Projeto "Living Breakwaters" da SCAPE Landscape Architecture ganha o Prêmio Obel 2023

Na sua quinta edição, o Prêmio Obel, focado na área de Adaptação, foi entregue ao projeto Living Breakwaters em Nova York. Este projeto consiste em uma infraestrutura verde localizada ao longo da costa de Staten Island. O prêmio foi concedido à SCAPE Landscape Architecture e sua fundadora, Kate Orff, a mente por trás do 'Living Breakwaters'. A premiação reconhece contribuições arquitetônicas que têm um impacto positivo tanto nas pessoas quanto no planeta.

O Prêmio Obel é uma distinção internacional concedida anualmente pela Fundação Henrik Frode Obel em reconhecimento a realizações notáveis na arquitetura. A cada ano, um foco específico é estabelecido pelo júri, e um prêmio é concedido à solução mais destacada. No ano anterior, em 2022, o prêmio foi para a Seratech, uma solução de concreto neutro em carbono,. Em 2021, por sua vez, o conceito da "cidade de 15 minutos" foi premiado por sua contribuição na criação de ambientes urbanos sustentáveis e centrados nas pessoas. A cerimônia de premiação será na Sydney Opera House em 21 de outubro de 2023. O vencedor receberá um prêmio de 100.000 Euros e uma obra de arte do artista Tomás Saraceno como troféu.

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Cortesia de SCAPE

O 'Living Breakwaters' foi originalmente concebido como parte do projeto Rebuild by Design, um concurso de design do Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano dos Estados Unidos (HUD) em resposta à Superstorm Sandy. A equipe responsável pelo desenvolvimento do projeto era multidisciplinar e liderada pela SCAPE. A essência do projeto é a criação de uma infraestrutura que tem como objetivos principais quebrar as ondas do mar, reduzir e, eventualmente, reverter a erosão da linha costeira, além de fornecer diversos espaços para o habitat de ostras, peixes e outras espécies marinhas. O projeto abrange cerca de 2.400 pés de quebra-mares ao longo da costa sul de Staten Island, em Nova York. Esses quebra-mares são construídos com materiais ecologicamente aprimorados, como pedra e concreto. A infraestrutura verde inclui uma série de recursos destinados a oferecer habitats variados para espécies marinhas, como ostras, peixes e diversas outras. As ostras desempenham um papel crucial nesse projeto de recife artificial, uma vez que sua população se expande com o tempo, resultando em quebra-mares mais densos que oferecem uma proteção mais eficaz para a linha costeira.

O projeto Living Breakwaters tem como objetivos principais a redução de riscos, a revitalização das ecologias marinhas e a promoção da conexão das pessoas com a costa. Para alcançar esses objetivos, foi implementada uma abordagem que se estendeu por quase uma década, incluindo programas educacionais e iniciativas de engajamento. O propósito dessas atividades foi fomentar a gestão comunitária, a participação em pesquisas científicas por parte da comunidade e a promoção da recreação ao longo da margem da água. O projeto deve ser concluído em 2024.

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Os quebra-mares são uma ideia antiga para proteger as áreas costeiras e as pessoas que vivem próximas a elas. Eles consistem em construir barreiras submarinas para defender portos ou praias contra a força das ondas. Kate desenvolveu uma interpretação moderna extraordinária dessa ideia, chamada Living Breakwaters. Este projeto não apenas visa proteger os seres humanos e revitalizar a costa da cidade de Nova York, mas também tem o objetivo de restaurar a biodiversidade marinha que foi perdida ao longo do tempo. É um projeto visionário que aborda de forma abrangente a tarefa de adaptação e tem o potencial de inspirar e ter um impacto positivo em áreas costeiras vulneráveis ao redor do mundo. - Martha Schwartz, presidente do júri do PRÊMIO OBEL.

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O Júri de 2023 incluiu os seguintes membros:

  • Martha Schwartz (presidente do júri)/ MARTHA SCHWARTZ PARTNERS
  • Kjetil Trædal Thorsen/ SNØHETTA
  • XU Tiantian/ DNA _DESIGN AND ARCHITECTURE

  • Dr. Wilhelm Vossenkuhl/ Ludwig-Maximilians-Universität München
  • Sumayya Vally/ COUNTERSPACE
  • Louis Becker/ HENNING LARSEN ARCHITECTS
  • Aric Chen/ NIEUWE INSTITUUT

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A SCAPE é uma empresa especializada em arquitetura paisagística e design urbano, que se dedica a revelar o potencial ecológico e cultural do ambiente construído. A empresa está sediada em Nova York e possui escritórios em Nova Orleans e San Francisco. A equipe de liderança da empresa é composta por profissionais colaborativos, incluindo Kate Orff, sócia-fundadora; Gena Wirth, diretora de design; Alexis C. Landes, diretor administrativo; John Donnelly, diretor técnico; e Pippa Brashear, diretora de resiliência. Kate Orff, fundadora da SCAPE, é uma figura pioneira na área de arquitetura paisagística. Ela se destacou ao ser a primeira arquiteta paisagista a receber a 'Bolsa de Gênio' da MacArthur Foundation em 2017 e a primeira a ser incluída na lista das 100 pessoas mais influentes da TIME em 2023. Além disso, em 2019, Kate Orff foi reconhecida com a elevação ao Conselho de Fellows da American Society of Landscape Architects (ASLA), uma honraria prestigiosa dentro do campo, em reconhecimento às suas contribuições significativas como arquiteta paisagista nos Estados Unidos.

Em uma colaboração recente, a SCAPE Landscape Architecture, em parceria com o Studio Gang, realizou a revitalização da orla de Memphis ao transformar o Parque Tom Lee, que possui 31 acres, em um modelo de parque urbano natural restaurado. Este projeto agora está aberto ao público, proporcionando um espaço versátil para encontros, instalações de arte, atividades recreativas e momentos de relaxamento. Além disso, a empresa contribuiu para a recente transformação do Museu de Belas Artes de Arkansas em Little Rock, EUA. Esse museu também foi projetado pelo escritório de arquitetura Studio Gang em colaboração com a Polk Stanley Wilcox. A SCAPE é reconhecida por sua abordagem contemporânea que aproveita o potencial dos avanços tecnológicos para revitalizar e reimaginar paisagens históricas. Eles concentram-se em tecnologias indígenas e regenerativas, bem como em conceitos de refaunação e circularidade. O trabalho da SCAPE valoriza as características únicas e o contexto histórico de cada local onde atua. A empresa promove uma abordagem mais atenciosa, com foco na conservação e na interconexão, no âmbito da arquitetura e do design paisagístico.

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Confira a declaração oficial do júri:

Desde a sua fundação em 2019, o Prêmio Obel tem mantido um foco central nas responsabilidades ecológicas e sociais da arquitetura. Para a edição de 2023, o júri definiu como tema a "ADAPTAÇÃO", que se relaciona com a necessidade e as possibilidades de a arquitetura se ajustar a um mundo em constante mudança. Os ecossistemas, paisagens e estruturas e sistemas humanos que antes estavam intimamente ligados às arquiteturas de longa duração não podem mais ser considerados como certezas. Em vez disso, a adaptação requer uma arquitetura que enfrente a incerteza e aja ao longo do tempo, de forma a garantir a sobrevivência e, até mesmo, o florescimento tanto da vida humana quanto da não humana.

O projeto vencedor de 2023, Living Breakwater, representa uma alternativa real às frequentes construções de muros, diques e barreiras em nossas vias navegáveis costeiras e oceanos, que visam proteger-nos dos impactos devastadores das mudanças climáticas causadas pelo homem. O Living Breakwater adota uma visão de mundo diferente, na qual os sistemas naturais são valorizados por seus benefícios protetores. Com este projeto, a SCAPE e sua fundadora, Kate Orff, introduzem um conceito profundamente inovador de adaptação no ambiente construído, que atua em várias escalas, reforçando a resiliência física, ecológica e social, e promovendo a vida tanto humana quanto não humana durante todo o processo de design.

O design físico do Living Breakwaters é uma mistura engenhosa de elementos naturais e artificiais cuidadosamente modelados que imitam formações de recifes naturais, a fim de apoiar a vida marinha. É uma abordagem fortemente baseada na ciência, uma tentativa de design para estimular e colaborar com a natureza. Com o tempo, as ostras e outros organismos subaquáticos irão aderir às estruturas projetadas e fortalecê-las e à sua capacidade de proteger a costa, confundindo assim os limites entre a natureza e o design. A Living Breakwaters também reconhece que a adaptação climática exige a participação das pessoas. Os seres humanos têm um papel ativo no processo de adaptação em Living Breakwaters, e Kate e a sua equipa são especialmente hábeis em motivar pessoas e comunidades a tornarem-se administradores do seu ambiente local.

A arquitetura deve estar ciente de suas responsabilidades ecológicas e sociais, e o Living Breakwaters faz isso de maneira exemplar. Portanto, este projeto, que é de baixo custo e utiliza tecnologia simples, serve como um exemplo importante de como conceber não uma adaptação contra a natureza, mas sim uma adaptação em colaboração com a natureza, diante das mudanças iminentes.

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Equipe Living Breakwaters

Cliente: NYS Office of Resilient Homes and Communities (RHC)

Colaboradores

  • COWI (Equipe de Design)
  • Arcadis (Equipe de Design)
  • SeArc Ecological Marine Consulting (Equipe de Design)
  • WSP (Equipe de Design)
MFS Engineers (Equipe de Design)
  • Prudent Engineering (Equipe de Design)
  • The Billion Oyster Project (Engajamento)
  • Weeks Marine (Empreiteira)
  • Ramboll (Gestão de Construção)
  • Baird (Gestão de Construção)
  • AKRF (Revisão e licenciamento ambiental)

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Sobre este autor
Cita: Harrouk, Christele. "Projeto "Living Breakwaters" da SCAPE Landscape Architecture ganha o Prêmio Obel 2023" [‘Living Breakwaters’ by SCAPE Landscape Architecture Wins the 2023 Obel Award] 15 Set 2023. ArchDaily Brasil. (Trad. Simões, Diogo) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/1006749/projeto-living-breakwaters-da-scape-landscape-architecture-ganha-o-premio-obel-2023> ISSN 0719-8906

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