Gloria Cabral: "Tudo começa com a sabedoria de um lugar"

Nascida no Brasil e formada no Paraguai, Gloria Cabral é uma arquiteta que aprendeu cedo que casa pode ser muitos lugares — ou nenhum. Com uma atuação profissional balizada pela compreensão ampla da geografia, cultura e condições sociais de onde projeta, tem deixado sua marca em edifícios e instalações artísticas construídas em diversas localidades, de Assunção à Veneza.

Ao seu interesse pelas especificidades dos lugares onde atua, soma-se a atenção com a economia de recursos e reuso de materiais — temática em voga atualmente, mas cuja bandeira Gloria levanta há mais de quinze anos. Tivemos a oportunidade de conversar com a arquiteta sobre suas experiências no Paraguai e Brasil, algumas de suas obras com tijolo reciclado e seu entendimento de arquitetura e sustentabilidade.

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Romullo Baratto (ArchDaily): Até pouco tempo atrás, não sabia que você era brasileira. Sempre achei que fosse paraguaia. Gostaria de ouvir sobre sua infância entre esses dois países.

Gloria Cabral: Meus pais são paraguaios e vieram trabalhar em São Paulo. Eles já tinham dois filhos na época, mas eu e minha irmã mais nova nascemos em São Paulo. Morávamos na rua Bela Cintra, bem no centro. Ano passado, visitei o prédio onde vivíamos. Ainda está lá, pequeno e lindo. É curioso como, ao visitar, percebi que na realidade ele é bem menor do que a imagem que guardava na memória.

Na minha infância, passávamos muito tempo no MASP e no Parque Ibirapuera. Minha mãe amava o Ibirapuera e chegou a estudar paisagismo lá, com o Burle Marx. Quando eu tinha seis anos, retornamos para o Paraguai e, aos nove, ingressei no Colegio Experimental Paraguay-Brasil, projetado pelo Affonso Eduardo Reidy. Essa foi minha jornada de um prédio maravilhoso para outro. Estudei todo o ensino fundamental naquele edifício e ficava encantada com aquelas estruturas de concreto. Sabia que elas não serviam apenas para fazer sombra, mas era ótimo poder caminhar debaixo daquelas vigas durante o recreio.

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Cortesia de Programa Rolex de Mestres e Discípulos

RB: Em entrevistas você costuma falar que não é nem daqui nem dali, e que seu pai dizia que você é cidadã do mundo. Isso me faz pensar na palavra "desterrar". Talvez você seja uma espécie de desterrada ou, ainda, uma pessoa com muitas “terras” — muitos lugares para chamar de casa. Isso parece ser um aspecto essencial de sua história pessoal. Como isso tem influenciado o modo como você enxerga e pratica arquitetura, uma disciplina tão profundamente conectada ao lugar?

GC: É curioso que até hoje passo por situações em que as pessoas não sabem se sou paraguaia ou brasileira. Mas agora realmente me sinto dos dois lugares. Tenho essa adoração por criar raízes nos lugares onde vou, por me sentir do local, por tirar os sapatos e sentir a energia do lugar.

Gosto de sentir e de entender como as pessoas vivem em cada local. Ao compreender isso, tento imaginar como posso melhorar esses espaços. Essa é a nossa ferramenta. Como podemos, mudando escalas e alterando as proporções dos espaços, melhorar a qualidade de vida das pessoas. Não acredito que exista apenas uma maneira de pensar arquitetura; há milhares de abordagens para cada situação.

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Centro de Reabilitação Infantil da Teletón / Gabinete de Arquitectura. Image © Federico Cairoli

Quando alguém solicita um projeto, seja para um escritório, uma casa, ou qualquer coisa, se compreendemos o que está acontecendo ali, a maneira como as pessoas vivem, podemos sempre imaginar como tornar isso melhor. Não apenas para o cliente, mas para todos ao seu redor. E o que funciona aqui pode ser totalmente diferente em Estocolmo, por exemplo. Mas posso trabalhar tanto aqui quanto em Estocolmo com tijolos e materiais de demolição. Fazer sombra em um lugar com apenas 6 horas de luz do sol no inverno não parece fazer muito sentido. Mas projetar um lugar que ofereça abrigo e proteção com o mesmo material, aí começa a fazer sentido.

RB: Você começou a projetar no Paraguai. Como as paisagens de lá influenciaram seus projetos?

GC: No Paraguai, após terminar o colégio, não sabia se estudaria arquitetura, medicina ou algo relacionado à matemática. Decidi seguir arquitetura, talvez por influência de minha mãe. No início, a faculdade parecia banal, preocupada apenas com a estética e o que estava na moda naquele momento. Quando entendi que poderíamos realizar uma mudança por meio da arquitetura, que ela é nossa ferramenta para fazer as transformações na sociedade que desejamos, foi aí que realmente passei a gostar da profissão. Estava quase deixando o curso quando conheci o trabalho do Gabinete de Arquitectura, e ao entender como poderíamos mudar a sociedade por meio de nossa disciplina, percebi que era isso que queria fazer.

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Quincho Tía Coral / Gabinete de Arquitectura. Image © Federico Cairoli

Uma das características da paisagem do Paraguai é que o calor chega a quase 50ºC. Então, minha prática girava em torno de pensar como fazer arquitetura sem depender tanto do ar-condicionado. A pesquisa do Gabinete de Arquitectura tem uma forte ênfase em construir sombras, protegendo-nos do sol — algo que sempre foi muito valioso no Paraguai. O desafio agora é lidar com o calor extremo em lugares que não estão acostumados a essas temperaturas. Tornou-se uma necessidade global: uma arquitetura que não dependa tanto do ar-condicionado, que seja passiva em suas estratégias de conforto.

Acredito que tudo começa com a sabedoria de um lugar. Mas quando você entende não apenas o que fazer, mas por que fazer, a sabedoria se torna conhecimento passível de adaptação para qualquer região. 

RB: Me ocorreu que a tua prática talvez implique um entendimento de paisagem que vai além da geografia enquanto território, topografia, biomas e clima. Essa compreensão ampliada de geografia inclui também o aspecto social. Isso fica evidente na prática no Gabinete de Arquitectura, onde há claro interesse na materialidade do tijolo, sobretudo por sua conexão com a cultura paraguaia. O contexto latino-americano, marcado pela escassez econômica, parece ampliar o entendimento de paisagem, deslocando o foco apenas do território para abranger a esfera social e a economia.

GC: Certamente! Por exemplo, quando os clientes chegavam ao Gabinete, tentávamos maximizar a área construída dentro do orçamento disponível. Um bom exemplo é o projeto de reabilitação da Teletón: o dinheiro que tinham daria apenas para um terço da área necessária, e havia uma grande lista de espera de crianças a serem atendidas. Eu sabia que, se conseguíssemos reduzir o custo por metro quadrado, poderíamos oferecer mais área construída e fornecer todos os serviços necessários, como fisioterapia, hidroterapia, fonoaudiologia, entre outros.

Se não construíssemos toda a área necessária, as crianças teriam que esperar até o ano seguinte para receber determinados atendimentos. Era simplesmente essa a pressão que havia sobre o projeto.

Fazer isso implicava em um grande esforço de planejamento para reutilizar todos os tijolos demolidos. No entanto, era crucial garantir que o reuso não representasse um custo adicional no orçamento. Quando falo sobre questões econômicas, na verdade, não é uma questão de finanças; é uma questão de economia de energia. Se reutilizássemos os tijolos na obra da Teletón, por exemplo, teríamos que limpar os tijolos da demolição e então pré-fabricar os módulos de fechamento novamente. Naquela época, tijolos eram baratos no Paraguai, portanto, o preço de comprar tijolos novos, quebrá-los e usá-los, ou pegar tijolos de demolição, quebrá-los, separá-los e utilizá-los era praticamente o mesmo.

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Centro de Reabilitação Infantil da Teletón / Gabinete de Arquitectura. Image © Federico Cairoli

No entanto, eu sabia que, ao usar tijolos de demolição, economizaríamos na energia gasta na produção de novos tijolos, além de direcionar cerca de 65% do orçamento para a mão de obra, em vez de material novo. Isso implicaria mais trabalho, mais pessoas trabalhando no canteiro, e representaria menos energia incorporada. Significava, também, mais complicações, especialmente ao lidar com problemas inerentes ao trabalho com pessoas. Era certamente mais fácil ligar para um fornecedor e pedir tijolos novos do que planejar e calcular tudo o que o reuso implicava.

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Centro de Reabilitação Infantil da Teletón / Gabinete de Arquitectura. Image © Federico Cairoli

Também estávamos indo contra todos os membros do Conselho da Fundação, que queriam construir rapidamente. Foi necessário calcular quantas pessoas precisávamos contratar para não estourar o prazo e não gastar mais dinheiro. No escritório, isso significava muito mais trabalho. O mesmo ocorreu com os vidros que utilizamos, todos provenientes de refugo de vidros temperados com falhas. Ao comprarmos esses vidros e utilizá-los de maneira criativa nas aberturas, reduzimos a um quinto o gasto com vidro, e apenas com essa economia conseguimos construir 300 metros quadrados a mais. Era esse o desafio: como fazer mais com menos.

RB: Fiz uma conexão imediata com a sua indecisão entre arquitetura e matemática. Parece que a tua prática arquitetônica está intimamente ligada à matemática, aos cálculos e planilhas, uma abordagem pragmática que envolve resolver um quebra-cabeça complexo.

GC: Quando entrei no Gabinete, trabalhávamos mais nas planilhas do Excel do que no próprio desenho, buscando maneiras de reduzir o orçamento. A planilha era crucial. Não é apenas matemática, é lógica. Trocamos isso por aquilo, optamos por esse vidro em vez daquele…

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Quincho Tía Coral / Gabinete de Arquitectura. Image © Federico Cairoli

RB: Mas é responsável social e economicamente e, usando a palavra que todos usam, sustentável. Ao fim, trata-se de economizar recursos. É um exercício lógico, como você falou, com o objetivo de fazer mais com menos.

GC: Exatamente. Quando comecei a dar palestras em 2008, nossos projetos eram vistos como pitorescos. Uma novidade, algo incomum. Agora, as pessoas me chamam porque precisam conhecer novas maneiras de construir. Principalmente na Europa, onde já existem muitas leis nesse sentido, estão procurando exemplos e maneiras diferentes de fazer arquitetura. As perguntas são todas práticas. “Como você fez isso?” “Como trabalhar dessa forma com tijolo?” “É possível fazer com madeira?” Essas perguntas são frequentes e mostram um interesse urgente em reaproveitar materiais que antes seriam descartados e virariam entulho.

Para mim, a ideia de descarte, de lixo, não deveria existir. Ela é incongruente com a noção de sustentabilidade. Tudo tem que fazer parte do ciclo. Estamos discriminando um material, deixando-o de lado, mas ele não está de lado, ele está ali.

RB: Em algum lugar do planeta, esse material estará…

GC: Com certeza. Estou iniciando um projeto de pesquisa com uma artista aqui de Santa Catarina que trabalha com redes de pesca descartadas. Ela começou a tecer e criar esculturas com essas redes, que normalmente são jogadas no mar. Um barco pode ter cerca de 30 dessas redes. Estou explorando como essas redes podem ser utilizadas na construção de elementos pré-fabricados. Ou seja, trata-se de usar o que temos ao nosso redor. Aqui talvez não seja o tijolo, mas sim as redes de pesca — é preciso observar as especificidades do lugar. 

É claro que, em outras situações, será necessário produzir novos materiais. Não há material bom ou ruim, não existem vilões. O material em si não é ruim. O concreto não é ruim. O concreto é ótimo para muitas coisas. Mas precisamos pensar na melhor maneira de usá-lo. Se priorizarmos materiais de demolição, o uso do concreto se torna uma fração do que seria inicialmente necessário. O concreto continua sendo maravilhoso para muitas coisas, mas precisamos encontrar a equação certa, a relevância de usar determinado material em diferentes contextos.

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Exposição "Breaking The Siege" / Gabinete de Arquitectura. Premiada com. Foto © Laurian Ghinitoiu

RB: Falando sobre resíduos e materiais pouco tradicionais na construção civil, eu li que você também está trabalhando com biomateriais. Pode falar sobre isso?

GC: Eu conduzo pesquisas quando sou convidada a lecionar em universidades. No Panamá, na Bolívia, em Hong Kong e no Paraguai, orientei estudantes a utilizarem materiais que fechassem o ciclo. Trabalhamos com micélio, algas, cortiça, bioconcreto, madeira translúcida etc. O mais interessante é que, geralmente, esses alunos continuam suas pesquisas posteriormente. É um universo novo que precisa ser explorado.

Não se trata apenas de parar de produzir materiais que não fecham o ciclo, mas usar materiais tradicionais combinados aos novos de modo a fechar o ciclo. A ideia de lixo precisa desaparecer das nossas mentes.

RB: Parece que esse é o único caminho possível para a arquitetura — e a sociedade — encontrar um equilíbrio. Ainda sobre reuso, gostaria de ouvir você falar sobre seu projeto na última Bienal de Arquitetura de Veneza: um muro, que na verdade é uma tapeçaria, feita com resíduos de vidro e tijolo do próprio local.

GC: Participei, entre 2014 e 2015, do Programa Rolex de Mestres e Discípulos, onde fui discípula de Peter Zumthor. O programa acabou de completar vinte anos e para incentivar os discípulos — que somam mais de sessenta, atualmente — a Rolex os convida a trabalhar conjuntamente em projetos que combinem suas áreas de interesse. 

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Gloria Cabral e Peter Zumthor. Cortesia de Programa Rolex de Mestres e Discípulos

Foi assim que comecei a trabalhar com o artista Sammy Baloji, cuja prática busca destacar a raiz africana em trabalhos artísticos na Europa. Quando começamos a conversar sobre nosso projeto colaborativo, ele estava fazendo uma escultura na Bélgica com tijolos produzidos a partir de material oriundo de minas de exploração. Eu estava interessada na produção de tijolos com resíduos industriais, então decidimos unir nossas pesquisas no projeto Debris of History, Matters of Memory.

Quando o Sammy expressou o desejo de fazer uma tapeçaria, sugeri usar tijolos de demolição. Trabalhamos com a historiadora de arte Cécile Fromont e o grupo de arquitetos ativistas Mutaforma em Veneza. Optei por participar de todo o processo, não apenas contratando uma empresa construtora. Construímos o muro com tijolos locais, vidros da região e uma caixa de tijolos da Bélgica com o material do Sammy. A variedade de cores dos tijolos da Bélgica era uma parte importante do projeto. Quando vejo as pessoas tocando no muro, tirando fotos dos vidros que permitem a passagem da luz, percebo a energia que a tapeçaria transmite.

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“Debris of History, Matters of Memory”. Image © Federico Cairoli

RB: O tijolo e a tapeçaria compartilham da mesma natureza tátil: enxergamos ambos com as mãos. Essa questão do processo, que você mencionou, parece ficar evidente na apresentação. Os andaimes foram mantidos, certo?

GC: Não existe uma legislação na Itália que permita fazer um muro de 5 cm de espessura e 4 metros e meio de altura com material de demolição. 

RB: A organização ficou com receio de remover os andaimes? 

GC: Não há como conseguir aprovação dos órgãos responsáveis e deixar o muro solto. O que fizemos foi montar o andaime enquanto construíamos, fixando escoras para apoiar e tirantes de arame para manter a compressão e evitar que o muro tombasse. Como se tratava de um laboratório, decidimos deixar os andaimes após concluído. 

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“Debris of History, Matters of Memory”. Image © Federico Cairoli

RB: Nessa conversa, fomos para o Paraguai, para Veneza, e agora eu queria saber porque você voltou para o Brasil — e porque a Guarda do Embaú em Santa Catarina.

GC: Por diversos motivos. O primeiro deles é porque minha irmã se mudou para Florianópolis, perto daqui, há 15 anos. Vim para ficar mais perto dela e das minhas sobrinhas. A outra razão é para ficar mais perto da natureza. Ontem de manhã havia um lagarto no meu quintal. Às vezes, no meio das reuniões, um pássaro azul enorme pousa em minha janela e começa a cantar. Em três anos que moro aqui, comprei apenas um par de sapatos. Não uso ar condicionado, faço tudo a pé, uso o carro uma vez por semana. Não se tem isso no meio de uma cidade.

O que me atrai aqui é esse ritmo lento. Aprendi que não vou morrer se não trabalhar numa quarta-feira. Muito pelo contrário. Trabalho segunda e terça, na quarta eu aprendo alguma coisa — seja o que for. Se preciso aprender sobre tensões, sobre estruturas novas, mergulho nisso. Se quero aprender um idioma novo, é na quarta-feira que me dedico. Se quero aprender a dançar ou cantar, quarta-feira eu faço isso. Quinta e sexta, volto a trabalhar. Aqui estou descansada, respiro ar puro, durmo direito.

É preciso pensar como chegamos nisso. Em que momento a humanidade entrou nesse ciclo. A pandemia nos mostrou que não é necessário, que podemos parar a qualquer momento, mas estamos nos esquecendo, perdendo a oportunidade de aprender alguma coisa daquele período.

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Centro de Reabilitação Infantil da Teletón / Gabinete de Arquitectura. Image © Federico Cairoli

Durante muito tempo, no Paraguai, eu falava “devemos construir dessa ou daquela maneira”, mas todo dia eu entrava no carro com ar-condicionado, dirigia até o escritório com ar-condicionado, trabalhava o dia todo. Doze horas depois, saía dali de carro e voltava para casa, ligava o ar condicionado e dormia para fazer a mesma coisa no dia seguinte. Agora não. Se o dia está bonito, fecho as coisas e aproveito o dia bonito. E quando tenho muita coisa para fazer, trabalho no domingo, sem problemas. Mas no dia seguinte, descanso.

RB: Parece uma visão de mundo bastante alinhada com a circularidade que você comentou antes. Foi bom isso ficar para o final porque parece que você não apenas aprendeu muito com a paisagem do Paraguai, mas também com a paisagem da Guarda do Embaú. Hoje é quarta-feira, e eu aprendi bastante também.

GC: É uma entrevista, um momento de aprender juntos. 

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Sobre este autor
Cita: Romullo Baratto. "Gloria Cabral: "Tudo começa com a sabedoria de um lugar"" 10 Jan 2024. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/1011899/gloria-cabral-tudo-comeca-com-a-sabedoria-de-um-lugar> ISSN 0719-8906

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