O episódio 213 do Arquicast aborda a fascinante área da arquitetura de eventos, destacando a importância da criação de espaços que transformam simples ocasiões em experiências memoráveis. O retorno vigoroso do mercado de eventos após dois anos desafiadores devido à pandemia reflete a necessidade humana de celebrar, compartilhar alegria e escapar da rotina. No entanto, por trás dessas experiências memoráveis estão os arquitetos e designers de eventos, cuja atenção aos detalhes e criatividade molda o sucesso de cada ocasião.
Participam do episódio dois renomados profissionais do setor, Talitha Lucas, arquiteta titular da ARQ.inova, especialista em arquitetura efêmera, e João Uchôa, sócio-diretor da Ciclo Arquitetura, com mais de 40 anos de experiência. Foram discutidas as etapas do projeto de arquitetura de eventos, as diferenças em relação à arquitetura convencional, as influências das redes sociais, as tecnologias envolvidas e os desafios da desmontagem de eventos.
Talitha Lucas e João Uchôa compartilharam suas jornadas no mundo da arquitetura de eventos. Ambos mencionaram que a paixão pela criatividade e o desejo de criar experiências únicas foram os principais motivadores para ingressar nesse nicho de mercado. A principal diferença entre a arquitetura convencional e a de eventos reside na efemeridade. Enquanto a arquitetura convencional é construída para durar décadas, a arquitetura de eventos é projetada para existir por um curto período. Além disso, os eventos frequentemente envolvem a criação de cenários e atmosferas específicas, o que requer uma abordagem mais flexível e criativa.
Os entrevistados discutiram as etapas envolvidas na concepção de um projeto de eventos. Isso inclui o briefing, estudo preliminar, projeto conceitual, projeto executivo, produção e desmontagem. Cada etapa requer atenção aos detalhes e coordenação meticulosa para garantir que a visão do evento seja realizada. A arquitetura de eventos abrange uma ampla gama de ocasiões, desde casamentos intimistas até festivais de grande escala, como o Rock in Rio. Cada tipo de evento apresenta desafios específicos em termos de escala, público-alvo e orçamento.
No contexto atual das redes sociais, os ambientes projetados para eventos são frequentemente criados com a intenção de serem compartilhados, o que influencia o design, a iluminação e a disposição dos espaços. A ampla variedade de tecnologias envolvidas em seus projetos, incluindo sistemas de iluminação avançados, estruturas temporárias, tecnologias de entretenimento e até mesmo realidade virtual desempenham um papel crucial na criação de experiências imersivas. Combinar arquitetura, criatividade, tecnologia, logística e uma sensibilidade única para transformar espaços em locais de sonhos e celebrações não é tarefa fácil, sendo necessário uma forte colaboração dos envolvidos. Embora seja triste ver o evento acabar, a sensação de dever cumprido e a satisfação de ter criado algo efêmero e especial são recompensadoras.