Coletivo LEVANTE propõe novo modelo de HIS no Programa +Lapena Habitar

Como a arquitetura e o urbanismo podem voltar a contribuir no debate e na produção de Habitação de Interesse Social (HIS)? Essa foi uma das principais perguntas que orientou o processo de elaboração do Caderno de Diretrizes de Habitação de Interesse Social no Jardim Lapena, desenvolvido pela Fundação Tide Setubal e pelo BlendLab para a região da Zona Leste de São Paulo. Esse caderno reuniu um conjunto de diretrizes sobre habitação, modelo de gestão, implantação e integração com o meio urbano e orientou as propostas para uma Chamada de Projetos + Lapena Habitar realizada no fim de 2022.

Coletivo LEVANTE propõe novo modelo de HIS no Programa +Lapena Habitar - Imagem 2 de 24Coletivo LEVANTE propõe novo modelo de HIS no Programa +Lapena Habitar - Imagem 3 de 24Coletivo LEVANTE propõe novo modelo de HIS no Programa +Lapena Habitar - Imagem 4 de 24Coletivo LEVANTE propõe novo modelo de HIS no Programa +Lapena Habitar - Imagem 5 de 24Coletivo LEVANTE propõe novo modelo de HIS no Programa +Lapena Habitar - Mais Imagens+ 19

A Chamada reuniu 5 equipes de arquitetura com o objetivo de responder aos temas identificados pelo Caderno de Diretrizes dentro do Programa +Lapena Habitar sobre os desafios das habitações periféricas como modos de morar, composição familiar, diferentes contextos urbanos de implantação, métodos construtivos, processo de pré e pós ocupação e questões do morar-e-trabalhar. Além desses pontos, o Programa tem como premissas três estratégias: produzir HIS com capital privado, em modelo de aluguel e com gestão civil. Se por um lado o Brasil tem uma vasta e rica história de HIS, tal herança não apresenta um repertório que possa responder a esses novos desafios. Fundamentalmente, o Programa +Lapena Habitar busca identificar, compreender e responder aos novos desafios da Habitação de Interesse Social no Brasil.

O edital da Chamada pedia propostas para três locais: 1) Um bloco de apartamentos no Jardim Lapena; 2) Uma proposta de atravessamento sobre a linha do trem que separa o Jardim Lapena e o centro de São Miguel Paulista; 3) Um prédio em São Miguel Paulista que, por sua posição estratégica junto à única passarela de pedestres que atravessa a linha férrea, poderia funcionar como um ativador da rua, oferecendo segurança para os moradores no seu dia a dia.

As propostas apresentadas a seguir foram desenvolvidas pelo Coletivo LEVANTE. Um dos principais destaques do Coletivo foi a valorização e emprego de elementos e métodos construtivos tradicionais da casa periférica. Sensíveis aos modos de morar e à cultura construtiva desses territórios, trouxeram para o seu repertório de projeto o tijolo cerâmico aparente e a estrutura de concreto armado. Além disso, incluíram quintais/varandas nas unidades valorizando sua importância na dinâmica social das comunidades. Tais estratégias respondem diretamente à diretriz “Manter relações de cultura, memória e vizinhança”. Ao trazer estes elementos, as propostas do Coletivo LEVANTE fomentaram diversos debates no Comitê Avaliador sobre questões como estética e a cultura periférica e, principalmente, como essas estratégias de projeto de arquitetura revisam padrões e estigmas.

Para a proposta do atravessamento, foi pensado um equipamento de cultura—uma caixa cênica sobre a linha do trem—, conectando os dois bairros. Essa estratégia responde ao desafio da Chamada de Projeto de estimular a circulação de pedestres nesse trecho, trazendo segurança e conforto para o percurso, criando uma plataforma que se torna um destino em si.

Da equipe:

1. Atravessamento

Integração Eixo Lapena / Travessia / São Miguel: A integração desejada aos 3 objetos de projeto—Ed. Lapena, travessia da linha férrea e Ed. São Miguel—deverá ocorrer através do caminho de pedestres pretendido e induzido pelo alinhamento espacial desses locais, mas também graças a outros recursos visuais e materiais. O primeiro deles seria a criação de uma identidade cromática e tipográfica para as novas intervenções; estendida a um sistema de sinalização destes três espaços e que, eventualmente, possa se desdobrar em elementos de sinalização urbana associada a esta ação sobre o território. Adicionalmente, materiais recorrentes nas obras, como as telas de sombreamento, deverão ser identificáveis como uma forma de conexão e fortalecimento do eixo de travessia e integração dos bairros. Durante a visita técnica aos bairros, identificamos a presença constante de revestimentos cerâmicos decorados, quase sempre com motivos geométricos, com justaposições muito interessantes e inusitadas. Nossa proposta é criar modelos de uma “azulejaria periférica” que possa se tornar uma marca registrada desses projetos, em especial dos habitacionais.

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Implantação geral das propostas. Image Cortesia de Coletivo LEVANTE
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Perspectiva aérea da passarela. Image Cortesia de Coletivo LEVANTE

A transformação da passarela conectando o Jardim Lapena ao bairro São Miguel Paulista deve, primeiramente, promover capilaridade e segurança através da maior ativação de um dos três pontos de ligação entre os bairros. A intervenção arquitetônica proposta responde a essas premissas de natureza técnica e funcional, mas é na dimensão simbólica que pretende reverberar em toda a comunidade, ao materializar esteticamente (e eticamente) os desejos de construção de uma identidade cultural capaz de amplificar a voz do Jardim Lapena e das pessoas que o habitam. Para além da necessária ativação da travessia sobre a linha férrea, propomos um novo referencial urbano—praça suspensa definida como uma estrutura cênica—que permita lançar luz sobre a cultura, comportamentos e valores do Jardim Lapena, estabelecendo uma nova visão sobre este território a partir de suas próprias potências.

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Diagramas de possibilidades de ocupação da caixa cênica. Image Cortesia de Coletivo LEVANTE
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Planta e corte longitudinal. Image Cortesia de Coletivo LEVANTE

Concebida como uma caixa cênica sobre a linha do trem, a nova estrutura consiste em um conjunto de pórticos metálicos sobre os quais se apoia, com as devidas precauções quanto à redução de vibrações, uma plataforma de aproximadamente 20x20m. Sobre a plataforma, é montado um volume semitransparente com fechamentos perimetral e superior feitos de andaimes ou outra estrutura leve, alcançando a altura total de 12m. A caixa será dotada de recursos técnicos como iluminação, varas contrapesadas e varanda técnica, e será “vestida” com faixas de tela agrária coloridas, responsáveis pelo sombreamento. Nas suas faces, quatro telas de projeção de 10,8m x 6m, sendo que aquela correspondente à circulação vertical será caracterizada pela projeção das sombras do público presente—uma tela que registra em tempo real o movimento no interior deste espaço. A cobertura, composta pelo mesmo sistema espacial das fachadas, pode ser considerada um urdimento teatral completo, permitindo diversos arranjos cênicos e expositivos, até mesmo um arranjo tradicional de palco italiano com boca de cena, bambolinas, pernas e coxias.

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Corte transversal e perspectiva interna. Image Cortesia de Coletivo LEVANTE

A praça, ao mesmo tempo protegida da insolação e aberta à visão em todas as direções, estará aberta a acolher as mais diversas atividades coletivas e temporárias: cinema ao ar livre (Cine Lapena); shows, festas e bailes funk; brincadeiras para crianças; feira de produtos orgânicos e plantas, aulas de yoga, capoeira e dança; artes cênicas, encontros de patinadores, skatistas, ciclistas e grafiteiros; mirante; entre tantas outras possibilidades. O espaço será uma alternativa para a realização dos eventos, ações educativas e de empreendedorismo já promovidos pelo Galpão ZL e pelos projetos presentes no Lapena, como o Arqcoop, Emperifa, Quilombo&Quebrada, Superopa, Pedale-se, @ artsbruks, co.liga, coletando, wifi.fi e 4Y2. A praça deverá ser dotada de infraestrutura mínima de energia, água e esgoto para eventos e instalações temporárias. O Lapena em Cena deve se estabelecer como um marco luminoso na paisagem, instrumento e registro da transformação socioespacial deste território através da arquitetura; um organismo vivo que rompe com o isolamento do Jardim Lapena e que conecta esta comunidade plural não apenas com a sua vizinhança, mas a coloca sob o olhar do mundo. Aqui, a periferia é o centro.

+Lapena Habitar: Um repertório gráfico e arquitetônico (re)feito a partir de dentro: Nas duas propostas para os edifícios Jardim Lapena e São Miguel, partimos de uma célula modular espacial—espécie de denominador comum referenciado no apartamento T0 (aproximadamente 6x3m)—, que permitisse os mais variados arranjos das diversas tipologias (do T0 ao T3+), preservando a racionalidade estrutural e a consequente economia nas construções. Em paralelo, estabelecemos um repertório construtivo único para os dois edifícios; algo que constitua um léxico formal próprio, que tenha forte referência local e que possa ser tanto replicável em futuros projetos, quanto apropriável pelos moradores deste território em suas residências, na forma de uma “polinização”. Estrutura, espaço, métodos construtivos, imagens e materialidades devem ser corresponsáveis pela criação de um sistema suficientemente aberto para se (re) configurar em formas diversas, a partir dos mesmos elementos básicos. Tal intenção se materializa nas distintas configurações alcançadas para os edifícios Jardim Lapena e São Miguel, em resposta à natureza e geometria específicas de cada terreno, bem como de sua vocação mais ou menos pública, respectivamente.

2. Edifício Jardim Lapena: Um arranjo espacial de terraços escalonados, como quintais

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Cortesia de Coletivo LEVANTE

No edifício Lapena exploramos uma ocupação no centro do terreno, respeitando os afastamentos laterais e de fundos sem utilizar a altura máxima permitida nas divisas. O jogo de cheios e vazios é promovido pelo escalonamento de módulos habitacionais, o que é favorecido pela utilização de um número substancial de apartamentos duplex, solução também responsável pela redução das circulações horizontais, que deixam de existir em alguns pavimentos. O escalonamento permite a criação de terraços individuais para vários apartamentos, montados sucessivamente sobre cada apartamento abaixo. Adicionalmente, esta solução pode representar ganhos de ambiência, ventilação e iluminação nos apartamentos inferiores e mesmo na vizinhança, em escala mais urbana.

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Perspectiva frontal de projeto. Image Cortesia de Coletivo LEVANTE
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Perspectiva a partir da varanda. Image Cortesia de Coletivo LEVANTE

A estratificação vertical segue a lógica tripartida com o térreo dedicado a vagas de garagem, pontos comerciais e acesso, seguidos de pavimentos dedicados a habitações e um último pavimento compartilhado por apartamentos e espaço coletivo, ambos integrados a terraços. As circulações horizontais comuns são tratadas de forma mais ventilada e iluminada naturalmente, garantindo ventilações cruzadas mínimas nos apartamentos.

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Plantas. Image Cortesia de Coletivo LEVANTE

3. Edifício São Miguel Paulista: Um edifício de uso misto com vocação pública.

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Perspectiva do acesso pela Av. São Miguel Paulista. Image Cortesia de Coletivo LEVANTE

De forma distinta do Ed. Lapena, o terreno de São Miguel apresenta a vocação para estabelecer um percurso público de pedestres desde a praça de São Miguel até a rua Angelina Lapena, já próximo à travessia sobre a linha férrea em direção ao Jardim Lapena. O caminho, a ser permeado por pontos comerciais e largos previstos dentro do terreno, será uma alternativa ao que já se faz pela rua Angelina Lapena, hoje caracterizada pela ausência de fachadas ativas e baixa atratividade aos caminhantes. Neste edifício, a largura do terreno e as condicionantes legais de altura admissível nas divisas (até 10m a partir da cota da rua de acesso) nos levaram a ocupar o lote transversalmente, com uma alternância de cheios e vazios ao longo do eixo longitudinal.

A sequência de pequenos blocos é disposta conformando pátios internos de 3m de largura, que acomodam circulações vertical e horizontal otimizadas e promovem iluminação e ventilação às áreas molhadas dos apartamentos. Nestes mesmos vãos são previstas as descidas pluviais e de esgoto dos apartamentos, aparentes e com fácil acesso para manutenção. Entre estes blocos, pátios maiores com 5,5m de largura criam vazios para os quais se voltam os quartos e salas a partir do primeiro pavimento e que, no piso térreo, configuram largos ao longo do caminho público, pontuados por árvores. A alternância de pátios garante ventilação cruzada em todos os apartamentos. Verticalmente, o conjunto é definido pelo caráter público da passagem de pedestres, no térreo, onde também se encontram os pontos comerciais. Acima do térreo, é definido por dois ou três pavimentos de apartamentos, conforme a declividade do terreno, altimetria e limite nas divisas permitem a ocupação dos pavimentos. Sobre os apartamentos, os terraços são destinados ao uso coletivo e têm como apoio pequenos cômodos para copa, DML e banheiros, sobre os quais se encontram as lajes técnicas de suporte às caixas d’água e placas de aquecimento solar. Idealmente, propõe-se que cada apartamento tenha uma caixa d’água com medidor individual.

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Perspectiva isométrica do projeto. Image Cortesia de Coletivo LEVANTE
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Perspectiva isométrica do 2° pavimento. Image Cortesia de Coletivo LEVANTE

Sobre o bloco com acesso pela rua Angelina Lapena, está planejado o espaço de uso coletivo/comunitário deste conjunto, integrado com o terraço. No térreo deste mesmo bloco, são previstas 8 vagas de estacionamento, além de uma vaga de carga e descarga na extremidade oposta, próxima à praça de São Miguel.

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Perspectiva terraço. Image Cortesia de Coletivo LEVANTE

Apesar da composição formal e espacial resultar bastante distinta daquela do edifício Lapena, o repertório construtivo, materialidade e imagem geral são facilmente reconhecíveis como de uma mesma família. Reforçamos, através dos recursos de identidade visual, sinalização, toldos e “azulejaria periférica”, a intenção de dar coesão às intervenções, ainda que resguardando sua pluralidade.

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Perspectiva do pátio interno. Image Cortesia de Coletivo LEVANTE

A seguir estão destacadas as principais características conforme critérios de avaliação propostos pelo edital.

Acessibilidade e Mobilidade: Estão previstas unidades acessíveis, dependente de elevador, cuja possíveis locações estão previstas no projeto.

Conforto Ambiental: Para o Ed. Jardim Lapena: A edificação conta com ventilação cruzada plena em todos os apartamentos do 3º e 4º pavimentos. Os apartamentos do 2º e 3º pavimentos contam com ventilação cruzada através da circulação comum que, por sua vez, conta com ventilação cruzada horizontal (aberturas totais nas fachadas frontal e posterior) e vertical (escada aberta conectada à terraço coletivo e zenital ventilada no 3º pavimento). Todos os ambientes contam com profundidade máxima de 6m para um limite ideal máximo aproximado de 7m (2,5 vezes a altura do pé-direito). A volumetria sugere que a fachada escalonada esteja voltada para o sul, gerando áreas de sombra nos terraços e melhor ambiência nos pavimentos inferiores e vizinhança. As demais fachadas contam com alternância de panos verticais de alvenaria e esquadrias. As esquadrias são do tipo basculante inseridas em portas de correr, de modo que a porta pode estar fechada com basculantes abertos (maior controle de intempéries e privacidade) ou aberta com basculantes fechados (abertura total do vão para uma ambiência mais ventilada).

Para o Ed. São Miguel Paulista: A edificação está organizada em blocos separados por pátios com largura de 3m e 5,5m, alternadamente. Todos os ambientes de áreas molhadas (banheiros, serviços e cozinhas) estão voltados para os pátios de 3m, onde também estão localizadas as escadas de circulação vertical. As escadas serão executadas em tela soldada, garantindo maior ventilação em conjunto com os vazios restantes. Os pátios de 5,5m configuram microclimas para os quais estão voltados todos os ambientes de longa permanência, como quartos e salas. Com esta configuração de pátios alternados, todos os apartamentos contam com ventilação cruzada plena. Todos os ambientes contam com profundidade máxima de 6m para um limite ideal máximo aproximado de 7m (2,5 vezes altura do pé-direito), sem comprometimento da iluminação e ventilação. As esquadrias são do tipo basculante para maior controle de intempéries e privacidade, podendo permanecer abertas em qualquer situação.

Sistemas construtivos mais sólidos em concreto armado com fechamentos em alvenaria de blocos cerâmicos garantem maior inércia térmica e acústica. Eventualmente, no desenvolvimento dos projetos, podem ser adotados panos de alvenaria com tijolos deitados ou mesmo dobrados para maior inércia térmica. Paredes internas serão executadas em sistemas leves tipo drywall para alívio das cargas estruturais e flexibilidade de reformas. Para maior flexibilidade de layouts e tipologias, o sistema estrutural do edidício São Miguel é caracterizado por vigas transversais vencendo toda a largura de 8,7m do terreno. Estas vigas são invertidas na fachada para o pátio de 5,5m permitindo janelas mais altas e peitoril constante com jardineiras.

Ecoeficiência: A captação e reuso de águas dependerá do cálculo de eficiência do sistema conforme regime pluviométrico da cidade de São Paulo. Estes sistemas costumam ser mais eficientes (relação custo de investimento + operação versus economia a longo prazo) em regiões com chuvas menos concentradas (ver Netuno labEEE). Está prevista, na cobertura, a instalação de placas de aquecimento solar para a rede de água.

Morar e trabalhar: Estão previstas lojas no piso térreo que garantam a ativação das circulações mais públicas e viabilizem o comércio de atendimento amplo. Os apartamentos não possuem circulação segregada para um eventual uso comercial, mas, em diversas unidades, o arranjo de layout permite a separação dos ambientes em áreas de habitação e trabalho, reversíveis. No caso do Ed. São Miguel Paulista, os patamares das escadas, generosos e voltados para as cozinhas, podem ser apropriados como áreas de atendimento gastronômico. Todos os apartamentos contam com bancadas incorporadas no detalhamento das janelas e jardineiras, sem prejuízo para o layout, oferecendo áreas de trabalho e estudo.

Reduzir custos de moradia e manutenção: Está prevista a instalação de reservatórios individuais, garantindo maior controle individual de consumo de água, bem como minimizando conflitos por inadimplência. Para otimização das áreas construídas, o Ed. Lapena está organizado com uma única circulação vertical centralizada e circulação horizontal em apenas dois pavimentos, sendo que os demais pavimentos sem circulação comum representam o 2º piso de apartamentos duplex. Shafts de instalações hidrossanitárias atravessam verticalmente a edificação, preferencialmente nas circulações para facilitar eventuais manutenções. Já o edifício São Miguel Paulista está organizado em circulações verticais sem circulação horizontal comum, afora patamares generosos que podem ser apropriados como espaços coletivos.

Todas as instalações hidrossanitárias serão direcionadas para o pátio de 3m, instaladas externamente para facilidade de manutenção. Os sistemas construtivos adotados podem ser considerados ordinários, não demandando técnicas ou mão-de-obra especializada. Os acabamentos são simples como, concreto e tijolos cerâmicos aparentes, revestimentos cerâmicos e pisos em marmorite (áreas internas) ou calçada portuguesa (áreas coletivas).

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Sobre este autor
Cita: Thiago Soveral. "Coletivo LEVANTE propõe novo modelo de HIS no Programa +Lapena Habitar" 01 Fev 2024. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/1012809/coletivo-levante-propoe-novo-modelo-de-his-no-programa-plus-lapena-habitar> ISSN 0719-8906

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