artísticas. É um convite para nos envolvermos com artistas que transcendem a noção de tempo progressivo, linear e ocidental. A impossibilidade atua como fio condutor e critério principal que orienta a seleção desses participantes, comentam os curadores.
Lista completa
- Ahlam Shibli
- Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami
- Aline Motta
- Amador e Jr. Segurança Patrimonial Ltda.
- Amos Gitai
- Ana Pi e Taata Kwa Nkisi Mutá Imê
- Anna Boghiguian
- Anne-Marie Schneider
- Archivo de la Memoria Trans (AMT)
- Arthur Bispo do Rosário
- Aurora Cursino
- Ayrson Heráclito e Tiganá Santana
- Benvenuto Chavajay
- Bouchra Ouizguen
- Cabello/Carceller
- Carlos Bunga
- Carmézia Emiliano
- Castiel Vitorino Brasileiro
- Ceija Stojka
- Charles White
- Citra Sasmita
- Colectivo Ayllu
- Cozinha Ocupação 9 de Julho
- Daniel Lie
- Daniel Lind-Ramos
- Davi Pontes e Wallace Ferreira
- Dayanita Singh
- Deborah Anzinger
- Denilson Baniwa
- Denise Ferreira da Silva
- Diego Araúja e Laís Machado
- Duane Linklater
- Edgar Calel
- Elda Cerrato
- Elena Asins
- Elizabeth Catlett
- Ellen Gallagher e Edgar Cleijne
- Emanoel Araújo
- Eustáquio Neves
- flo6x8
- Francisco Toledo
- Frente 3 de Fevereiro
- Gabriel Gentil Tukano
- George Herriman
- Geraldine Javier
- Grupo de Investigación en Arte y Política (GIAP)
- Gloria Anzaldúa
- Guadalupe Maravilla
- Ibrahim Mahama
- Igshaan Adams
- Ilze Wolff
- Inaicyra Falcão
- Januário Jano
- Jesús Ruiz Durand
- John Woodrow Wilson
- Jorge Ribalta
- José Guadalupe Posada
- Juan van der Hamen y León
- Judith Scott
- Julien Creuzet
- Kamal Aljafari
- Kapwani Kiwanga
- Katherine Dunham
- Kidlat Tahimik
- Leilah Weinraub
- Leopoldo Méndez
- Luana Vitra
- Luiz de Abreu
- MAHKU
- Malinche
- Manuel Chavajay
- Margaret Taylor Goss Burroughs
- Marilyn Boror Bor
- Marlon Riggs
- M'barek Bouhchichi
- Melchor María Mercado
- Morzaniel Ɨramari
- Mounira Al-Solh
- Nadal Walcott
- Nadir Bouhmouch e Soumeya Ait Ahmed
- Nikau Hindin
- Niño de Elche
- Nontsikelelo Mutiti
- Patricia Gómez e María Jesús González
- Pauline Boudry e Renate Lorenz
- Philip Rizk
- Quilombo Cafundó
- Raquel Lima
- Ricardo Aleixo
- Rolando Castellón
- Rommulo Vieira Conceição
- Rosa Gauditano
- Rosana Paulino
- Rubem Valentim
- Rubiane Maia
- Sammy Baloji
- Santu Mofokeng
- Sarah Maldoror
- Sauna Lésbica por Malu Avelar com Ana Paula Mathias, Anna Turra, Bárbara Esmenia e Marta Supernova
- Senga Nengudi
- Sidney Amaral
- Simone Leigh
- Sônia Gomes
- stanley brouwn
- Stella do Patrocínio
- Tadáskía
- Taller 4 Rojo
- Taller NN
- Tejal Shah
- The Living and the Dead Ensemble
- Torkwase Dyson
- Trinh T. Minh-Ha
- Ubirajara Ferreira Braga
- Ventura Profana
- Wifredo Lam
- Will Rawls
- Xica Manicongo
- Yto Barrada
- Zumví Arquivo Afro Fotográfico
Projeto expográfico
O escritório Vão foi convidado a desenvolver o projeto arquitetônico e expográfico da 35ª Bienal de São Paulo. Formado pelos sócios Anna Juni, Enk te Winkel e Gustavo Delonero, o escritório é reconhecido por realizar projetos arquitetônicos alimentados pelo pensamento artístico, e trabalhos artísticos em escala arquitetônica.
Para esta edição da Bienal de São Paulo, os arquitetos exploram uma perspectiva singular sobre a coreografia do Pavilhão Ciccillo Matarazzo, explorando a relação entre o espaço expositivo e a experiência dos visitantes. Assumindo o desafio de romper com as convenções conceituais e estruturais modernistas do edifício de Oscar Niemeyer, o grupo buscou criar um novo fluxo de movimento que conecta as obras de arte e as pessoas. Convidando o público a explorar o espaço a partir de uma nova perspectiva, pela primeira vez na história o vão central do Pavilhão da Bienal será completamente fechado.
Buscamos, desde o princípio, um desenho que se colocasse entre o desejo de não reencenar a coreografia espacial existente mas que, ao mesmo tempo, não impusesse uma coreografia outra, totalmente desvinculada das suas lógicas internas. Para isso deveríamos dançar com o existente e com o disponível. Ou seja, para além da atenção em reutilizar os materiais remanescentes das antigas exposições, tínhamos como objetivo criar espaços a partir dos elementos construtivos que constituem o Pavilhão. — Vão
Desde sua fundação, o escritório tem sido reconhecido e premiado em concursos nacionais e internacionais, como o Anexo BNDES, Casa s/d nº01 e SESC Limeira. Além disso, recebeu reconhecimento de instituições prestigiadas pelos projetos Subsolanus, O que vemos, O que nos olha, Sede para uma Fábrica de Blocos e Casa São João da Boa Vista. Na Bienal de Veneza de 2017, a instalação Chão de Caça, criada em colaboração com a artista Cinthia Marcelle, recebeu menção honrosa. Em 2022, o escritório venceu o Prêmio Début da Trienal de Arquitectura de Lisboa e também foi incluído na lista de melhores Novas Práticas do ArchDaily.
35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível
- Curadoria: Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel
- 6 setembro – 10 dezembro 2023
- ter, qua, sex, dom: 10h – 19h (última entrada: 18h30); qui, sáb: 10h – 21h (última entrada: 20h30)
- Pavilhão Ciccillo Matarazzo
- Parque Ibirapuera · Portão 3
- Entrada gratuita