Em mais um episódio sobre qualidade de vida e conexão com a natureza, o Arquicast explora um tema que se tornou ainda mais relevante nos últimos tempos: as áreas livres públicas nas cidades, com foco nos preciosos espaços verdes e revitalizantes, os parques e praças urbanas. Em um mundo cada vez mais urbano, a busca por lugares de conexão com a natureza se tornou essencial. A discussão é enriquecida por dois convidados especiais: Luciana Jesus, arquiteta urbanista e líder do grupo de pesquisa Paisagem Urbana e Inclusão da Universidade de Vila Velha, e Klaus Chaves Alberto, doutor em urbanismo e pesquisador no campo da saúde, bem-estar e qualidade de vida da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Ao longo da história, os agrupamentos humanos ecoaram a necessidade de envolvimento com a natureza em ambientes urbanos, da ágora grega às praças de comércio medievais, dos grandes bulevares aos parques urbanos que buscavam higienizar a cidade. Os parques e praças, nas últimas décadas, evoluíram para atender às necessidades em constante mudança das cidades modernas, oferecendo locais de lazer, convivência e cultura em um ambiente cada vez mais hostil para a contemplação e o bem-estar das pessoas nas áreas urbanas.
A importância da amplitude sensorial trazida por esses lugares foi debatida no episódio, como a possibilidade de ouvir sons naturais, e até mesmo a vez das pessoas que estão mais próximas de você, além da possibilidade de sentir o vento passar e assim possibilitar que a sensação térmica seja mais agradável e contrastante com o ambiente impermeabilizado da cidade. A influência dos arquitetos, paisagistas e urbanistas na criação desses espaços vitais também foi relatada, indagando sobre qual seria o papel desses profissionais na concepção e desenvolvimento dos parques, unindo criatividade, funcionalidade e sustentabilidade.
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Parques urbanos como focos de biodiversidade: seis projetos bem-sucedidosAlém disso, uma discussão sobre qual poderia ser a formação adequada para essa demanda, que inclui o envolvimento do profissional com a comunidade, considerando as necessidades e aspirações dos residentes, sem deixar de articular com a técnica, sobretudo, na etapa de diagnóstico e entendimento do local. De fato, não é uma tarefa fácil equilibrar a visão artística com as limitações da infraestrutura urbana existente nas cidades brasileiras. O fenômeno da urbanização não planejada deixou uma ampla lacuna nas cidades na medida em que elas são carentes desses espaços acessíveis e conservados. Ainda, a relevância da sustentabilidade e da inclusão nos projetos urbanos, advindas das mudanças climáticas, demandam novas estratégias de preservação dessas áreas verdes e o aprimoramento da gestão de recursos para sua manutenção ou criação.