O escritório Bloco B arquitetura, liderado pelas arquitetas Júlia De Fáveri, Camilla Ghisleni e Gabriela Fávero, foi premiado com o segundo lugar no concurso para a reforma do edifício sede do CAU/SC. O certame buscava soluções para as áreas nobres do edifício, como o átrio, a recepção e a fachada, numa tentativa do Conselho de "acolher todos os arquitetos e urbanistas, se aproximar da sociedade, dialogar com a rua e exercitar o compromisso de tornar a cidade mais humana".
Conheça a proposta premiada, acompanhada do memorial enviado pelas arquitetas:
Da equipe: A partir da iniciativa do CAU/SC de ressignificar um edifício existente no centro da cidade de Florianópolis, a proposta tem como pressuposto refletir sobre as futuras dinâmicas urbanas e os caminhos da profissão. O projeto ambienta o edifício ao uso e a linguagem contemporânea, propondo diálogos entre arquitetos e sociedade, passado e futuro. O gesto mentor de criar uma rua que adentra o edifício fortalece a missão de uma instituição que está a serviço das pessoas, acolhendo e direcionando os visitantes.
Esse percurso se inicia na rampa de entrada, a qual democratiza a chegada e enquadra o acesso desde a rua. A partir dela, encontros e trocas são fomentados e irradiados para a ágora frontal, para a praça interna no térreo, para os pequenos espaços de descompressão espalhados na fachada e para o novo terraço que coroa o edifício. Essas inúmeras possibilidades de apropriação tecem a proposta colocando o usuário em primeiro plano ao oferecer espaços que priorizam a sustentabilidade e incorporam noções contemporâneas como a biofilia.
Os novos espaços foram viabilizados por meio de uma estrutura metálica ora sobreposta na fachada, ora arraigada ao volume existente no térreo e na cobertura.
Cinco premissas nortearam o projeto:
PRÉ-EXISTÊNCIA: O projeto partiu da análise e compreensão do edifício Diva. Como um dos elementos marcantes identificou-se a conformação ritmada dos pilares e esquadrias e também as possibilidades de expansão tanto em direção à rua quanto verticalmente.
TÉRREO RUA: Dois volumes retangulares são propostos no térreo. O primeiro abriga as funções técnicas, sanitárias e de circulação; o segundo expande a área da plenária e de exposições em direção a praça frontal, criando um gesto de comunicação entre o CAU e os habitantes da cidade. A disposição dos volumes cria uma rua central que convida o pedestre a entrar e encontrar a segunda praça, localizada nos fundos e aberta para os recuos do edifício.
FACHADA PRAÇA: A pele proposta na fachada, além da função de conforto ambiental, expande a área útil dos andares, criando pequenas praças de descompressão. A estrutura possibilita manter a unidade do formato original do edifício apesar da ampliação da escada de incêndio, mas reinventa o ritmo vertical da fachada original, abrindo espaço para uma linguagem contemporânea sem apagar a sua história.
SOLÁRIO: Um novo pavimento é proposto no edifício. O terraço abriga o espaço destinado aos funcionários - copa e vestiários- e também o solário, que possui ligação direta com o auditório no andar inferior. Trata-se de uma praça suspensa e aberta, mas coberta por uma estrutura metálica leve que, proporciona o contato com o céu e com outros visuais da cidade.
ATMOSFERAS DILUÍDAS: O que une as três esferas propostas - térreo, fachada e cobertura, além da linguagem leve e contemporânea, são as atmosferas criadas. Todos esses espaços proporcionam, além das inúmeras possibilidades de encontros e trocas entre as pessoas que circulam pelo edifício, o constante contato com a cidade, com o sol, com as plantas, com o vento e com a paisagem circundante.
Ficha técnica
- Arquitetas responsáveis: Júlia De Fáveri, Camilla Ghisleni e Gabriela Fávero
- Colaboradores: Milena de Oliveira Silva, Isabela Savi de Figueiredo e Tiago Mitsuo Nagasaki
- Ano de conclusão do projeto: 2023
- Área bruta construída: aprox. 625m²
- Localização do projeto: Florianópolis/SC
Reveja aqui todos os projetos premiados no concurso para a reforma do edifício sede do CAU/SC.